3 casais do DF provam que o amor de Carnaval pode, sim, ser duradouro
O Metrópoles conta a história de três casais de Brasília que se conheceram no Carnaval e, após anos, ainda seguem curtindo a folia
atualizado
Compartilhar notícia
O Carnaval, com certeza, é o cenário de histórias para milhares de brasileiros. Para muitos, o feriado é sinônimo de folia sem “amarras” e sem qualquer compromisso. Mas nem sempre o destino está alinhado com essas expectativas. Para Rita e Ricardo Moura, Andressa Anholete e Renato Nagano, e Mariana Lopes e Pedro Gonzalez, por exemplo, o evento mais aguardado do ano foi o responsável por escrever suas grandes histórias de amor.
Do Pacotão para a vida
Há 31 anos ao lado de Ricardo, Rita teve uma grata surpresa em 1992. Foi quando o destino fez com que ela esbarrasse com o amor de sua vida. “Eu jamais imaginei que pudesse me apaixonar desse jeito naquele Carnaval”, disse ela ao Metrópoles.
A história do casal começou de forma inusitada no bloco Pacotão, um irreverente e tradicional bloquinho brasiliense. “Era uma terça-feira de Carnaval”, rememora Rita. “Eu tinha por volta de 20 anos e, na segunda-feira, meu namorado da época terminou comigo por telefone”, conta a professora.
“Claro que eu fiquem bem mal, porém, não ia ficar triste em pleno Carnaval. Liguei para uma amiga e ela disse que estava indo para o Pacotão e me chamou para ir junto. Eu fui”, relembra. Ricardo, coincidentemente, era o motorista do dia e ficou responsável por levar a amiga de Rita e outros pessoas para o tal bloquinho.
“Lá [no bloquinho], começamos a nos divertir e ele chegou investindo, galanteando… Eu caí no galanteio e daqui uns dias a gente completa 31 Carnavais juntos”, relembra a professora.
Assim como a maioria dos amores de Carnaval, a funcionária pública não acreditou que aquela “ficada” pudesse vingar ou se transformar em algo mais sério. “Ele era o ‘meu ponto fraco’, um homem lindo… Logo eu fiquei apaixonada, sem imaginar que pudesse dar em algo”, conta.
Poucos dias após a folia, o comerciante, que atualmente tem 51 anos, ligou para Rita e rapidamente eles engataram um “lance”. “A gente ficou por cerca de um ano até ele me pedir em namoro oficialmente”, relembra.
Com cinco anos de namoro, veio o noivado e, seis anos mais tarde, o casamento. “O Ricardo é meu porto seguro, meu melhor amigo e confidente. Nós temos total cumplicidade um com outro, e é ele que compartilha, ao meu lado, os melhores e o piores momento da minha vida”, diz.
Da união, que já dura 31 anos, Rita deu à luz duas filhas, Manuela e Rafaela. Avaliando o relacionamento com a maturidade que a maior idade permite, a professora aprecia com orgulho a trajetória que fez ao lado do companheiro e os caminhos que ainda têm pela frente.
“Temos a plena certeza de que não estamos dispostos a ir atrás de nenhuma aventura e que vamos passar o resto da vida juntos”, avalia.
A folia de Carnaval, é claro, também está inclusa no roteiro para o futuro. Apesar de já terem passado dos 50 anos, o casal ainda vai para bloquinhos e aproveita o feriado da forma que pode. “A gente gosta de viajar, conhecer lugares diferentes. Mas, se ficamos por Brasília, acabamos indo para alguma festinha ou bloco”, conta.
LinkedIn + Carnaval
Ainda em Brasília, 26 anos depois de Rita e Ricardo se conhecerem, um outro casal iniciava uma história parecida. No bloco Montadas, em 2018, ano de sua estreia, Mariana e Pedro viviam momentos diferentes. Até que se esbarraram despretensiosamente.
“Engraçado lembrar porque a história não começa muito bem. Eu tinha acabado de terminar um relacionamento de sete anos, exatamente naquele dia. Eu fui para o bloquinho com meus amigos todo baqueado e chateado por causa do término”, relembra o empresário.
“E aí apareceu a Mari, toda vestida de sol, com uma roupa amarela e foi ela que chegou em mim. Veio dizendo ‘Está difícil encontrar homens héteros aqui, você é hétero?’. Basicamente, ela chegou em mim e conversamos ali rapidinho”, conta.
O papo rapidinho virou uma ficada e, por hora, ficou apenas no beijo. Como um típico encontro carnavalesco, os dois não pegaram nome, número de telefone e nem outras informações em que pudessem se encontrar de alguma forma. Apesar do pouco e rápido contato, parecia que Pedro e Mariana já estavam predestinados um ao outro.
