Pegan: dieta “da moda” combina veganismo com carne
O objetivo é evitar comidas industrializadas, dando preferência a alimentos naturais e proteínas animais criadas fora de cativeiro
atualizado
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Uma nova dieta tem chamado atenção nas redes sociais e parece estar no caminho de ser a próxima aposta quando se fala de vida saudável. Focando no consumo de produtos naturais e minimização do sódio e do açúcar, o peganismo está conseguindo cada vez mais adeptos.
A forma de se alimentar une conceitos de dois movimentos. O paleolítico, no qual os seguidores vivem sem comidas industrializadas, açúcares refinados, grãos e produtos com lactose; e o veganismo, hábito em que não se consome nada de origem animal, como carnes, ovo, leite e mel. “As duas práticas foram fundidas para aproveitar o melhor de cada uma e criar uma dieta equilibrada”, afirma a nutricionista Gabriella Alves.
A alimentação é baseada em frutas, vegetais, leguminosas, oleaginosas e proteínas, especialmente ovos e peixes. A profissional também esclarece que carboidratos de alto índice glicêmico e com glúten são evitados, mas não cortados por completo.
A prática pode parecer contraditória, mas o ponto é dar preferência para vegetais e usar a proteína animal apenas para complementar o prato, compondo cerca de 75% e 25% da refeição, respectivamente. Carnes, ovos, leite e mel consumidos devem ser de boa qualidade, sem hormônios e criados em circunstâncias éticas.
Reduzir a ingestão desses itens também é uma maneira de prejudicar menos o meio ambiente, outro aspecto importante do movimento pegan. Quem adere à dieta não está escolhendo só uma forma alimentar, mas um estilo de vida.
Já Gabriella é a favor do peganismo. “Sua adesão deve ser acompanhada por um nutricionista, pois só um profissional capacitado pode prescrever a dieta individualizada”, adverte.
“O principal e mais importante benefício da pegan é o aumento da qualidade da comida, com a ingestão de produtos naturais e a restrição de itens industrializados e pró-inflamatórios”, defende Gabriella. A prática é especialmente positiva, segundo a nutricionista, para quem tem restrições alimentares, como alergias e intolerâncias a glúten, leite e carne bovina.
De acordo com o Conselho Regional de Nutricionistas, ainda são essenciais mais pesquisas e validações científicas para avaliar a eficácia e os riscos. “Acreditamos, entretanto, se tratar de uma dieta de difícil execução e que pode não suprir necessidades energéticas para fazer atividades físicas”, explica o presidente da organização, Aldemir Mangabeira.
“A prática regular de exercícios e a moderação no consumo quantitativo de comida, principalmente dos produtos menos industrializados, é a conduta mais recomendada para viver uma vida saudável”, conclui o especialista.