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Ciência revela ligação entre o consumo de refrigerantes e cardiopatias

O alto nível de fosfato no sangue, substância presente nos refrigerantes, foi ligado ao aumento de mortalidade por doença cardiovascular

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Foto de uma lata de refrigente sendo despejada em um copo de vidro- Metrópoles
1 de 1 Foto de uma lata de refrigente sendo despejada em um copo de vidro- Metrópoles - Foto: Getty Images

Alguns minerais, como o fósforo e o fostato, cumprem funções essenciais nos processos biológicos e são consumidos por meio da alimentação. O fósforo é primordial para a saúde dos ossos e para a formação de membranas celulares, e o fosfato também colabora com a saúde óssea. Embora ambos sejam ingeridos via dieta, o tipo de alimento pelo qual são obtidos faz toda a diferença na forma como eles serão metabolizados.

Para que você entenda melhor, alimentos de fonte animal e vegetal oferecem fósforo e fosfato orgânico, enquanto alimentos industrializados oferecem fósforo e fosfato inorgânicos, presentes nos aditivos alimentares.

Enquanto o fósforo e fosfato orgânicos são absorvidos de forma razoável pelo organismo, o fósforo e fosfato inorgânicos tendem a ser mais biodisponíveis, ou seja, são praticamente 100% absorvidos. Dessa forma, os componentes inorgânicos acabam fazendo com que haja um aumento além do esperado dos níveis de fosfato no sangue, o que influencia nos hormônios da paratireoide e pode prejudicar a saúde.

Isso foi constatado em uma evidência científica recente publicada na revista Nutrients, que associou o alto nível de fosfato no sangue ao aumento de mortalidade por doença cardiovascular.

Para chegar a essa conclusão, uma meta-análise contou com 25 estudos epidemiológicos, incluindo 126.614 adultos da população em geral. Os resultados forneceram evidências robustas sobre a relação positiva consistente entre concentrações elevadas de fosfato sanguíneo e um risco 44% maior de morte cardiovascular.

Os principais alimentos ricos em fosfatos ou aditivos fosfatados para ligar o alerta vermelho são os refrigerantes, carnes processadas (alguns exemplos são os embutidos, como salames, linguiças, presunto e mortadela), além de temperos prontos, enlatados, bolos e tortas.

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No time dos refrigerantes, as bebidas à base de cola lideram o ranking quanto o assunto é fosfato. Um estudo avaliou o teor de fosfato entre refrigerantes à base de guaraná, de laranja e de cola. A conclusão foi que o teor de fosfato no produto à base de cola chega a superar em três vezes a recomendação diária da substância.

Assim, fica evidente que esses alimentos podem ser tudo, menos inofensivos. Enquanto acreditava-se que os refrigerantes são grandes vilões devido à presença de açúcar, agora, a ciência já concentra esforços para mostrar que existem outras substâncias nocivas no produto, o que o faz ser uma ameaça ao bem-estar.

copos de refrigerantes de cola cercada de gelo em plano de fundo escuro
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Mesmo nas versões sem açúcar, os refris à base de cola seguem como ultraprocessados com alto teor de aditivos químicos que, evidentemente, têm seus efeitos questionados pela comunidade científica.

Não obstante, pesquisadores chineses descobriram que o costume de beber sete ou mais latas de refrigerante zero por semana pode aumentar o risco de desenvolver arritmia cardíaca a longo prazo. Por isso, a regra básica da saúde não aceita outra verdade além da máxima “descasque mais, desembale menos”.

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica

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