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Saiba como lidar com o estresse excessivo do trabalho

A Síndrome de Burnout, que atinge milhões de brasileiros, causa despersonalização, baixa realização profissional e desgaste emocional

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Horários, papeis, prazo, situações do cotidiano que nos tiram do sério. Tem uma hora que dá vontade de surtar! Mas calma, você não está sozinho. De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma), cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout.

Apesar de não haver uma definição clara para o diagnóstico, o psicólogo David Ballard, da American Psychological Association, retrata o desgaste do trabalho como um longo período de tempo em que alguém experimenta exaustão e falta de interesse pelas coisas, resultando em um declínio no desempenho profissional.


A enfermeira Jessica Oliveira, 22, sofreu com a síndrome quando se mudou para São Paulo a menos de um ano para trabalhar no Hospital Albert Einstein. “Eu tinha muitas coisas nas minhas costas, um peso muito grande de funções e não sabia administrar tudo isso”. Como consequência, ela começou a ter irritabilidade e diversos problemas sintomáticos, como dor de cabeça, episódios de vômito e insônia.

A brasiliense procurou ajuda de um psiquiatra e ele a diagnosticou com Burnout. ”Ele me passou medicamentos e orientou que só voltasse para Brasília quando estivesse mais estabilizada”. Hoje, Jessica acredita que a análise foi muito importante para conhecer o seu limite. “Quando estou muito estressada, tento fazer alguma coisa que goste para acalmar. Eu vivia em função do trabalho e esquecia de mim”.

Para o médico Marcelo Reis, 48, os sinais de exaustão surgiram quando ele deixou de obter prazer com atividades que costumava gostar. “Eu tinha fome, mas não tinha apetite. Apareciam os problemas e, ao invés de enfrentá-los, eu fugia deles. A vontade era de enfiar a cabeça em um buraco”. Lidar com o diagnóstico não foi uma situação fácil. ”O médico sempre acha que vai acontecer apenas com os pacientes, nunca com ele”, afirma. 

Ele buscou auxílio na terapia e na religiosidade, e também mudou a abordagem no trabalho. “Você tem de adotar uma metodologia de vida, não é fácil, mas é necessário modificar seu modo de pensar e parar de dar importância a coisas menores”. 


Separamos algumas dicas dadas por especialistas para saber lidar com a síndrome:

Sinal de alerta 
Aquela sensação de não ter mais energia, com esgotamento emocional, mental ou físico, é um sinal claro da exaustão. Isso retira a motivação e paciência, se manisfestando por meio de frustrações, cinismo e outras emoções ruins. Esse estresse crônico interfere na concentração, tornando-o esquecido e incapacitado de resolver problemas e tomar decisões.

Clareie a mente 
Nos últimos anos, tem se falado muito sobre os benefícios da meditação e sua conexão com a mente e o corpo. Existem diversos aplicativos úteis sobre o assunto, como o Headspace, que direciona a atenção para a respiração, ajudando a aumentar a concentração. Observe seus pensamentos sem julgamento, e se você não tiver tempo para meditar ou se sentir desconfortável, a revista Psychology Today aconselha uma caminhada consciente. Junte os passos com a respiração, inspire por quatro etapas e expire no mesmo tempo.

Dê uma pausa
Um dos equívocos quando estamos esgotados é trabalhar mais para voltar ao normal. Isso pode ter um resultado temporário, mas no fim, não é nada recompensador. Para melhorar o desempenho, é necessário dar um tempo para reabastecer a energia mental. Por exemplo, faça uma passeio ao redor do quarteirão, almoce fora do local de trabalho e tome um café.

Se cuide 
Esse é um fator individual, então é importante pensar no que te faz bem. Praticar exercício físico é uma ótima alternativa, pois trabalhar o corpo permite um boa noite de sono, o que tende a nos fazer sentir melhor sobre nós mesmos. A massagem terapêutica é outra opção para reduzir o estresse e ansiedade, reduzindo os níveis de cortisol, o hormônio do estresse na corrente sanguínea.

Faça novos planos 
Participe de atividades desafiantes e interessantes. Algo que você tenha prazer em planejar. Na comunidade científica, tais práticas são chamadas de “metas de aproximação”. Esses objetivos podem desafiar você, dar uma sensação de realização e, naturalmente, aumentar sua energia. Mas requer esforço, por isso, para iniciar, é interessante introduzir uma nova experiência por mês.

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