Doença crônica: como amenizar os sintomas da fibromialgia
Sem explicação, a fibromialgia manifesta-se em qualquer idade trazendo dores tão fortes que podem levar à depressão
atualizado
Compartilhar notícia
Você já ouviu falar sobre fibromialgia? A doença é tão silenciosa que pode levar anos para ser descoberta. Segundo a Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED), trata-se de uma doença crônica que causa dores por todo o corpo durante longos períodos. Sensibilidade nas articulações, músculos, tendões e outros tecidos moles são alguns dos sintomas constantes que podem levar até à depressão.
A síndrome é causada por um descontrole na forma como o cérebro processa os sinais de dor e, geralmente, é genética. Diferentemente do que se pensa, trata-se de uma doença que pode acometer pessoas de todas as idades. A designer Melyssa Guimarães, de 24 anos, descobriu aos 18 anos que suas fortes dores no braço não se tratavam de tendinite, mas sim de fibromialgia.“Eu sempre senti muitas dores no braço e sempre achei ser tendinite. Cheguei a engessar meus braços três vezes, mas nunca melhorava e a dor era constante. Só depois de ir uma vez em outro médico, por problemas na coluna, ele me disse se tratar de fibromialgia. Foi difícil aceitar”, explica Melyssa.
Assim como muita gente, ela não sabia bem o que era a doença crônica nem o que poderia fazer com relação ao problema. “Não me senti bem. Tudo que eu lia é que eu era responsável por me fazer sentir bem e que era algo pra vida toda. Foi desesperador”, completa.
Os sintomas podem ser confundidos com sintomas de outras doenças. Dor generalizada e que não passa, extrema fadiga, dificuldades cognitivas, enxaquecas recorrentes, problemas de memória, problemas de concentração, dormência constante e fadigamento nas mãos e nós pés são alguns dos sintomas mais recorrentes.
Cada paciente sente um dos sinais com mais frequência. Para Melyssa, as dores são mais fortes no trapézio, costas e cabeça – ela sofre com enxaquecas. Já a professora Cláudia Moreira, de 45 anos, sente dores fortes em todo o corpo – muitas vezes a impedindo até de se levantar.
“Sinto os sintomas há uns cinco anos, mas o diagnóstico foi em agosto de 2015. Quando sentia as dores, achava que não passava de cansaço. Me irritava porque eram mais fortes quando o dia estava próximo do amanhecer, não conseguia dormir, me mexer, fazer nada além de me concentrar para passarem as dores”, afirma a professora.
Segundo a Associação Brasileira dos Fibromiálgicos (ABRAFIBRO), a síndrome é de longa duração com flutuações frequentes na intensidade da dor. Não há cura, mas é possível buscar tratamento com um psiquiatra e um médico reumatólogo.
Para a professora Cláudia Moreira, o alívio às dores veio pelo tratamento psíquico, já que os sintomas se manifestam com bastante força em épocas de instabilidade emocional. “Quando descobri se tratar de fibromialgia, fui encaminhada a um psiquiatra em busca de remédios contra a ansiedade”, explica.
Já para Melyssa, a melhor recomendação foi a prática de atividades físicas, apesar de também realizar, em conjunto, um tratamento contra ansiedade. “Para mim, o tratamento mais eficaz são atividades aeróbicas, que liberam bastante endorfina e minimizam a dor.”
A Sociedade Brasileira para Estudos da Dor recomenda algumas práticas diárias que podem contribuir na diminuição das contantes dores:
- Seguir uma dieta bem balanceada;
- Evitar cafeína;
- Manter uma boa rotina de descanso para melhorar a qualidade do sono;
- Acupressão e acupuntura;
- Os casos graves de fibromialgia podem ser encaminhados a uma clínica especializada em dor.