Cinco dicas para auxiliar quem tem Síndrome do Pânico
A doença pode ser muito bem controlada, possibilitando às pessoas que procuram tratamento especializado mais de 90% de melhora significativa
atualizado
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A Síndrome do Pânico (ou Transtorno de Pânico) atinge cerca de 4% da população, sendo que as mulheres têm de 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver o problema. O sintoma principal é uma enorme sensação de medo e pavor acompanhados de sintomas corporais bastante desagradáveis que incluem batedeira no coração, tremores, aperto no peito ou falta de ar, sensação de irrealidade ou de estar distanciado de si mesmo, tremores, calafrios, sensação de formigamento e medo de morrer.
A origem da doença ainda é discutida, na verdade depende da junção de vários fatores. Em comum, esses fatores apontam para um desequilíbrio nas regiões do cérebro responsáveis pela reação de alarme que todos nós possuímos. Em outras palavras, o cérebro dá uma mensagem falsa de que existe risco de vida eminente, sem que nada de concreto seja o responsável.
A condição, entretanto, pode ser muito bem controlada, possibilitando às pessoas que procuram tratamento especializado mais de 90% de melhora significativa. Às vezes os bons resultados aparecem em poucas semanas de tratamento, outras vezes levam mais tempo. O fundamental é procurar ajuda especializada. Cyro Masci médico psiquiatra, clínico geral e autor dos livros “A Hora da Virada – enfrentando os desafios da vida com equilíbrio e serenidade” dá cinco dicas para ajudar no processo.
1. Não fique muito tempo sem se alimentar. Qualquer pessoa que fique muito tempo sem comer pode passar mal. Mas em quem sofre da Síndrome do Pânico, a baixa de glicose pode desencadear ataques. O ideal é não passar mais que três horas sem se alimentar. O tipo de alimento também conta: comida de baixo índice glicêmico, ou seja, que não sobem os níveis de açúcar no sangue abruptamente. Evite alimentos como doces, barras de cereais e bebidas isotônicas, de atleta. Já frutas como maçã ou pera, entre outros, não fazem os níveis de açúcar no sangue subir tão rápido
2. Pare para respirar. Respirar de modo pausado, controlado, é um excelente meio de “avisar” o cérebro que está tudo bem, que não há motivo para alarme. E o método é muito simples. Inspire pelo nariz por dois segundos, segure o ar por um segundo, e solte o ar pelo nariz ou pela boca no dobro do tempo que inspirou, neste exemplo, por quatro segundos. Para não ter que olhar no relógio, conte os segundos acompanhado da palavra “mil”. Portanto inspire contando “um mil, dois mil”, segure por um segundo (“um mil”) e solte o ar contando “um mil, dois mil, três mil, quatro mil”.
3. Evite cafeína. A cafeína é um excitante e, como o próprio nome diz, pode excitar as áreas do cérebro onde o pânico acontece, facilitando o aparecimento de crises. Bebidas que contém cafeína que devem ser evitadas incluem o café, os chás preto, verde ou mate, refrigerantes a base de cola, além dos alimentos e bebidas energéticas.
4. Aprenda a distrair sua atenção. Boa parte da crise de pânico é gerada pela atenção exagerada aos próprios sintomas. A dica é não ficar observando atentamente os sintomas corporais, o que só aumenta a sensação de pânico. Aprenda a olhar o ambiente ao seu redor, descrevendo em minúcias alguma coisa, como, por exemplo, tudo que está em cima da mesa ou os tipos de carro que estão na rua. No momento da crise essa capacidade de retirar a atenção dos sintomas é um recurso muito valioso, capaz de reduzir bastante a crise.
5. Não acredite em tudo que passa pela sua cabeça. Um dos principais problemas de quem sofre da Síndrome do Pânico é tornar uma catástrofe pequenos acontecimentos e sensações do corpo. Aprenda a discutir com você mesmo, perguntando quais são as provas de que essa catástrofe é mesmo real. No caso dos sintomas de pânico, observe que você já teve crises antes, e que nenhuma delas revelou ser uma doença grave realmente acontecendo. Em poucas palavras, aprenda a não confiar automaticamente no primeiro pensamento que vem à cabeça nos momentos de tensão e de crise.