Estudo: 92% das mulheres que correm na rua têm medo de assédio
Em um levantamento realizado pela Adidas, foi revelado que as mulheres têm medo do que podem encontrar durante a corrida feita na rua
atualizado
Compartilhar notícia
Em uma nova campanha realizada pela Adidas, a marca de itens esportivos simula uma “Corrida Rídicula”. Nela, mulheres saem para correr na rua com seguranças particulares na intenção de evitar algo comum para aquelas que mantêm este hábito: o assédio.
Em um levantamento realizado pela marca em nove países do mundo, foi concluído que 92% das mulheres entrevistadas temem por sua segurança quando saem para correr. Destas, 51% afirmam que têm medo de serem atacadas fisicamente. Este temor, no entanto, vai muito além da violência física.
Daquelas que afirmaram já terem sido assediadas durante a atividade física: 56% receberam atenção indesejada; 55% comentários sexistas ou atenção sexual indesejada; 53% ouviram buzinas e 50% deles foram seguidas.
Medo real
Para quem tem o hábito de correr na rua, alguns cuidados são primordiais. Entre eles, evitar a utilização de aparelhos eletrônicos que chamem muita atenção e o uso de joias ou outros objetos pessoais de alto valor aquisitivo. Além dos cuidados que são tomados por qualquer pessoa, elas precisam se atentar a outros aspectos.
“Eu evito correr em horários que tenham poucas pessoas na rua ou até mesmo durante a noite”, conta a vendedora Aline Santos. De acordo com ela, relatos como os contados na pesquisa são rotineiros para mulheres que correm ao ar livre.
“Sempre tem um homem que faz comentários sobre o nosso corpo, assoviam e fazem “cantadas” extremamente desconfortáveis”, pontua a moradora de Brasília.
Aline também revela que evita correr com determinados tipos de roupas e nunca usa short e top ao mesmo tempo. “Se a escolha da roupa for esta, os olhares e comentários se tornam mais frequentes. Ainda que seja mais confortável correr dessa forma, não é o look que eu escolho para correr na rua”, salienta.
Prática favorita delas
Apesar do medo, a prática é a mais adotada por elas no Brasil, conforme revela pesquisa feita pela Ticket Sports, considerada a maior plataforma de venda de inscrições para eventos esportivos da América Latina. Em um levantamento com mais de 3 mil mulheres para entender o perfil esportivo delas, a caminhada (23%) e a corrida (18%), foram os métodos mais citados por elas.
“Essas informações podem servir como uma oportunidade para que as marcas e os organizadores de eventos tornem o meio [de competições esportivas] mais confortável e seguro para o público feminino se sentir cada vez mais motivado a ser parte do esporte”, destaca Carolina Abrantes, editora de conteúdo do Ticket Sports.