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A vida depois de… superar a depressão fazendo pão e panetone

Mãe e filha resolveram se unir para montar o próprio negócio após uma perda irreparável e tiveram a esperança renovada na cozinha

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1 de 1 - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A infância de Steffanni Marques, como a de qualquer criança, sempre foi recheada com muitas guloseimas. No entanto, ela recorda que as mais deliciosas eram aquelas preparadas pela mãe, Joana Coeli, que sempre demonstrou muito talento na hora de produzir suas receitas. Como as do pão e do panetone.

Na hora que saía do forno, o sabor e a massa caseira tornavam os cafezinhos da família bem mais gostosos. O que elas não esperavam era que o protagonista dos lanches da tarde se tornaria muito mais do que uma fonte de renda e viria a renovar a esperança da família depois de uma perda significativa.

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Durante muito tempo, Steffanni e sua mãe Joana colocavam a mão na massa com o pai, o Sr. Marques, rondando a dupla. “Ele era bom de garfo, brincalhão, alegre e prestativo. Deixou um vazio enorme, porque ele era muito de conversar, rir e estava sempre disposto. De repente não tínhamos mais aquela alegria em casa.”

Marques morreu após um infarto, em outubro de 2015. Com o falecimento, os filhos precisaram se reestruturar para ajudar Joana, que acabou entrando em depressão por causa do ocorrido.

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Steffanni, que estava em Salvador (BA) na época, resolveu voltar para Brasília e ficar com a mãe. “Eu me sentia muito sozinha porque é muito difícil depois de 30 anos de casada você viver sem o seu companheiro. Juntas pensamos em ocupar o tempo porque Steffanni não estava trabalhando e eu poderia me distrair sem pensar muito na perda”, explica Joana. Assim surgiu a ideia de fazer pães e panetones para vender.

A aventura da professora de artes e da arquiteta, na cozinha, foi pensada nos mínimos detalhes. Elaboraram logomarca, pensaram nos pacotes e em como as entregas estimulariam o contato pessoal com o cliente. Contudo, primordial mesmo para a dupla era elaborar tudo de forma artesanal.

“Minha mãe começou a não ter tempo para o luto. De repente, o tempo que ela usava para chorar foi preenchido com conversas sobre quais tipos de recheios íamos usar, quais seriam as novas embalagens e o que iríamos preparar para as datas celebrativas. Então, deu outro ânimo e trouxe novos sonhos”, conta Steffanni.

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Isso não impediu que a dupla apostasse em outras receitas. Além do pão recheado, o casting conta também com biscoitos caseiros, brownies e café e cappuccino cremosos – todos produzidos de forma autêntica e após várias reinvenções.

O carro-chefe dessa temporada é o Pãonetone que, diferente da consistência dos industriais, se assemelha muito mais a um pão soltinho com recheio. O cliente pode escolher os sabores de casadinho com coco ralado e chocolate, ouro branco e brigadeiro, brownie com ganache e o de goiabada com queijo polenguinho – receita que a própria Joana elaborou depois de perceber que a mussarela acabava por endurecer muito rápido.

A esperança renovada também serviu como um catalisador de ideias. A receita do pão, juntamente com a proximidade com os clientes, deu origem a outras receitas que estão conquistando os brasilienses apaixonados por doces.

“Temos apenas oito meses de negócio aberto e já conquistamos muitos clientes. Acaba que a gente arruma muita coisa para agregar ao pão e acaba tendo muito trabalho, mas tudo tem sido surpreendente”, revela a arquiteta.

Os planos também continuam. Joana, que já está prestes a se aposentar, estuda a ideia de fazer um curso de panificação e as duas estão viabilizando a possibilidade de viajarem para conhecer padarias artesanais em São Paulo – já pensando em expandir o negócio.

“O pão e o panetone inicialmente não davam dinheiro, mas trouxeram cura para a nossa vida e amenizaram nossa dor e a ausência do meu pai. O que posso dizer é que, independentemente do que aconteça, não desanime porque para tudo existe uma saída”. (E pode ser mais saborosa do que você imagina.)

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