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Você sabia que o cigarro pode matar seu cachorrinho ou gatinho?

Resíduos de tabaco espalham-se por todo o ambiente e são capazes de desencadear câncer nos pets

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Vinícius Santa Rosa
1 de 1 - Foto: Vinícius Santa Rosa

O hábito de fumar traz uma longa lista de malefícios: impotência sexual, doenças respiratórias e, em última instância, a morte. A fumaça dos cigarros, no entanto, não apenas faz mal aos seres humanos: os pets também podem sofrer diversas mazelas – chegando a desenvolver câncer de pulmão e narina por conta do vício dos donos. 

O alerta foi feito pela Food and Drugs Administration (FDA) – órgão de fiscalização sanitária dos Estados Unidos. Pesquisa realizada pela instituição aponta que os animais de estimação cuidados por donos fumantes podem desenvolver câncer com mais facilidade. O perigo, inclusive, vai muito além da fumaça. Os resíduos de tabaco se concentram em roupas, móveis, carpetes e até nos pelos de cães e gatos. Esse material é ingerido pelos pets por meio das lambidas.

A questão é, sobretudo, sensível no Brasil. Dados recentes apontam que, hoje, 18,2 milhões de brasileiros fumam regularmente. E, ao mesmo tempo, 62% dos domicílios do país possuem ao menos um cachorro ou um gato, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os riscos da combinação entre cigarro e animais de estimação mudaram os hábitos da dentista Beatriz Galvão, 46 anos. Dona de quatro gatos – Darth, Toy, Jade e Talita – e fumante, ela decidiu não mais pitar dentro de casa e preservar a saúde dos bichinhos.

Sou fumante por opção, mas meus gatos não. Por isso, prefiro fumar na varanda, quando não estão por perto. Mudei meus hábitos porque me preocupo com eles

Beatriz Galvão
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Talita
A gatinha Jade
O gatinho Darth
Toy
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Beatriz Galvão e o gatinho Toy, que já sofreu com asma

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Talita

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A gatinha Jade

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Toy

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Apesar da precaução, o gatinho Toy sofreu com asma – doença respiratória agravada pelo cigarro. Professor de clínica médica de pequenos animais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rubens Antônio Carneiro explica que os bichos de estimação podem se tornar fumantes passivos e desenvolver problemas.

“Existem hipóteses em que o cigarro pode causar câncer nos animais. No entanto, essa doença é multifatorial e o tabaco atua como mais um agravante, principalmente em pets com histórico de problemas respiratórios, como pneumonia ou fibrose pulmonar”, destaca o especialista.

Câncer na cavidade nasal
O estudo da FDA indica que o cigarro tem causado câncer nas cavidades nasais dos pets – pois, segundo a agência norte-americana, o nariz funciona como um grande filtro e retém resíduos de tabaco.

 

Stefani Souza, especialista em oncologia veterinária, relata que os cães com focinhos mais alongados – por exemplo, Pastor Alemão e Yorkshire – são os mais predispostos a desenvolver a doença. “Isso acontece devido à capacidade de filtrar uma quantidade maior de poluentes. No entanto, qualquer animal de estimação exposto cronicamente à fumaça está suscetível a desenvolver o câncer”, conclui a profissional.

A nicotina causa mutação nas células dos animais, gerando uma doença nasal ou pulmonar que pode evoluir para um câncer

Stefani Souza

Felinos que convivem com fumantes, de acordo com dados estatísticos apresentados pela FDA, têm três vezes mais chances de desenvolver linfoma felino – câncer no sistema linfático.

Tratamento caro
Assim como em humanos, o diagnóstico precoce é decisivo para aumentar as chances de cura. Os sintomas mais comuns são sangramento nasal, respiração obstruída, falta de apetite, dificuldades para dormir, deformidades na face e respiração pela boca.

“Os exames de rotina nos pets devem ser realizados regularmente, mesmo sem apresentar nenhum sintoma. A maioria do casos oncológicos é silenciosa e, por meio desse hábito, podemos ter diagnósticos mais precoces e um sucesso maior na recuperação”, alerta Stefani.

iStock

 

Os tratamentos variam de acordo com a complexidade de cada caso ou estágio da doença. A boa notícia é que procedimentos cirúrgicos e sessões de quimioterapia podem curar a enfermidade. No entanto, o custo é bastante alto: chegando a até R$ 7 mil.

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