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Brasiliense se reinventa ao ficar paraplégica após dois erros médicos

Falhas durante e após mamoplastia tiraram mobilidade de Isabela Fialho aos 19 anos. Episódios a motivaram a escrever livro de superação

atualizado

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isabela fialho
1 de 1 isabela fialho - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

A máxima popular prega que dois raios não caem no mesmo lugar, tampouco atingem a mesma pessoa. Mas foi exatamente assim, duplamente sorteada na pior das loterias, que a brasiliense Isabela Fialho se sentiu ao ficar paraplégica após dois erros médicos.

O primeiro ocorreu durante uma cirurgia de redução das mamas em 2016. “Na hora de aplicar a anestesia, o médico acertou um nervo das minhas costas. O equívoco só foi constatado depois do procedimento, quando eu cheguei em casa urrando de dor”, lembra a jovem. 

O segundo aconteceu dois meses depois. “Queria me manter ativa e voltar à faculdade, mas a dor era paralisante. Por isso, me recomendaram um cateter de anestesia. No momento da aplicação, no entanto, outro erro: o tubo atingiu a minha medula. Foi quando fiquei paraplégica”, conta. Isabela tinha 19 anos à época. Ela alega que as falhas foram cometidas por profissionais diferentes em uma clínica do Lago Sul.

Apoio dos amigos foi essencial para a recuperação da brasiliense

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), erros médicos afetam 138 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, são cerca de seis vítimas fatais por hora, de acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (Iess-UFMG), com dados de 2017 e 2018.

Os pais de Isabela entraram na Justiça para responsabilizar os culpados pela condição da filha. O processo terminou em um acordo entre as partes.

Superação

Graças a rede de apoio e a fé inabalável de que voltaria a andar, a brasiliense conseguiu recuperar o movimento das pernas. “Foram quatro anos de muita fisioterapia e doses cavalares de remédio, mas venci”, comemora. Ela diz ter resgatado 80% da mobilidade.

“Ainda faço sessões de fisioterapia e tenho cadeira de rodas, para dias que não me sinto tão bem. Porém, planejo aposentá-la de vez, doando-a para uma instituição de caridade, muito em breve”, revela.

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Ela foi vítima de dois erros médicos: "Não conseguia tomar vento de dor"
Agora, a jovem transformou o enredo triste em história de superação. Ela virou autora e palestrante motivacional
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Isabela Fialho conseguiu recuperar o movimento das pernas

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Ela foi vítima de dois erros médicos: "Não conseguia tomar vento de dor"

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Agora, a jovem transformou o enredo triste em história de superação. Ela virou autora e palestrante motivacional

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Enquanto ainda era totalmente dependente da cadeira, Isabela escreveu o livro Rodas para Voar, em que narra a sua história e a de outros quatro cadeirantes. A ideia da publicação surgiu durante a graduação em Comunicação Organizacional, na Universidade de Brasília (UnB). “O livro fez parte do meu trabalho de conclusão de curso. Nele, enalteço a trajetória de pessoas que não deixam de viver absolutamente nenhuma experiência por causa da cadeira. Muito pelo contrário, a usam para voar”, detalha.

Na publicação, à venda na Amazon, a brasiliense ainda desabafa sobre o preconceito, “único real fator limitante da paraplegia”.

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"Curti carnaval, participei de ações solidárias, viajei... Fiz de tudo um pouco", declara
A família e as amigas tiveram um papel importante na recuperação de Isabela. "Tudo para mim", resume
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A jovem revela que a cadeira de rodas nunca a desmotivou a sair de casa

@belafialho/Reprodução
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"Curti carnaval, participei de ações solidárias, viajei... Fiz de tudo um pouco", declara

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A família e as amigas tiveram um papel importante na recuperação de Isabela. "Tudo para mim", resume

@belafialho/Reprodução

Isabela ainda encontrou outra maneira de inspirar pessoas através de sua história: ela virou palestrante. “Acredito que propagar mensagens de superação é minha missão e um dos porquês de tudo isso ter acontecido comigo.”

Rodas para Voar, de Isabela Fialho

Rodas para Voar, de Isabela Fialho
R$ 30EmpresaComprar
Voluntariado

Enquanto estava na cama do hospital, se recuperando dos erros médicos, Isabela foi tocada pela vontade de ajudar ao próximo. “Cheguei a ficar cinco meses seguidos internada. Durante esse período de vulnerabilidade, percebi a importância de fazer o bem”, diz.

Assim, nasceu o Keep Sweet, um projeto de venda de doces com lucro revertido para instituições de caridade. “Muitas vezes, ao entregar a verba nas ONGs, pessoas me perguntavam: ‘Mas você, de cadeira de rodas, ajudando alguém?’ E eu respondia com todo amor do mundo que sim, um sorriso já bastava para alegrar o meu dia e me nutrir a alma”, relata.

Em breve, o projeto terá um clube de assinaturas, em que os participantes poderão exercer seu lado filantropo ao pagar um valor mensal e receber caixas de doces em casa.

“Geralmente, as pessoas precisam passar por um episódio difícil para dar valor a vida e entender a importância de ajudar o próximo. Não deixe que isso aconteça com você. Ajude agora”, finaliza Isabela, dando show de empatia e generosidade.

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