Comeria? Cientistas criam salsicha proteica à base de larvas de moscas
O objetivo é encontrar alternativas acessíveis que também possam contribuir na erradicação da fome
atualizado
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Concentrando esforços na criação de novas alternativas nutritivas e sustentáveis à carne, cientistas de Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) produziram pão e salsicha à base de farinha de larvas de mosca.
O objetivo é encontrar alternativas acessíveis que também possam contribuir na erradicação da fome, já que alimentos proteicos tendem a ter custos mais altos. A protagonista, agora, é a mosca-soldado-negra (Hermetia Illucens), que teve suas larvas utilizadas nessa criação. A espécie já é utilizada em ração para animais.
Outra vantagem dessa novidade se deve ao fato de o método ser sustentável, ou seja, ele não gera prejuízos ao meio ambiente, diferentemente da carne bovina, que causa impactos na liberação de metano, responsável pelo efeito estufa.
Para surpresa de alguns, a salsicha e o pão criados, além de serem mais proteicos, não prejudicam a saúde e ainda têm quase o mesmo gosto das versões tradicionais, segundo avaliação dos primeiros voluntários.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial deve alcançar a marca de 9,7 bilhões de habitantes em 2050, o que gera um aumento correspondente na demanda de proteína animal de 68%.
O investimento e debate sobre o uso de insetos na alimentação humana já acontece no mundo. Os experimentos do estudo contaram com a farinha desengordurada da mosca na salsicha, por isso, o valor calórico é menor, enquanto o teor de proteínas se mantém alto.
“A maior preocupação é com a disponibilidade nutricional para uma população que está em crescimento”, explicou a professora Alessandra Lopes de Oliveira a respeito do interesse pela pesquisa.
“Pode não haver carne suficiente para todos com o aumento populacional. Nossa função, como pesquisadores, é a segurança alimentar. Se faltar carne e houver necessidade de outras fontes proteicas, nossas pesquisas irão contribuir”, finalizou a especialista.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica