A vida depois de… dar um match certeiro no Tinder
Gabriel e Clara ou “Clabriel” são o resultado de um algoritmo bem calculado do aplicativo Tinder. A história intensa resultou em final feliz
atualizado
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Gabriel Pereira decidiu aderir ao aplicativo de paquera Tinder em um belo dia em que estava entediado. Já Clara Campoli havia baixado uma vez e já deletado quando resolveu dar uma segunda chance à possibilidade de encontrar alguém virtualmente. E deu certo. Três dias de aplicativo para Gabriel, ele deu “match” com Clara. Começa aqui uma história de amor maluca e intensa.
O algorítimo do aplicativo não poderia ser mais certeiro com os dois. Além de serem atraídos pelas fotos disponíveis, os interesses em comum eram tantos que chegou a ser chocante. Bandas, filmes, lugares que frequentam e lazer instigaram aquela vontade de conhecer e conversar com uma pessoa de gosto tão similar.
Se conheceram em um domingo e passaram o dia conversando. Foi ela quem mandou o primeiro “oi”. “Mas tem que ter aquela estratégia, né? Tínhamos muito em comum, foi fácil manter o assunto”, explica Gabriel. O motivo bom que começou a abrir um leque de assuntos foi o gosto musical dos dois e, logo na época, em 2013, Paul McCartney havia lançado um single produzido pelo DJ britânico Mark Ronson, “New”. Pronto, o assunto já começou a render e perdurou por toda a segunda-feira. A terça-feira chegou e o dia estava péssimo para ambos. Foi quando surgiu a ideia de um convite por parte de Clara.
“Estou tendo um dia ruim, preciso de uma cerveja. Vamos sair?”, o convite da jornalista chamou a atenção do editor de vídeos e partiram para o bar Stadt Bier, na Asa Norte. Às 20h Clara esperava pontualmente seu “date” que chegou atrasado. Como iriam se reconhecer? Gabriel mandou uma mensagem que conquistou seu coração nerd. “O que você está vestindo?”, perguntou ao que Clara respondeu “Onde está Wally?”, se referindo à sua blusa com listras vermelhas e brancas. Às 2h da manhã o assunto não acabava e os dois só tinham uma certeza: estavam já apaixonados — tanto que Clara tratou de enviar uma mensagem para sua melhor amiga em uma escapulida para o banheiro.
Minha irmã chama o que tivemos de ‘porteirada’, uma coisa que a gente começou e não largou mais.
Gabriel Pereira
Três dias depois os dois estavam indo juntos à formatura de um amigo de Clara. Ela conta que não é grudenta e nem nada disso, mas não conseguia parar de olhar, beijar ou conversar com Gabriel na segunda vez (oficialmente) em que os dois se viam. “Ele ficava me falando o tempo inteiro: fala com seus amigos, conversa com eles, eles não vão gostar de mim assim. Mas eu não conseguia! Eu só queria ficar com ele”, conta.
Começou ali, no segundo encontro, três dias depois do primeiro, uma brincadeira. “Ele olhava para mim e falava: você sabe que a gente vai namorar, né?”, comenta Clara. “E eu respondia também em tom de brincadeira: é mesmo?”, completa. Ele pediu mais de uma vez e ela, incrédula, dizia que eles se conheciam por pouco tempo e não tinham intimidade o suficiente para começar um relacionamento. Gabriel propôs que então ela elaborasse três perguntas íntimas sobre sua vida porque ele garantia saber todas as respostas. E ele sabia. Começaram a namorar.
Completando um mês de namoro, em outubro de 2013, decidiram fazer uma viagem juntos para o México – só que esses planos só se concretizariam dali a sete meses. “Foi tenso porque mal tínhamos um mês de namoro e já estávamos planejando uma viagem de 15 dias depois de tanto pouco tempo juntos”, comenta Gabriel. Os meses se passaram, o amor só aumentava, a viagem foi perfeita e a volta garantia uma surpresa para Clara que não estava ainda em pauta: o para sempre.
Eles tinham uma brincadeira de se pedirem em casamento em situações de extrema ternura. “Era mais uma autoafirmação meio séria, uma coisa do tipo: poxa, se eu pedisse realmente será que ele aceitaria?”, ela comenta. Era agosto de 2014 e Gabriel resgatou um tesouro de família: o anel de noivado que um dia pertenceu à sua avó. Foi buscar sua amada em casa e chegando lá disse a fatídica frase: “Tem uma coisinha bem pequenininha aqui nesse apartamento e você precisa procurar”.
O que a futura noiva não sabia é que o pequeno objeto estava guardado no bolso de Gabriel. O tempo de procura se esgotou e foram para o bar onde se conheceram na Asa Norte. “Nessa hora que já estava agoniada porque eu sabia que das duas uma, ou seria a chave de um apartamento para morarmos juntos ou um pedido de casamento”, contou Clara.
Para instigá-la mais ainda, ele a “tranquilizou” e disse que o que ela precisava procurar ainda estava dentro do apartamento. Mesmo relutando consigo mesma, ela resolveu se acalmar e apreciar um chopp. Algumas cervejas depois, com ambas as mãos embaixo da mesa e segurando o anel, ele alcançou a mão de Clara e disse: “Quer casar comigo?”. Três palavras que causaram um desespero aparente na noiva, que mesmo assim, aceitou – é claro!
“Ele ainda me perguntou outras três vezes: ‘Eu tô falando sério, você tem certeza?’ e eu respondia: sim, sim, sim. Não conseguia tirar as mãos de baixo da mesa, estava em prantos”, conta Clara. Em março de 2016, “Clabriel” se tornaram oficialmente um e agora vivem o “felizes para sempre”.
Até pouco tempo, a história que contavam para a família é de que se conheceram em um bar – o que não deixa de ser verdade. “Minha mãe trabalha com TI, e sempre foi muito preocupada com segurança na internet, então eu tinha medo de contar a verdade, mas no fim das contas ela levou numa boa”, explicou Clara. Um “match” certeiro, num dia de tédio. Existe amor em tempos de Tinder.