Sem tempo ruim: tudo que você precisa saber para treinar na época seca
Muito calor e baixa umidade podem dificultar a atividade física nesta época do ano. Veja como driblar o incômodo e potencializar o resultado
atualizado
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Dores de cabeça, boca e nariz secos, olhos irritados e problemas para respirar. Caso você tenha reparado algum desses sintomas e uma maior dificuldade em cumprir a rotina de treinos na academia ou ao ar livre, saiba que a baixa umidade do ar pode ser a culpada.
Os sintomas do tempo seco costumam castigar os praticantes de atividades físicas nesta época do ano e, apesar dos incontáveis benefícios para uma vida saudável, a prática de exercícios físicos pode se tornar uma grande vilã e representar riscos, se não for bem orientada.
Neste período, além do esforço físico que o próprio treino demanda, o corpo humano precisa trabalhar em condições extremas e com a falta de substratos que existem naturalmente no ar. É o que explica o educador físico Rodrigo Naves, especialista em treinamento desportivo da Bodytech.
“A falta desse suporte resulta em condições adversas que o organismo passa a ter que lidar e que não existiriam naturalmente. São elas o aumento excessivo da temperatura corporal e, por consequência, da transpiração, a diminuição da pressão arterial e a redução do fluxo sanguíneo”, elucida. Todos esses fatores influenciam negativamente no rendimento esportivo, de acordo com o especialista.
Enquanto o clima não dá uma trégua, se o plano não é deixar de lado a prática esportiva — sinônimo de saúde e qualidade de vida —, é primordial investir em cuidados específicos para driblar os efeitos da secura.
Conheça seu corpo
O primeiro passo para garantir a prática segura de atividades físicas é estar sempre atento a qualquer sinal do corpo, por menor que ele seja. “Em um ambiente desfavorável, a primeira coisa que temos que considerar é a gentileza durante a execução do exercício”, orienta o personal trainer e diretor técnico da Sociedade Brasileira de Personal Trainers Giuliano Esperança.
Essa delicadeza, no entanto, diz respeito às adaptações do corpo, e não à atividade física em si. “O segredo é estar sempre atento à percepção subjetiva do corpo. Ela pode se manifestar em tontura, dor no estômago ou na cabeça, aumento da frequência cardíaca excessiva, fraqueza, tontura, enjoo e sede extrema. Esteja alerta para alteração que nunca sentiu ao realizar o treino”, completa.
Pegue pesado… Na hidratação
Em qualquer treino na academia e sobretudo ao ar livre, manter a hidratação em dia é primordial para garantir uma prática segura. “A hidratação vem de dentro para fora, e o nosso corpo não funciona como uma caixa d’água. Precisamos manter essa ingestão constante”, ressalta Elaine Moreira, nutricionista e consultora da Linea Alimentos.
Para garantir que não há perda significativa da hidratação durante o treino, a especialista em fisiologia do exercício também ensina um truque: “Antes de começar o exercício, suba na balança. Ao terminá-lo, também. Essa diferença de peso representa a quantidade de água que você perdeu”, orienta. “Para manter a hidratação, eu recomendo repor em 150% o que foi perdido”.
Além da água, a dica é não abusar dos chás diuréticos, queridinhos de quem está tentando desinchar e perder peso. Evite as infusões de hibisco, chás-verdes ou de cavalinha e substitua por alternativas calmantes como chá claro, de camomila ou de erva doce.
Atividades prioritárias
Com os devidos cuidados, qualquer prática pode ser realizada nesta época do ano. No entanto, existindo a possibilidade, incluir um treino de natação ou hidroginástica duas vezes por semana vai fazer uma baita diferença no seu bem-estar durante a seca.
“Atividades aeróbicas, por exemplo, por serem feitas por um período de tempo maior, acabam solicitando uma demanda energética maior para se estabilizar. Porém, isso varia muito em relação ao tempo e a intensidade da atividade”, pondera Rodrigo Naves.
Treinos de menor duração em ambientes climatizados costumam ser mais confortáveis. As atividades na areia, por outro lado, requerem ainda mais atenção, “devido à própria resistência que ela faz no corpo, a instabilidade do ambiente e até pelo resíduo de ‘poeira’ que sobe durante a atividade”, esclarece o educador físico.
De olho no relógio
Outro fator importante na equação é o horário da prática esportiva. Priorize o início da manhã, o fim da tarde e a noite para se dedicar a atividades mais desgastantes. Os horários entre 10h e 15h são os menos recomendados.
Alimentação como aliada
Importante pilar da hidratação, uma dieta rica em fibras, proteínas e carboidratos é fundamental para manter o ritmo em qualquer época do ano. A recomendação da especialista Elaine Moreira é incluir algum tipo de fruta rica em água, como laranja, melancia, abacaxi, melão, kiwi, morango, mexerica e frutas da época — que costumam ser mais nutritivas.
A nutricionista Camilly Gabry Houaiss também adiciona à lista de necessários os alimentos anti-inflamatórios, essenciais para manter o trato respiratório saudável, e os antioxidantes, como as combinações com cúrcuma e gengibre.
“Entre as receitas, você pode procurar misturas como um suco de melancia, com gengibre e chia, ou um suco verde de couve, abacaxi, gengibre e chia. À noite, cai bem uma sopa de abóbora com gengibre. Dá até para colocar uma pimentinha de girassol por cima”, ensina. “A cúrcuma vai bem com o frango ou em formato de shot antes do exercício, com limão e gengibre”.
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