Ciência revela motivo surpreendente para você não tomar refrigerante
Existe uma substância usada para dar “cor” ao refrigerante à base de cola que foi considerada cancerígena por agência vinculada à OMS
atualizado
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Existe um corante presente em vários produtos industrializados que já se tornou a “marca registrada” de bebidas carbonatadas, como os refrigerantes à base de cola.
Utilizado para conferir, intensificar ou restaurar a cor dos alimentos, o caramelo IV é um corante artificial que resulta de uma técnica industrial com processos químicos que deixam qualquer leigo “de cabelo em pé”. A finalidade é tornar o produto mais atrativo. Trata-se, em resumo, de uma espécie de “maquiagem” no alimento.
O produto que mais depende desse corante são as famosas bebidas à base de cola.
Sem esse “companheiro” para deixá-lo com uma coloração escura, o refrigerante seria transparente, retirando totalmente a identidade do produto.
Uma das maiores preocupações sobre o consumo dessa substância se deve à presença do 4-Metilimidazol (4-MEI), composto que não é diretamente adicionado aos alimentos, porém, é formado na queima dos compostos durante a fabricação do caramelo IV. O 4-MEI tem sulfitos e amônia — o que, já se pode imaginar, representa um risco à saúde.
Não à toa, foi considerado cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), que integra a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse corante não está nas bebidas carbonatadas (refrigerantes) à toa, mas devido à interação e compatibilidade com outras substâncias presentes na lista dos ingredientes.
Então, sim, eis um problema difícil para a indústria resolver, principalmente por esse corante ser barato, muito mais em conta que uma versão natural que teria a mesma função.
Vale lembrar que a legislação sobre o uso do caramelo IV é regulamentada pela portaria nº 540, considerada frágil em vários aspectos.
Primeiro, pela indústria não precisar indicar a quantidade de aditivos presentes no produtos: eles aparecem sempre no final da lista de ingredientes e sem obedecer critério de decrescimento de concentração.
Há, também, de se levar em conta que é uma legislação permissiva: uma vez que o corante está presente em diversos alimentos, isso favorece que a população faça alta ingestão dele.
Dessa forma, reavaliar a configuração de elementos por trás das indústrias que dominam o mundo mostra-se uma medida mais que necessária pois, no que depender da transparência, é possível que a coisa vá de mal a pior.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica