Reabertura dos parques: infectologista explica como se proteger da Covid-19
Médica aponta riscos aos quais frequentadores estão expostos e dá dicas para proteger a si próprio e a terceiros durante os exercícios
atualizado
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Os parques do Distrito Federal foram abertos nesta quarta-feira (03/06). Um decreto publicado na semana passada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) autoriza os brasilienses a voltarem a frequentar os espaços, interditados há quase três meses, seguinto algumas restrições.
Além do uso obrigatório de máscaras, o horário de abertura dos parques será limitado ao período compreendido entre 6h e 21h. Apenas pistas de corrida e de bicicleta estão liberadas. Áreas de possível aglomeração, como bebedouros, equipamentos de ginástica e banheiros seguem interditados.
De acordo com a médica infecologista Ana Helena Germoglio, apesar de compreender o desejo da população de respirar ar puro depois de quase 90 dias de quarentena, a orientação dos profissionais de saúde continua sendo o isolamento. Isso porque as restrições do governo não são suficientes para fazer com que as pessoas não se contaminem. “É melhor evitar. Do ponto de vista médico, estamos em um momento delicado”, alerta a profissional.
Se o avanço do Covid-19 em todo o Brasil não for motivo suficiente para evitar o parque, quem insistir precisa adotar uma série de cuidados especiais para garantir a própria segurança e dos demais.
“Ir em horário de menor fluxo, sozinho ou na companhia de pessoas que moram com você; não cumprimentar individuos de outros núcleos e continuar adotando os procedimentos padrões de distanciamento social e higienização das mãos”, elenca a médica.
Rastro de contaminação
Pesquisadores de aerodinâmica da Bélgica e da Holanda recomendam que, durante a pandemia de Covid-19, as pessoas mantenham distância de até 20 metros umas das outras em exercícios físicos ao ar livre, a depender da atividade.
Isso porque uma simulação computadorizada conduzida por eles mostrou como as gotículas de saliva emitidas durante esses exercícios ficam no ar logo atrás delas, enquanto se movimentam. Elas podem permanecer no ar por até 10 minutos e contaminarem outras pessoas.
“Por isso o uso da máscara é essencial. Em alguns países da Europa, onde há forte incentivo para o uso de bikes, os cidadãos estão usando face shields para praticar exercícios e diminuir os riscos de contrair coronavírus. É uma boa opção”, valida a infectologista.
A médica alerta que pessoas com suspeita ou qualquer sintoma de Covid-19 não devem, de forma alguma, frequentar espaços públicos. “Precisamos entender que estamos em um momento em que a nossa atitude impacta na vida de outras pessoas”, finaliza.