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Black Friday na pandemia exige cuidado redobrado com compras por impulso

Para psiquiatra, episódios de exagero podem ser mais recorrentes este ano

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Mesmo com o Brasil passando por uma forte crise e com desemprego recorde no último trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a edição de 2020 da Black Friday promete ser 77% maior do que a do ano passado, segundo pesquisa promovida pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Ebit | Nielsen.

Dados do levantamento mostram uma previsão de faturamento de R$ 6,9 bilhões. Para o psiquiatra Alisson Marques Teixeira, embora os números sejam animadores do ponto de vista econômico, podem revelar um comportamento compulsivo do consumidor, que costuma aparecer nesta época do ano, mas ganhou força durante a pandemia de coronavírus.

“No contexto da pandemia pelo Covid-19, vivenciamos diversas mudanças emocionais devido ao isolamento e às medidas de distanciamento social. A ansiedade, sem dúvida, foi a resposta emocional mais comum presente nesse contexto”, analisa. “Além disso, verificou-se um sentimento de tristeza, angústia, frustração e tensão. Eles surgem em meio à mudança abrupta no processo de se relacionar, adoecer e mudança de planejamentos para esse ano”, complementa.

Esse cenário, de acordo com o profissional, poderia gerar gatilhos “compensatórios”. Ou seja: no anseio de aplacar fatores estressantes vividos ao longo dos últimos meses, muita gente apela para o excesso de compras, a fim de ter um pouco de prazer e alívio. Fique de olho na saúde mental.

“O problema é que o organismo entende que essa foi uma via de redução desse estresse, e tende a solicitar repetição do comportamento”, emenda Marques.

E é aí que mora o perigo. Cuidado, portanto, com os “dedos nervosos” nesta sexta-feira (27/11), quando as promoções atingem seu ápice. “Essa via pode resultar em diversos efeitos negativos, como desequilíbrio no orçamento pessoal e familiar, evolução de um padrão de comportamento desajustado para compulsão e conflitos nos relacionamentos”, finaliza.

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Três dicas válidas antes de finalizar uma compra:

  • Observe se você realmente precisa daquilo;
  • Pergunte-se se aquele item tem a função de aliviar alguma ansiedade, tristeza ou tensão. Se estiver com algum problema de ordem emocional, fuja de apps e de e-commerces, ao menos por agora;
  • Não faça dívidas desnecessárias, sobretudo em tempos nos quais a economia anda volátil. Compre apenas o que realmente faz falta em sua rotina e, de preferência, usando a função débito.

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