Outubro Rosa: saiba onde fazer reconstrução da aréola de forma gratuita
Tatuadores se especializam na área para atender mulheres que tiveram câncer de mama
atualizado
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Apesar de um mês inteiro dedicado à prevenção do câncer de mama, a doença atinge cada vez mais mulheres no Brasil e no mundo. Somente este ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 66.280 novos casos sejam registrados no país. Mas, além do diagnóstico, a saúde mental dessas mulheres também entra em risco a partir do momento que recebem o resultado positivo para a doença, e iniciam o tratamento que pode durar anos.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), divulgados em 2019, os índices de depressão em mulheres com diagnóstico de câncer de mama saltaram de 7% para 25%. Entre os fatores indicados, estão as respostas do organismo em relação ao tratamento e a autoestima que se vê abalada durante o processo.
“Não é só o cabelo da mulher que vai cair. A maioria delas carregam cicatrizes nos seios, perdem as aréolas e, em alguns casos, precisam retirar uma ou duas mamas”, explica Janaína Pimentel, tatuadora e se especializou na reconstrução de aréolas para mulheres que tiveram a doença. “É a autoestima e a feminilidade que está em jogo”, ressalta.
Reconstrução da aréola
O que muitas não sabem é que é possível recuperar as marcas negativas que o câncer deixou. Entre algumas alternativas já conhecidas, estão as próteses e o uso do tecido da própria paciente para dar volume ao seio. No que diz respeito às aréolas e mamilos, principais afetados na cirurgia de reconstrução, tatuadores ou esteticistas atuam para redesenhá-las.
“Todo o processo é feito após o aval do médico em contato com a paciente”, explica Janaína. Em média, é preciso esperar cerca de três meses depois da cirurgia de reconstrução da mama para fazer o desenho com tatuagem, tempo ideal para que a região já esteja cicatrizada.
O primeiro passo do processo é a escolha da cor que vai ser usada para fazer o desenho da auréola.
“Todos os pigmentos são aprovados pela Agência Nacional da Saúde (Anvisa) e vamos fazendo misturas até chegar no tom ideal. Quando só houve a perda de um mamilo, a gente se baseia nele. Quando foi os dois, pego referências de fotos antigas ou, então, algum material que o próprio médico tenha. Caso não tenha nada, juntas a gente cria uma cor que se assemelhe ao tom de pele dela”, detalha a tatuadora.
O processo é indolor e pede de duas a três sessões para chegar ao resultado final. “Na primeira sessão, eu vou com mais cuidado para entender a pele da pessoa e saber quanto ela vai receber ou expelir de pigmento”, conta. A especialista ainda oferece uma sessão de teste para a mulher que estiver mais insegura.
Outro trabalho oferecido por Janaína em seu estúdio é o procedimento com jato de plasma. Com algumas ponteiras que fazem leves queimaduras na pele, esse tratamento estimula a produção de colágeno e fibras elásticas, induzindo a redução da queloide e das cicatrizes. “Em alguns casos, eu indico o trabalho com plasma para ser feito antes da pigmentação”, explica.
Superação
“Quando a gente vê que tem mudado a astral da paciente e sua autoestima, o tratamento até flui de uma forma muito melhor”, conta. “Muitas choram quando conseguem ver o resultado, porque convivem com esses problemas 10, 15 anos sem saber que podem fazer algo ou que tem um tratamento para reverter e melhorar a aparência da mama”, compartilha.
A tatuadora ainda contou ao Metrópoles que largou a profissão de jornalista para se aventurar e abrir seu próprio estúdio. “Tinha uma sala comercial e um amigo tatuador precisava de um lugar para tatuar. E foi assim que começou”, explica. “Comecei a conviver com aquilo e ver, por exemplo, tatuagens que ressignificavam muitas coisas nas pessoas. Então, passei a estudar para ver o que eu poderia agregar para as mulheres. Nessa época que o Rodolfo [Torres] inventou a técnica da camuflagem de estrias. Eu vi aquilo e pensei, ‘eu preciso fazer isso’. E foi aí que eu entrei”, disse.
Encantada com o fato de lidar com a autoestima das mulheres, a especialista começou a fazer cursos na área de estética, como o de micropigmentação. “Foi quando eu comecei a pesquisar para o que eu poderia agregar meus conhecimentos, e descobri a demanda para a recuperação de aréola e sua baixa adesão entre as mulheres que tiveram câncer, porque a maioria nem sabe que isso existe”, relatou.
Outubro Rosa
Pensando em diminuir a desinformação e atingir mulheres que desejam fazer a reconstrução da aréola, Janaína vai oferecer o tratamento de forma gratuita durante todo o mês de outubro. Aquelas que têm cicatrizes causadas pelo câncer de mama e já possuem autorização médica para a reconstrução podem fazer o agendamento. O contato pode ser feito pela direct do Instagram ou pelo WhatsApp (61 99563-8099).
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