De futevôlei a beach tênis: entenda o boom dos esportes pé na areia
Com clima de praia, as atividades melhoram o condicionamento físico e ajudam a tornear o corpo. Quem pratica, defende: também é um lifestyle
atualizado
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Sol, pé na areia, uma bebida geladinha, amigos e boas doses de endorfina. Embora a combinação pareça o estilo de vida de um morador de cidade litorânea, nem só da praia vivem os esportes de areia. Prova disso é que a febre do “lifestyle praiano” se espalhou pelo país inteiro, inclusive para quem não tem o mar no quintal de casa.
A prática de esportes como o futevôlei, por exemplo, já vinha crescendo exponencialmente ao longo dos anos, como explica o educador físico Guilherme Lima. “Essas modalidades demandam times menores, são extremamente dinâmicas e contribuem para o bem-estar, por conta da experiência ao ar livre”, defende.
O amor pela areia não é novidade. No entanto, todo esse potencial brilhou especialmente com as restrições impostas pela pandemia, época em que as quadras de areia começaram a pipocar na cidade. O cenário deu abertura para a explosão de outras práticas esportivas, como o queridinho do momento: beach tennis.
A tendência veio para atender os brasilienses que não puderam tocar o mar durante a pandemia, trazendo a praia — e todo o clima que envolve sol, areia e suor — para o Planalto Central. A moda pegou e, ao que tudo indica, eles vieram para ficar.
É tendência
Ao Metrópoles, o diretor da Confederação Brasileira de Beach Tennis, Jorge Bierrenbach, aponta que os números explicam por que, provavelmente, as raquetes e quadras de areia fofa começaram a bombar nos seus Stories do Instagram. Em escala nacional, o número de atletas da modalidade pulou de 2 mil cadastrados pré-pandemia para 4.500, atualmente.
“Observamos que o esporte cresceu muito no último ano, e calculamos que existam pelo menos 200 mil praticantes de beach tennis no país”, estima. Os espaços esportivos dedicados, além da quadra, ao estilo de vida, também se multiplicaram. Em São Paulo, por exemplo, o número de locais dedicados ao tênis de areia cresceu em 66% desde 2020.
Marina Ohno, de 30 anos, conheceu o esporte depois de um término de relacionamento, e em meio a uma crise na vida profissional. Foi querendo experimentar novidades e circular em outros ambientes que ela aceitou o convite de uma amiga para dar uma chance à modalidade.
“Eu adorei de cara e comecei a jogar, depois fui aumentando a frequência por semana, ao perceber que aquilo virou algo que eu amava fazer”, lembra. Com o tempo, a paixão se tornou um caminho profissional, e ela foi trabalhar com marketing em uma das arenas de São Paulo. Depois, veio o convite para ser professora e atleta rumo à categoria profissional do time do Calçadão, na capital paulista.
“O que me encantou nesse universo foi a leveza, fluidez e clima descontraído. É um esporte extremamente prazeroso, quase instintivo que, além de queimar calorias, tem pouca barreira de entrada. Pra mim, beach tennis é vida: não é só um respiro no meio do caos, mas também um colorido com um toque de adrenalina”, diverte-se. “É algo que é tão bom que vicia”.
Na base do condicionamento
Quando se fala em atividade física, os benefícios associados são inúmeros: o corpo muda, o humor melhora e a autoestima vai às alturas. Some ainda as sensações da areia escapando entre os dedos e dos pés descalços, e o resultado é uma gama de vantagens ainda maior.
De acordo com o professor Raimundo Tadeu Monteiro, da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), a areia oferece cerca de 20% a mais de resistência ao movimento, por isso, a prática potencializa o trabalho de condicionamento físico e capacidade pulmonar. “Ainda mais do que os esportes de quadra, a areia traz uma resistência. Esse esforço fortalece a musculatura”, elucida.
Delano Choairy, professor e educador físico da Calango Beach Tennis, comenta que o exercício exige grande esforço de todos os grupos musculares, por isso é um esporte completo — dos membros inferiores com a corrida na areia, à movimentação do braço por conta da raquete, até a estabilidade na areia, que fortalece o abdômen.
“É um esporte dinâmico, divertido, com poucas chances de contusão porque a areia absorve o impacto, e extremamente democrático — pode ser praticado por pessoas de todas as idades, independente do estilo de vida”, defende.
Sem falar, é claro, no alto gasto calórico. Com a movimentação intensa, o praticante pode dar adeus a até 600kcal por hora, dependendo do nível do exercício, o que classifica tanto o beach tennis quanto o futevôlei como dois dos esportes que mais ajudam a secar.
Por ser um esporte de fácil aprendizado, costuma fisgar famílias inteiras, como explica Sérgio Sant’Ana, da escola Beach Tennis Serginho. “É comum ver pais e filhos, casais e amigos praticando juntos”. Porém, “é fundamental buscar profissionais qualificados par aprender os movimentos de forma correta e evitar lesões de cotovelo, ombro e pulso, que podem ocorrer no caso de movimentos errados ou material inadequado”, alerta.
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Tênis de areia
Mistura de tênis e badminton — e com vibe de vôlei de praia — o beach tennis virou febre para quem curte sol, suor e areia. O esporte combina tanto com o estilo brasileiro que poderia ter sido inventado aqui. Contudo, a modalidade surgiu em meados de 1987 na província de Ravennana, na Itália.
