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“Detox” para a vagina se populariza em países como Estados Unidos e Canadá

Alerta: a prática não pode ser considerada um tratamento médico

atualizado

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Imagem colorida de mulher com calcinha verde - Metrópoles
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Recentemente artigos sobre uma possível “detox” na vagina estão se popularizando na internet, pois a moda está pegando em países como Estados Unidos e Canadá. Tratam-se de três pérolas (por dia) feitas de ervas que devem “limpar” a vagina de possíveis bactérias, endometriose, mau cheiro, fibroses e restaurar o pH do aparelho feminino.

O chamado “Herbal Womb Tampons” ou “Yoni Pereals” funcionam como um absorvente interno, mas repartido em três partes que devem ser inseridas juntas. Os sachês redondos — mais ou menos do tamanho de uma bola de gude — são feitos com um material semelhante a uma pequena rede e dentro estão as ervas responsáveis por fazer uma limpeza, equivalente a um “detox”, dentro da vagina.

Reprodução/Metro UK

O “tratamento” parece não ser uma boa ideia. O portal americano Konbini entrevistou duas ginecologistas que afirmaram se tratar de uma ideia “completamente idiota”. A ginecologista Jen Gunter, de São Franciso, recentemente publicou um artigo condenando a prática. “Seu útero não está cansado ou deprimido ou sujo e a sua vagina não está fora do lugar. Nenhum de seus órgãos precisam de nenhum tipo de ajuda ou detox porque eles já são programados para desenvolverem de forma que possam se defender em parceria com o restante do corpo”, ela afirma em seu artigo.

Reprodução/Metro UK
Pérolas detox da marca La Loba para o jornal britânico Metro

 

Em entrevista ao jornal Metro, também americano, a ginenologista Vanessa McKay, do “Royal College of Obstetricians and Gynaecologists”, concorda. “A vagina foi feita para se limpar naturalmente de secreções e não necessita de um ‘detox’. O órgão contém bactérias boas, que estão ali para protegê-la. Se essas bactérias são incomodadas de alguma forma, isso pode levar a uma grave infecção ou inflamação vaginal. Produtos perfumados, sabonetes, gels, antisépticos e sabonetes vaginais podem alterar o pH do órgão e a saúde do órgão, causando irritação”, afirma a doutora.

Outro lado da moeda

A americana Tiara Janté afirmou ter usado o produto para desintoxicar o útero, e postou sua opinião no site Xo Necole. Segundo Janté, que utilizou as “bolas” da marca indiana Embrace Pangaea (usualmente elas são produzidas na China ou da Índia) o detox funcionou perfeitamente. “Me deixou com uma vagina limpa e pequena”.

Entretanto, tais processos intravaginais podem ser agressivos e não devem ser realizados sem orientação médica. Será que essa moda pega? Esperamos que não. Os pacotes podem custar entre US$ 15 e US$ 75 — entre R$ 60 e R$ 304.

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