Animais podem ter o mesmo humor e as mesmas doenças dos donos
Um dos estudo mostra que os gatos, por exemplo, percebem o humor da pessoa e mudam seu comportamento em função disso. Os bichos também pode acabar adquirindo as doenças dos seus donos
atualizado
Compartilhar notícia
Cães e gatos são companhias frequentes em muitas casas brasileiras. Parceiros e sensíveis, os animais são capazes de sentir o ânimo do dono, se estão felizes ou tristes, saudáveis ou doentes, e – por incrível que pareça – alguns bichos acabam ficando com a mesma doença do dono.
Um estudo realizado na Universidade Oakland, em Michigan (EUA), e publicado na revista Animal Cognition, encontrou as primeiras evidências sólidas de que os gatos são sensíveis aos gestos emocionais humanos.
Na pesquisa, psicólogas estudaram 12 felinos e seus respectivos donos. Foi possível perceber que os animais se comportavam de maneiras diferentes quando o dono sorria ou quando exibia uma expressão triste.
Quando o humano fazia expressões alegres, o animal aumentava significativamente os comportamentos “positivos”: ronronando, esfregando-se ou se aninhando no colo do dono. Eles também passavam mais tempo perto da pessoa quando a mesma aparentava estar contente, do que quando parecia triste.
Os gatos também foram apresentados a estranhos e na presença deles tiveram o mesmo comportamento positivo, independente se a pessoa estava com expressão triste ou feliz. Concluiu-se que: eles tem a habilidade de “ler” as expressões faciais humanas e que aprendem isso com o tempo.
A pesquisa revela que os felinos estão em sintonia com as emoções humanas. Mas o amor pode no fundo ser interesse. Existe uma pequena probabilidade do gato ter aprendido a associar o bom humor do seu dono a recompensas, já que quando as pessoas estão felizes as chance de mimar o bichinho aumentam.
Em relação aos cachorros, há muito tempo a ciência comprou que eles são bons em identificar os gestos das pessoas. Eles respondem diferentemente a rostos alegres e zangados. Em parte, isso acontece pelo fato de suas reações serem mais óbvias. Um estudo realizado em 2011 mostrou que os cães evitam alguém que pareça estar com raiva, não se limitando a apenas uma linguagem corporal.
Bichos podem desenvolver a mesma doença do dono
Mas os animais não conseguem ler apenas linguagem corporal. Há algum tempo, cães e gatos sofrem de obesidade, diabetes, doenças no coração, câncer e outras patologias – iguais aos humanos. E pesquisas estão investigando a possibilidade dos animais realmente adquirirem as doenças dos donos.
Afinal, pets e pessoas dividem a mesma casa, hábitos, muitas vezes até a mesma comida. Agora, os pesquisadores estão examinando o papel que os poluentes e outros fatores ambientais desempenham nestas doenças duplas.
Em parceria, médicos e veterinários do Instituto Nacional de Câncer de Maryland, do Centro de Câncer Animal da Universidade Estadual de Colorado, da Universidade de Massachusetts e da Escola Cummings de Medicina Veterinária da Universidade Tufts começaram a trabalhar em conjunto para identificar fatores de risco comuns, tais como pesticidas, poluentes do ar, fumaça de cigarro e produtos químicos domésticos.
Trabalhando há algum tempo em clínicas, a médica veterinária Ana Catarina Valle percebeu que, de alguma forma, os animais estavam assumindo as doenças que se manifestavam em seus donos. Ela acredita que o padrão vibracional entre os donos e seus pets torna a constatação aceitável.
“Certa vez, recebi um paciente encaminhado por outro colega, na qual a queixa principal era que o animal estava com cistite de repetição que não melhorava com nada e acreditava que a homeopatia poderia ajudá-lo. De fato, em um primeiro momento ajudou bastante. Mas seis meses depois, a responsável pelo animal ligou se queixando que os sinais clínicos da doença haviam voltado. A partir daí, comecei a estreitar as conversas com ela, até que descobri que a mesma também tinha cistites de repetição e que, nessa ocasião, estava em sua pior crise”, conta a médica.
A veterinária acredita que essa relação entre os animais domésticos e seus donos cria uma nova percepção de atendimento, na qual é necessário muito mais que conhecer uma especialidade médica. É preciso compreender a dinâmica que existe entre os pets e seus donos para realmente chegar a causa base dos problemas e não apenas tratar sintomas, como é feito hoje em diversos casos, principalmente nos crônicos.
“É necessário entender o processo de adoecimento do organismo, porque ninguém fica doente do dia para a noite. Passamos por alguns estágios até o desenvolvimento de uma doença autoimune ou até mesmo de um câncer. Donos ansiosos podem passar tal ansiedade para seus animais de estimação, assim, se eu não encaminhar o dono para um possível tratamento com profissionais especializados, não poderei tratar o cão ou o gato, por exemplo”, explica a Ana Catarina.