As regras são uma mistura do tênis de quadra e o vôlei de praia: a bolinha deve ser rebatida enquanto ainda estiver no ar, por cima da rede de 1,70m, mais baixa que as demais modalidades. A pontuação segue o esquema do tênis, no formato “0/15/30/40”, mas o 40 x 40 é sempre sem vantagem, chamado de ponto decisivo. Quem o faz, vence o game.
Para jogar, basta uma quadra de areia, a rede e as raquetes — especiais para a prática, com preços em média de R$ 700, mas podem até passar dos R$ 2.000.
Mistura de mental, social e físico
Acostumado a praticar futevôlei desde 2019, Pedro Caram, 26, parou com os treinos para se dedicar ao isolamento social de forma mais rígida, e compartilha que os efeitos benéficos para o corpo provenientes do esporte são bastante perceptíveis.
“Eu senti um baque no meu preparo físico. Sem falar no bem que faz para a saúde mental”, adianta. “É um esporte apaixonante, e você começa a pegar o jeito e querer praticar ainda mais. Por mais que a areia exija mais do seu corpo, ao mesmo tempo a sensação é de maciez e leveza”, ilustra.
“É uma atividade física que você usa para extravasar um dia corrido, botar o pé na areia, encontrar gente nova — um exercício fantástico também para o lado psicológico”, completa o brasiliense.
O clima na quadra é bastante descontraído, com música brasileira no som e amigos nas arquibancadas torcendo, todos de pés descalços. O professor da escola Futevôlei Brasília, Daniel de Oliveira, explica que a modalidade exige muito do corpo por ser simples, porém, bastante técnica. “Não é a força que vai te fazer ter um movimento bem feito. Quando ela entra em cena, perde-se o controle da bola. Mas não deixa de ser algo leve, ideal para tomar um sol e curtir em boa companhia”.
Peito, pé, cabeça e ombro
Os primeiros registros da prática de futevôlei são das praias do Rio de Janeiro na década de 1960. Até pouco tempo atrás, o esporte era mais procurado pelos amantes do tradicional futebol ou para quem já tinha familiaridade com a bola. Mas, os benefícios já são descobertos por quem quer começar ou manter uma rotina fitness e, de quebra, melhorar a qualidade de vida. Sem falar em e exibir um corpo bronzeado e cheio de vitamina D.
As regras são similares ao tradicional vôlei de quadra, no entanto: vale tudo menos os braços, antebraços e as mãos. Os atletas circulam na quadra de 9 m de largura e 18 m de comprimento, dividida ao meio por uma rede com 2,20 m de altura.
Nas disputas, é permitido um máximo de três toques na bola, podendo passar para o outro lado do campo, por cima da rede, de primeira, ou de segunda. O jogo é disputado em sets de 18 pontos, sem vantagem.
Onde praticar
- Beach tennis:
Calango Beach Tennis
Endereço: Layback Park (SHTN Trecho 1 Lote 6 e 7 Orla do Lago ao lado da Concha Acústica) e outros 7 pontos na cidade
Aulas: diariamente, das 7h às 20h (a depender da quadra)
Informações: (61) 9 9961-0799 e Instagram
Beach Tennis Serginho
Endereço: Clube do Exército (Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 02, Conjunto 23)
Aulas: segunda a sexta, das 7h às 21h; e sábados, das 8h às 12h
Informações: (61) 9 8129-7711 e Instagram
Beach Tennis Capital
Endereço: Iate Clube, Setor de Clubes Sul e Lago Norte
Aulas: segunda a sábado, pela manhã e à noite
Informações: (61) 9 9204-3431 e Instagram
Arena Total Esportes
Endereço: Clube Motonáutica (SCEN Lote 22/24 – Setor de Clubes Norte)
Aulas: segunda e quarta, às 17h30, 18h30 e 19h30
Informações: (61) 9 8174-4204 e Instagram
Cantinho Beach
Endereço: SHIS QI 26 – Lago Sul
Aulas: de segunda a sábado, das 7h às 22h
Informações: (61) 99613-9637 e Instagram
Beach Tennis Lago Sul
Endereço: Condomínio Privê Morada Sul, Etapa A, Altiplano Leste
Aulas:de segunda à sexta, das 8h às 19h e sábado pela manhã.
Informações: (61) 9 9321-2872 e Instagram
- Futevôlei
Futevôlei Brasília
Endereço: Ascade (St. de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 10, Lote 18)
Aulas: segunda, terça e quinta, das 8h às 19h
Informações: (61) 98404-0488 e Instagram
Grove Futevôlei
Endereço: Parque Bosque do Sudoeste
Aulas: segunda a quinta, às 7h, 8h30, 11h e 12h
Informações: Instagram
Brasília Beach
Endereço: SGAN 910, Conjunto F – Asa Norte
Aulas: segunda e quarta às 9h, 12h, 17h e 19h30; e terça e quinta, às 7h, 9h e 19h30
Informações: (61) 9 9297-4661 Instagram
Arena Total Esportes
Endereço: Clube Motonáutica (SCEN Lote 22/24 – Setor de Clubes Norte)
Aulas: segunda e quarta, às 17h30, 18h30 e 19h30
Informações: (61) 9 8174-4204 e Instagram