Refresco doce demais: picolés têm mais açúcar do que o recomendado
Segure o calor por aí. Segundo a Proteste, análise concluiu que maioria das marcas de picolés de chocolate e limão tem mais açúcar do que o limite considerado saudável
atualizado
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Com as temperaturas em Brasília batendo facilmente os 30ºC todos os dias, fica fácil apelar logo para um picolé no meio da tarde para disfarçar o calorão. Mas, antes de atacar o sorveteiro, cuidado. Pode até não ser novidade que a escolha não é a mais saudável para a hora da fome, mas não custa saber também que os níveis de açúcar nas barrinhas geladas pode estar muito acima do recomendado. Em alguns casos, quase o dobro. Uma das marcas teve até coliformes fecais encontrados na composição.
O alerta é do Instituto Proteste, de defesa do consumidor, que acaba de divulgar uma análise feita com picolés de chocolate e limão de oito marcas. Além do açúcar, o instituto analisou a rotulagem, higiene, sólidos totais no produto e análise sensorial, que mede o quanto o produto agradou aos consumidores que degustaram cada um. Para o consumidor, tudo certo: a maioria dos picolés agradou ao paladar do público, o que mostra, ainda segundo a Proteste, que as pessoas estão acostumadas a sabores bem doces.
O que preocupa mesmo é o resultado quantos aos açúcares. Para medir o nível de cada uma das marcas, a Proteste usou os limites estabelecidos pela Agência para Normas Alimentares do Reino Unido (FSA), que considera teor baixo quando a quantidade de açúcar adicionado ao produto não representa mais do que 5% dos açúcares totais (os que já existem no limão puro ou no chocolate, por exemplo), médio quando fica entre 5% e 12,5% e alto quando ultrapassa os 12,5%.
“O que percebemos é que os fabricantes adicionam muito açúcar, usando substâncias como xarope de milho e glicose, mel e sacarose, para realçar o sabor doce dos picolés. Para se ter uma ideia, em todos os picolés no sabor limão, a maior parte do açúcar que eles têm não é proveniente da fruta e, sim, adicionada”, diz o instituto.
Entre os de chocolate, a marca Rochinha, mais presente no estado de São Paulo, se saiu melhor: seu teor de açúcar foi inferior a 5%. Bruna, Ice by Nice e Jundiá foram mal na avaliação. Entre os de limão, os resultados são ainda piores. O Fruto’s, da Oggi, também mais comum na região Sudeste, tem 22% de açúcares adicionados.
No quesito higiene, a Proteste destacou ainda que o picolé da marca Bruna foi o único que apresentou coliformes fecais na composição. Mesmo assim, terminou com avaliação “aceitável” no quesito.
Picolé caseiro
Para fugir dos aditivos exagerados da indústria, o Proteste recomenda que a guloseima seja feita em casa mesmo. Confira as receitas:
Chocolate
Ingredientes
100g de leite condensado
150g de creme de leite gelado fresco
100ml de leite
20g de chocolate em pó
Limão
Ingredientes
Suco de dois limões (coado)
200ml de água
15g de açúcar
Modo de preparo (para os dois sabores)
Bata os ingredientes no liquidificador (para o de limão, basta misturá-los numa jarra). Depois, coloque a mistura em copinhos de plástico de 180 ml ou forminhas específicas para picolés até a altura que desejar. Leve-os ao congelador por duas horas e, então, insira o palito. Em seguida, deixe-os no congelador por mais quatro horas ou até que fiquem totalmente firmes. Retire do congelador só na hora em que for consumir, cortando as laterais do copinho ou puxando o picolé pelo palito, no caso dos moldes.