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Angélica revela que sofreu abuso sexual; saiba como lidar com o trauma

Apresentadora falou sobre um caso de violência que sofreu no início da carreira. A agressão ocasiona fragilidades emocionais graves

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A apresentadora Angélica
1 de 1 A apresentadora Angélica - Foto: YouTube/Reprodução

A violência sexual é um problema que atinge milhares de vítimas de forma severa e silenciosa. Revelar que sofreu algum tipo de abuso não é algo simples, diante dos impactos da agressão. Esta semana, a apresentadora Angélica quebrou o silêncio pela primeira vez e expôs um abuso que sofreu no início da carreira.

“Eu devia ter uns 15, 16 anos. Estava em Paris, fazendo foto. Vieram aqueles meninos todos e quando o fotógrafo falou que era uma brasileira, eles foram chegando perto e se esfregando em mim”, detalhou a artista.

Os dados são alarmantes: o Brasil registrou, em 2021, uma mulher vítima de estupro a cada 10 minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano anterior, dos mais de 60 mil casos de estupro no país, mais de 60% dos crimes foram contra crianças menores de 13 anos.

Diante de um contexto misógino, a mulher é silenciada de diversas formas. A maior parte das vítimas, contudo, não procuram ajuda. “Por vários motivos, acabamos não expondo esses assuntos. Eu achei necessário (…) Não silencie”, aconselhou Angélica.

Além da Maria da Penha, entenda 8 leis que toda mulher deve conhecer:

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Impacto na saúde mental

Conviver com um trauma relacionado à violência sexual dá origem a uma série de fragilidades emocionais, como baixa autoestima, agressividade, insegurança e tendência a se envolver em relacionamentos abusivos.

“O abuso sexual pode refletir diretamente como a vítima avalia e encara a segurança do ambiente”, afirma o psiquiatra Luan Marques. “Quando ocorre na infância, o crime pode desenvolver um padrão de medo e insegurança, ocasionando uma confusão de emoções que reflete diretamente no risco de adoecimento emocional como ansiedade e depressão na vida adulta”, completa.

Durante o período da adolescência, “existem muitas situações em que a vítima se culpa por não ter reagido ou denunciado, e o ciclo dessas emoções pode originar transtornos de humor, ansiedade e, principalmente, alimentares”, frisa o profissional.

Onde encontrar suporte

Os sentimentos de culpa e vergonha, o medo de julgamento das pessoas, raiva, frustração ou até mesmo a falta de condições financeiras podem levar a vítima a não buscar apoio psicológico. Além de uma relação familiar protetiva, é fundamental encontrar alguém de confiança para falar sobre o que aconteceu.

Guardar para si pode trazer dificuldades em lidar com o ocorrido, portanto, é fundamental colocar para fora e não reprimir os sentimentos. Desabafar e receber apoio é o primeiro passo. Contar com uma rede de apoio pode proporcionar conforto emocional para avançar no processo de superação.

A psicoterapia é um aliado importante na hora de enfrentar o trauma. Falar sobre a experiência vivida com um profissional é contribui para fortalecer a saúde mental e encontrar formas de combater as lembranças traumáticas e os impactos delas ao seguir adiante.

Denúncias de estupro ou outras formas de violência sexual podem ser feitas em delegacias ou por meio do Disque 100 ou 180.

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