Não consegue emagrecer? A culpa é dos comportamentos sabotadores
A coach de emagrecimento Carol Ferrera, que perdeu 75kg, explica como a repetição de ações negativas atrapalha a perda de peso
atualizado
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Para aqueles que desejam emagrecer, mas não conseguem, entender como funcionam os “comportamentos sabotadores” pode ser o primeiro passo. Quem explica o conceito é a coach de emagrecimento Carol Ferrera.
Ela chegou a pesar quase 150 kg e não estava feliz. Tentou dietas, hipnose, acupuntura, vigilantes do peso, remédios, cirurgia bariátrica, acompanhamento com nutricionista, psicólogo e psiquiatra, mas não conseguia manter-se longe da obesidade mórbida.
Até compreender que, antes de dominar o estômago, precisava controlar a cabeça e reprogramar emoções. “Estudei o processo de aprendizagem do cérebro, o processo de prática e repetição”, diz.
Todo mundo pensa que o obeso não tem força de vontade. Pelo contrário, ele tem muita, mas não sabe o que fazer com ela. A sua transformação é proporcional à sua dedicação
Carol Ferrera
Há 6 anos, ela eliminou 75kg e nunca mais engordou. Hoje, dá cursos on-line. Não prescreve dietas nem é psicóloga — e por isso, além de elogios, também recebe críticas em suas redes sociais. Carol explica que divide a própria experiência com pessoas que se identificam com a batalha contra a obesidade. A elas, apresenta os “sabotadores”.
“Muitas vezes nós usamos desculpas para fazer o que sabemos que é errado. Nós nos sabotamos sem perceber. Quando você passa a identificar esses pensamentos, o comportamento muda”, explica.
Os principais sabotadores para Carol Ferrera são:
1. Ser hiperprestativo
“Esse sabotador parece ser inofensivo, mas não é. A pessoa hiperprestativa existe para buscar aceitação. Não me amar faz com que eu busque isso fora. Você passa a ser superlegal, bozinha, faz tudo pelos outros, mas é má com você mesma.”
“A pessoa se coloca na posição de ajudar todo mundo, mas na hora de se ajudar precisa descansar e isso muitas vezes quer dizer comer. O padrão de pensamento do hiperprestativo é: faço tudo pelos outros, eu mereço um agrado. Fortaleça sua autoestima e seu autorespeito.”
2. Vitimismo
“Muitas pessoas que não estão felizes com o próprio peso se colocam como vítimas. Uma das pessoas que oriento ganhava tudo que queria dos pais por ser obesa, para se sentir melhor. Isso gerou um “ganho” em estar gorda e ela não conseguia sair dessa situação. É preciso ter consciência do que você vive, enxergar e admitir a sua dor ao olhar a realidade de frente.”
“Você precisa aceitar que tem uma relação errada com a comida, que enxerga nela sua única fonte de prazer. Mas pare e pense: quanto tempo de prazer você vive quando come? Cinco minutos? O que vem depois? Você pode reprogramar suas emoções para viver um prazer mais duradouro.”
3. Ser hiperatento
“Você é daqueles que quer sempre controlar tudo? O problema é que quando chega na hora de controlar a própria vida, você se sente pressionado por estar sempre alerta e precisa relaxar. Daí, come.”
4. Ser crítico demais
“Você está fazendo uma dieta e tinha que comer duas colheres de arroz. Comeu três e agora vai se autoflagelar como se tivesse feito a pior coisa do mundo. A pessoa começa a dizer que não consegue e desiste de se alimentar corretamente, de fazer exercícios. De tanto repetir que é incapaz, você não consegue realizar mudanças. O problema está em se criticar demais.”
“As pessoas não se elogiam. Para melhorar isso, indico a caixinha da autoconfiança: coloque nela as pequenas vitórias do dia a dia. No fim da semana, você vai ler tudo que conseguiu. A intenção é criar o sentimento de ‘eu sou foda’ ”.