Bom e barato. Uma pessoa pode economizar até R$ 4,6 mil por ano se comer de forma saudável
Sem essa de que comer bem é coisa de quem tem grana. Uma estudante de nutrição de Brasília chegou a conclusão de que optar por alimentos in natura é bom para a saúde e para o bolso
atualizado
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Chia, castanha importada, alimentos sem glúten, sem lactose, sem açúcar, sem nada, mas que custam muito. Seguir gurus fitness e celebridades pelas redes sociais pode deixar um rombo no bolso no fim do mês. Mas comer de forma saudável, na verdade, é muito mais barato do que se pinta por aí. Principalmente quando comparado a alimentos semiprontos e processados, como salgadinhos e congelados – quase R$ 5 mil a menos por ano, segundo uma estudante universitária de Brasília.
Aline Okamura está no oitavo e último semestre de nutrição no UniCeub. Até o meio do ano, estagiava no Ministério da Saúde e, como procedimento obrigatório da faculdade, precisava entregar um trabalho de conclusão de estágio. O tema – comparar os custos de alimentos naturais com os de industrializados – foi sugerido pelos próprios colegas de trabalho e acabou dando uma repercussão bem maior do que ela imaginava: chamou a atenção de especialistas, do governo e até do Centro de Excelência contra a Fome, ligado à ONU, que chegou a compartilhar o estudo nas redes sociais.
Estudantes de nutrição de Brasília realizam levantamento e descobrem que uma alimentação com base no Guia Alimentar para…
Posted by WFP Centre of Excellence against Hunger on Friday, October 30, 2015
Para o trabalho, Aline pesquisou os custos de alimentos in natura ou minimamente processados – o arroz, feijão e salada de todos os dias – em feiras e sacolões, e os de processados em supermercados. No estudo, detalhou a diferença de preço de uma refeição preparada em casa, como manda o Guia Alimentar do Ministério da Saúde, para uma mais prática, mas pouco saudável.
Um jantar à base de arroz, feijão, frango, abobrinha, cenoura e cebola, por exemplo, custa para o consumidor algo em torno de R$ 2. Já uma pizza pronta e um suco de caixinha sai a pouco mais de R$ 6, ou 70% mais caro que a opção saudável. Em um mês, a economia chega a R$ 387. Em um ano, R$ 4.654,80 – quase seis salários mínimos.
“Queria desmistificar essa história de que alimentação saudável é alimentação cara. As pessoas acreditam nisso provavelmente por conta do marketing ligado aos superalimentos, com rótulos anunciando vitaminas, minerais, alimentos light ou diet, todos produzidos pela indústria”.
comenta a universitária.
Quando foi divulgado, em agosto, o estudo logo chamou a atenção do Conselho de Segurança Alimentar, ligado à Presidência, e depois se espalhou pelas redes sociais. Para Aline, a repercussão é positiva porque tem gerado debate na população. “A ideia é que as pessoas parem e observem o que estão comprando no supermercado. Se além de barato, é saudável”, comenta.