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Curso de bordado: uma forma de meditação e autoconhecimento

Juçara Costa é quem ministra as aulas. Ela é de uma família de bordadeiras e descobriu nessa arte um poder de aceitação

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Brasília (DF), 25/08/2017 Juçara Costa – bordado – meditaçãoLocal: 616 sul – Escola Quântica e HolísticaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 25/08/2017 Juçara Costa – bordado – meditaçãoLocal: 616 sul – Escola Quântica e HolísticaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Há quase 20 anos, Juçara Costa quis reinventar suas roupas. Achou em um mercado sacos de açúcar que a inspiraram e criou um guarda-roupa inteiro usando o tecido. “Minha mãe enlouqueceu. Foi quando busquei a memória da infância e pensei em fazer um bordadinho para dar um toque especial”, lembra a artista plástica.

Ela se apaixonou pela técnica e começou a inventar pontos com a linha. Nunca mais parou de bordar. O primeiro vestido, inclusive, segue em construção até hoje: duas décadas depois, ele ainda recebe aplicações e detalhes. Transformou-se em terapia.

Com inspiração nas mulheres, na feminilidade e no histórico de bordadeiras de sua família, Juçara, que é mineira e tem 65 anos, queria provar que todo ser humano tem potencial criativo. Foi aí que, em 2015, ela criou o Desenho Bordado, carinhosamente chamado de DB.

O curso dura 4 meses e é realizado em Belo Horizonte, onde Juçara vive. No final de agosto, ela esteve em Brasília e ministrou um curso de iniciação ao bordado na Escola Quântica e Holística. Juçara ensinou às alunas que não há certo e errado.

Em suas aulas é proibido desfazer o ponto feio, e o avesso deve ser considerado tão bonito quanto o direito. As mulheres aprendem que não são perfeitas, o importante é estar ali, focada no presente.

Na segunda parte da aula, as alunas começam a bordar um manto. Não precisa saber previamente as técnicas. A ideia é que, sem lápis nem rascunho, elas se conectem com sua essência, sosseguem o barulho interno e entrem em conexão com a própria alma. É uma espécie de meditação.

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Ela explica que não é preciso saber bordar para participar do Desenho Bordado. É só seguir a intuição
Bordando, os alunos entram em uma meditação e o resultado é um manto que oferece um abraço concreto a si mesmo
No processo não existem erros, feio nem bonito. O objetivo é explicar que a perfeição não existe
Juçara vai bordando mantos para os filhos. Ela pretende deixar um "abraço concreto"
A atriz e artista plástica começou a ministrar aulas quando percebeu os benefícios do bordado: a intuição fica mais ativa, o barulho interno sossega
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Juçara Costa está bordando um vestido feito com tecido de saco de açúcar há 20 anos. Sem pressa, sem erros, só com a intuição

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Ela explica que não é preciso saber bordar para participar do Desenho Bordado. É só seguir a intuição

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Bordando, os alunos entram em uma meditação e o resultado é um manto que oferece um abraço concreto a si mesmo

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No processo não existem erros, feio nem bonito. O objetivo é explicar que a perfeição não existe

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Juçara vai bordando mantos para os filhos. Ela pretende deixar um "abraço concreto"

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A atriz e artista plástica começou a ministrar aulas quando percebeu os benefícios do bordado: a intuição fica mais ativa, o barulho interno sossega

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Ela veio a Brasília no final de agosto e ministrou um curso de iniciação ao bordado. Sem programar o futuro, ela conta que volta se for chamada

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O diretor Kalluh Araújo; equipe da Escola Quântica e Holística (Mônica Dias, Rebeca Carneiro e Lorena Correia) e Juçara Costa

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“O manto vai falando várias coisas. E ele é um abraço concreto delas para elas mesmas. Uma aluna, por exemplo, está bordando com arame. Eu não vou falar nada, mas quando ela vestir o manto, vai perceber que o abraço está duro, afiado”, explica a artista plástica. Juçara borda mantos para cada um de seus filhos, pega as agulhas e linhas quando pensa neles ou quando está preocupada com alguma viagem.

Apesar da maior parte dos alunos ser mulher e do bordado estar associado à feminilidade, Juçara conta que já foi chamada para ministrar uma vivência a 27 diretores de escolas. “Foi muito rico. A sensação que eu tive é que eles ficaram tão frágeis, cheios de sensibilidade. Se desarmaram”, lembra.

No final, a artista plástica, que também é atriz, apresenta o monólogo “Júlia e a Memória do Futuro”, escrito por Jair Raso e com direção de Kalluh Araújo. Juçara vive uma mulher de 90 anos que se encontra com a morte e revive suas memórias. Depois disso, alunas e professora se sentam para dividir histórias.

Eu brinco que é um curso de autodesconhecimento. Desaprendam tudo o que aprenderam. Quero que cheguem ao final vazios, como uma tela em branco, como um tecido liso

Juçara Costa

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