Aula no metaverso e eletroestimulação: conheça poder do treino hi-tech

Importante facilitadora da vida moderna, a tecnologia pode (e deve) ser aliada do bem-estar. Os smartwatches, por exemplo, vieram para ficar no pulso dos praticantes de atividades físicas. Além de determinar as calorias queimadas em um treino, o relógio inteligente, na tradução do inglês, é capaz de medir o batimento cardíaco e, assim, salvar vidas por meio da detecção precoce de doenças respiratórias e infartos fulminantes.

Academias especializadas em eletroestimulação também ganham espaço no Brasil. Com a promessa de trabalhar 350 músculos ao mesmo tempo, trazendo o resultado de duas horas de malhação em apenas 20 minutos, elas remetem aos centros fitness da década de 1940.

À época, os aparelhos literalmente malhavam pelas pessoas. As mulheres, muitas vezes a bordo de saltos altos e com revistas em mãos, saiam dos treinos sem uma gota de suor sequer em seus collants. No entanto, ao contrário dos estúdios de musculação do passado, as academias modernas têm campanhas publicitárias não apenas atrativas, mas embasadas cientificamente.

Eletroestimulação

Desenvolvido na Alemanha e com resultados comprovados pela ciência, o método têm seis benefícios principais, segundo Jorge Luís, coordenador da Tecfit — rede brasileira de academias especializadas em eletroestimulação com mais de 40 unidades espalhadas por estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

São eles:

• Aumenta a força muscular e tonifica os músculos;
• Trabalha 100% a fibra muscular — nas academias convencionais, estimula-se apenas 50%;
• Traz resultados rápidos, como redução de medidas, celulite e retenção líquida;
• São realizados por meio de equipamento de alta tecnologia que não oferece risco de lesão e melhora a postura;
• São individuais ou em dupla, com total acompanhamento de um EMS-COACH qualificado;
• Duram 20 minutos e requerem apenas exercícios com o peso corporal do aluno.

De acordo com o profissional, à frente da unidade da academia no Lago Sul, em Brasília, os treinos não são dolorosos e trazem resultados significantes em apenas um mês. “Ao longo das aulas, os alunos são instruídos a realizar movimentos funcionais, como agachamento e remo, potencializados pela contração involuntária do músculo provocada pela nossa tecnologia, acionada por meio de um colete”, explica o profissional.

Ideal para quem tem pouco tempo de malhar, a técnica com duração de apenas 20 minutos é contraindicada para grávidas e pacientes com câncer, esclerose múltipla, problemas neurológicos e marca-passo. Na rede de academias em questão, a mensalidade custa a partir de R$ 550.

A técnica é aprovada pelo médico especialista em medicina esportiva Páblius Staduto Braga, editor associado da Revista Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. “A eletroestimulação traz bons resultados, mas pode provocar um desgaste físico acentuado em algumas pessoas. Por isso, o acompanhamento de um profissional é importante”, adverte o ex-vice-presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Exercício e do Esporte (Spamde).

“O treino é rápido e intenso. Solução perfeita para quem não tem tanto tempo para fazer as atividades físicas ou acaba de retornar à vida ativa”, relata Paulo Lessa, médico especializado em medicina integrativa e praticante da modalidade desde 2020.

Aulas no metaverso

Consideradas a evolução dos treinos on-line, as aulas de ginástica no metaverso são uma forte tendência, conforme destaca a consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs e autora do e-book O Metaverso Simplificado, Caroline Kalil. “Por meio de um avatar conectado a óculos 3D e sensores corporais, os praticantes de treinos no metaverso podem vivenciar quase as mesmas sensações que teriam em uma aula de ginástica no mundo real”, elucida.

O ponto alto dessa novidade é poder interagir com indivíduos ao redor do mundo no instante da malhação. “Se você tem uma prima que mora no Canadá e também é usuária do metaverso, por exemplo, vocês podem entrar nesse ambiente e ter uma experiência andando de bicicleta na Riviera Francesa ou escalando o Monte Everest. Há um leque grande de opções”, revela a especialista.

As ferramentas desse universo virtual são capazes de enganar o cérebro e trazer sensações bem próximas às reais, nas palavras de Kalil. “É mais uma alternativa que as pessoas têm de conhecer amigos e se exercitar. São experiências muito interessantes. Ontem, para exemplificar, eu fiz uma aula de box em que competi com outros esportistas. Foi muito bacana”, relata.

Nos treinamentos realizados a distância, os participantes aprendem com professores por hologramas ou realidade aumentada. Assim como em academias convencionais, há mensalidades ideais para alunos com diferentes estilos de vida.

Aplicativos com inteligência artificial

Os aplicativos voltados ao bem-estar se consolidaram durante a pandemia de coronavírus — e vieram para ficar. “Por meio de aplicativos e relógios com inteligência artificial, é possível monitorar os sinais vitais e acompanhar a evolução nos treinos. Cada vez mais tecnológicos, eles são capazes de analisar fatores essenciais para a manutenção da saúde”, revela o médico especialista em medicina esportiva Páblius Staduto Braga.

Ele diz, no entanto, que os recursos não devem substituir o encontro presencial com médicos.

Membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o nutricionista Fabrício Ribeiro faz coro à fala de Páblius. Para ele, os apps são aliados do processo de emagrecimento e ganho de massa muscular, mas não substituem as consultas médicas. “Os aplicativos democratizam o acesso à informação e podem auxiliar até na triagem do paciente na hora da consulta médica”, frisa o profissional, que trabalha com o auxílio de uma assistente virtual.

Ele indica cinco aplicativos para quem deseja controlar o gasto calórico e melhorar a alimentação. São eles: Desrotulando, MyFitnessPal, Lifesum, WebDiet e FatSecret.

Drenagem hi-tech e demais procedimentos estéticos

Melhor amiga de quem deseja desinchar, combater a retenção líquida e reduzir medidas, a drenagem linfática tradicional também ganhou um upgrade. Batizada de pressoterapia, a versão atualizada do procedimento cobre a perna, os braços e o abdomên com um material especial que pressiona o corpo de maneira ritmada, desinchando o organismo.

O método, que ainda atua contra as celulites, pode ser realizado em clínicas de estética ou fisioterapia, desde que com o acompanhamento de um profissional gabaritado. A sessão custa, em média, R$ 170 e dura aproximadamente 40 minutos.

Um porta-voz da clínica Corporeum, de Brasília, também menciona a soroterapia e o CM Slim como aliados tecnológicos do processo de emagrecimento e ganho de massa muscular. “De acordo com estudos, a aplicação de aminoácidos favoráveis ao shape via intravenosa chega a ser até 80% mais eficiente do que a ingestão via oral. É ideal para pessoas que levam um estilo de vida atleticamente ativo ou que buscam o ganho de massa muscular. As vitaminas atuam na restauração da energia e ajudam na recuperação muscular”, garante.

Já o CM Slim provoca contrações musculares involuntárias, desencadeando a liberação de ácidos graxos livres que quebram os depósitos de gordura e aumentam o tônus e a força muscular. “O processo é muito semelhante ao de exercícios, mas com um resultado superior em menos tempo e sem esforço. Apenas 30 minutos de CMSlim equivalem a mais de 20 mil contrações musculares na região tratada, podendo ser ela abdômen, glúteos, braços, posterior e anterior de coxa”, finaliza o porta-voz da clínica.