Luz azul de smartphones e tablets acelera o envelhecimento da pele
A exposição à luminosidade dos gadgets também pode afetar a visão e o sono. Especialistas indicam o que fazer para evitar os problemas
atualizado
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Difícil conhecer alguém que, em pleno 2019, esteja imune ao uso dos aparelhos eletrônicos. Facilitadores da vida moderna, os gadgets simplificam a comunicação interpessoal, promovem o entretenimento e funcionam como ferramenta de trabalho para boa parcela da população.
Apesar das mil e uma utilidades, os dispositivos devem ser usados com moderação. Um dos motivos para controlar o tempo gasto em frente às telas é a luz azul. Emitida por celulares, computadores e tablets, a luminosidade é prejudicial à saúde. Especialistas apontam que, a longo prazo, ela é capaz de acelerar o envelhecimento da pele, além de afetar a visão e a qualidade do sono.
“A luz azul provoca alterações nas células responsáveis pela pigmentação, causando manchas, melasma e envelhecimento precoce”, diz a dermatologista Cynthia Dias. Considerada a “irmã” da radiação ultravioleta, a luz é capaz de sensibilizar até a superfície subcutânea da cútis, mais profunda que a epiderme e a derme.
Para evitar os danos à pele, a médica indica criar uma barreira física com o uso de filtros. Ela ressalta que os cosméticos, além de bloquear os raios solares, devem ser anti-luz azul. “A aplicação deve ser feita três vezes ao dia. A alta frequência garante que estejamos protegidos da manhã até a noite”, alerta.
A ingestão de fotoprotetores orais ainda é indicada para dar um boost na proteção. “Diversos estudos comprovam a eficácia dos nutricosméticos, principalmente quando aliados ao uso do filtro”, sustenta.
A oftalmologista Stefânia Diniz atesta que a luminosidade dos gadgets pode prejudicar a visão. “A exposição excessiva à luz atinge a córnea e a retina, podendo desencadear olho seco, vista cansada e até catarata”, revela. Para evitar as lesões, ela sugere lentes com proteção. “Óculos de grau com filtro contra a luz azul é essencial, principalmente para quem trabalha na frente do computador”, pontua.
A especialista frisa que o tempo gasto diante das telas, de fato, deve ser monitorado. “Reduzir o consumo diário dos itens, manter uma boa distância entre os aparelhos e a visão e passar mais horas ao ar livre ajudam a evitar os riscos”, adiciona, garantindo que passeios a céu aberto são benéficos.
Estudos apontam que a luminosidade ainda é nociva ao sono. “Os níveis de melatonina, conhecida como o hormônio do sono, são reduzidos quando se está em contato com a luz dos eletrônicos logo antes de dormir”, afirma o neurologista Nonato Delgado.
De acordo com ele, a exposição noturna à luz acaba gerando um desequilíbrio no relógio biológico do indivíduo, provocando uma série de malefícios. “Usar celulares e tablets à noite gera insônia, perda da qualidade do sono e diversos outros problemas relacionados a uma noite mal dormida, como fadiga e dor de cabeça”, relata.
Visando minimizar os efeitos, o médico aconselha usar os dispositivos em modo noturno sempre que possível. “Aplicando o night shift, o brilho do aparelho torna-se mais amarelado e a luz azul é amenizada. Outro segredo é parar de manusear os eletrônicos três horas antes de ir dormir”, sugere.