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Saiba por que pessoas sentem enjoo ao viajar de carro e como evitá-lo

A cinetose é bastante comum e pode gerar desconforto em movimento. Entenda o que explica o fenômeno e como dar fim aos sintomas

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Ilustração: Yanka Romão/Metrópoles
enjoo em viagem de carro
1 de 1 enjoo em viagem de carro - Foto: Ilustração: Yanka Romão/Metrópoles

Pegar a estrada e se deliciar com as belas paisagens que moldam o cenário brasileiro, entre curvas sinuosas, colinas e a mudança da flora em cada região do país pode ser sinônimo de paz e tranquilidade para muita gente. Porém, se você é do time que luta pelo banco da frente porque passar longas horas dentro de um carro é motivo de incômodo, tontura e náuseas, saiba que não está sozinho.

O desconforto, bastante comum, é chamado de cinetose. Ele pode ocorrer não apenas em automóveis, mas também em viagens de barco ou de avião. É importante ressaltar que, em virtude do agravamento da pandemia de Covid-19, as autoridades de saúde desencorajam as viagens de qualquer natureza não essencial até que os índices de infecção e óbitos por coronavírus estejam controlados.

Porém, as sensações desagradáveis também podem incomodar a pessoas sensíveis que assistem programas de televisão com movimentos excessivos ou em filmes 3D.

Também conhecido como enjoo de movimento, ele é explicado pelas funções fisiológicas que formam o equilíbrio — resultado da soma de três órgãos principais: labirinto, visão e sistema somatossensorial.

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Como explica Márcio Nakanishi, otorrinolaringologista da Rede D’Or São Luiz, quando há um descompasso entre as três informações, o organismo apresenta os sintomas. Essa desarmonia afeta o equilíbrio, podendo gerar tontura — que é a sensação de desmaio —; vertigem, quando você sente o mundo rodando; a cabeça fica meio aérea; náuseas; mal-estar; excesso de suor e até vômitos.

Imagine que você está girando em uma cadeira, ou em um brinquedo de parquinho. Quando você fica rodando sobre seu próprio eixo e para, o somatossensorial sente que seu corpo está parado, sua visão também está parada, mas a água dos sistemas do labirinto continua se movendo. Dentro de um carro, acontece a mesma coisa.

“Enquanto o labirinto envia para o seu cérebro a informação de que você está em movimento, a sua visão também, porém, o sistema sensorial está parado — sentado no banco do automóvel —, há uma divergência. Estou me locomovendo ou não? E aí você sente a tontura”, ilustra o profissional.

Quando você passa o tempo dentro do carro lendo, ou mexendo no celular, o quadro fica ainda pior. “Além do somatossensorial, a visão também está parada, focada em um lugar fixo. Esse desacordo fica mais significativo ainda”, garante Nakanishi.

Por que nem todo mundo tem o problema?

Embora o sistema seja o mesmo para todos, algumas pessoas têm o labirinto mais “treinado”. É o caso das patinadoras no gelo, ou das bailarinas. “Pessoas sedentárias, em uma montanha russa, ficam muito tontas. Quem tem labirintite, então, sofre muito mais”, pondera o otorrino.

Esse órgão, um dos principais responsáveis pelo equilíbrio, pode ser aprimorado pela reabilitação vestibular. São exercícios criados para deixar o labirinto mais resistente. Há ainda medicações para quem tem extrema dificuldade ou para atenuar os sintomas.

Para diminuir o desconforto

O desencontro de informações, capaz de confundir os sentidos e desestabilizar nosso organismo, pode ser evitado com algumas medidas simples. De acordo com a médica especialista em nutrologia Vanessa Ferreira, “é possível reduzir a sensação escolhendo lugares no veículo onde a amplitude do movimento seja menor, ou viajando com velocidade reduzida, fazendo curvas mais largas e menos bruscas”, ensina.

A cinetose também pode ocorrer em resposta do organismo a algum alimento ou bebida que a pessoa ingeriu previamente e gerou desconforto estomacal. Gestantes, idosos e crianças podem ser mais sensíveis aos movimentos das viagens.

Do ponto de vista da nutrição, a especialista recomenda que a pessoa evite fazer refeições pesadas antes de qualquer viagem. “Não indico beber muito líquido, tampouco álcool que pode fazer piorar o quadro de náuseas”. Bebidas estimulantes, como café e energéticos, também não ajudam.

“Se for fazer uma refeição antes da viagem, ela deve ser rica em grãos e folhas, portanto, leve”, aconselha. Outras opções que podem ser ingeridas durante a viagem: água de coco, sorvetes e salada de frutas. “Tentar encontrar uma posição confortável, relaxar e até dormir pode ser uma boa solução”.

Mulher mexendo no celular no carro
Viajar lendo ou mexendo no celular piora o enjoo

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