“Um dia, na semana do Carnaval, eu estava rolando meu feed do LinkedIn e aparece como sugestão de conexão uma Mariana Lopes e eu fiquei pensando ‘acho que conheço essa menina’. Para tirar a dúvida, pesquisei o nome dela no Instagram e aí eu descobri que era a menina que eu beijei no bloquinho”, relembra.
Ver essa foto no Instagram
Mariana, que também não lembrava o nome de Pedro, encarou com bons olhos aquela investida pela rede social. “Ainda naquela semana, o Pedro começou a postar umas fotos no Egito e eu tinha acabado de voltar de um intercâmbio de lá. Puxei um papo sobre o assunto e descobri que tínhamos feito o mesmo programa para intercambistas para o país”, comenta. Os dois não se desgrudaram desde então.
O primeiro date aconteceu na quarta-feira de cinzas e, a partir daí, os encontros passaram a ser frequentes. “A gente ficou mais de um ano sem namorar… Se via toda semana, conheceu a família, passamos por altos e baixos nesse período, mas nunca deixamos de nos ver”, comenta o casal.
“Nossa relação é leve, a gente se apoia e nós somos melhores amigos. A Mari é minha pessoa favorita no mundo, ela é supermeiga, cuidadosa e preocupada. É batalhadora, sonhadora e defende o que acredita”, conta o empresário de 26 anos.
Morando juntos há mais de um ano, o casal já planeja os rumos da vida e a construção de uma família — bem como os Carnavais dos próximos anos. “A data foi muito marcante e a gente também ama Carnaval, tentamos aproveitar ao máximo”, pondera Pedro.
“Não sei se a gente vai ter esse pique para curtir os bloquinhos para sempre, talvez teremos que ressignificar essa data… Quem sabe um dia a gente passe a curtir levando os nossos filhos para a folia, de um jeito mais tranquilo”, analisa Mariana.
Amor à primeira vista ao primeiro beijo
Um ano antes do encontro de Mariana e Pedro, Renato Negano e Andressa Anholete também deram match e começaram sua história juntos. Em 2017, o publicitário e a fotojornalista se encontraram no Babydoll de Nylon, clássico bloquinho de Carnaval brasiliense que durou 10 anos na capital.
“Nós temos um grande amigo em comum e sempre pulava Carnaval com ele. Nesse dia [em 2017], combinamos de ir com uma galera e curtimos muito. Na hora de ir embora, o Renato me acompanhou até o carro de aplicativo e ali, naquele fim de festa, acabou rolando um clima e a gente se beijou”, rememora Andressa.
A química rolou de primeira. Bastou esse beijo para que eles não se desgrudassem mais. Juntos, os dois pularam os demais dias de Carnaval e Tato, como Renato é apelidado pelos amigos, também foi companhia para Andressa quando ela se adoentou nos dias seguintes.
“Eu fiquei doente logo depois do Carnaval. Ele me levou para o hospital e foi minha companhia nesse momento”, relembra Andressa.
“Um pouco depois [do Carnaval], ela viajou para a Europa e ficou um mês fora. Nesse período, nosso contato permaneceu frequente. Acho que foi a distância que me motivou a pedir ela em namoro assim que ela voltou”, comentou Tato.
No período em que ficou longe, os dois desenvolveram uma grande amizade e despertou a “vontade de estar perto”. “A ausência dela e a relação que construímos evidenciou ainda mais que ela era a pessoa que eu queria estar e ficar”, emendou o publicitário.
O relacionamento se desenrolou de forma rápida, natural e “gostosa”, como eles descrevem. Desse amor, em 2022, veio o noivado, que aconteceu em Veneza, na Itália. “Eu fiquei o dia inteiro andando com o anel no bolso e cinco segundos antes de eu fazer o pedido, aconteceu algo inusitado”, relembra Renato.
“A gente estava na Praça de São Marcos e um homem ajoelhou e pediu uma mulher em casamento, todo mundo começou a bater palma e eu falei ‘com um pedido no meio de todo mundo não tem nem como a pessoa negar’, falei brincando, jamais pensei que pudesse acontecer comigo”, emenda Andressa.
“Quando ela disse isso, eu pensei ‘opa, então a hora é agora’ e fiz o pedido”, conclui Renato. Andressa, é claro, disse sim, e os dois já somam seis anos juntos. “Estamos construindo nossa história de uma maneira muito gostosa e fazemos planos para uma vida inteira”, comentam.
Verdadeiros amantes da folia, Andressa e Tato fazem do feriado uma tradição. “Ainda pulamos e adoramos passar Carnaval juntos, fazer fantasias de casal… Nossa meta é, em algum dia, passar um Carnaval na Sapucaí. Tenho esse sonho e espero que possamos realizá-lo em breve”, planeja Andresa.
Para a folia, o casal anda deixa um recado: não percam as esperanças de encontrar o seu amor no Carnaval!