Tattoo na cabeça? Conheça alternativa acessível ao transplante capilar
Micropigmentação específica para couro cabeludo mimetiza folículos de maneira natural e custa 25% do valor de um implante
atualizado
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Bancar os altos custos e enfrentar o pós-operatório delicado de um transplante capilar não é a única maneira de combater a calvície, problema que atinge principalmente o sexo masculino — metade dos homens acima de 50 anos sofre com a perda dos fios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Disponível nas principais capitais do Brasil, a micropigmentação específica para o couro cabeludo também cumpre o papel de camuflar a alopecia e atrai pela relação entre custo e benefício: ela usa pigmento para mimetizar o folículo piloso, dando clara sensação de volume. O preço, por sua vez, é o equivalente a 25% do valor de um implante.
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD-DF), Rosa Matos, esmiúça o procedimento, ainda pouco difundido no país. “A micropigmentação capilar é uma técnica sofisticada de camuflagem em que um profissional habilitado realiza tatuagem cosmética para dar impressão de volume ao couro cabeludo”, elucida.
“No entanto, é importante ressaltar que essa tatuagem é bem diferente da convencional. Ela é realizada em padrão pontilhado, com profundidade e pigmentos específicos”, complementa a dermatologista.
Membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), o tricologista João Gabriel Nunes, especializado em transplante capilar, reconhece a segurança da micropigmentação, uma técnica minimamente invasiva. “Considero o procedimento uma opção segura, desde que sejam seguidas as normas corretas, pois trata-se de um processo muito artesanal”, sinaliza.
Valor convidativo
Segundo o especialista em micropigmentação capilar Tiago Isaac, de Brasília, o procedimento custa apenas um quarto do valor de um implante. “Em média, a técnica sai por R$ 5 mil, enquanto o preço do transplante gira em torno de R$ 20 mil”, revela.
Além do montante, é necessário custear retoques da tatuagem, que perde a vivacidade com o passar dos anos. “Normalmente, o paciente precisa fazer um retoque após três anos. Cada demão custa R$ 1,5 mil”, conta Isaac.
“O tempo exato de retorno ao consultório é incerto, já que varia de acordo com o organismo de cada pessoa”, explica ele, afirmando que o pigmento usado na técnica não adquire tom azulado com o tempo, e sim uma coloração acizentada — mais parecida com cabelo. “Alguns pacientes até preferem o tom mais desgastado”, relata.
Outros diferenciais da técnica e cuidados pós-procedimento
Realizado geralmente em quatro sessões de três horas cada, o método requer uma agulha mais fina que a usada na tatuagem convencional e atinge uma camada mais superficial da pele. “Por isso, o pós-procedimento é tão tranquilo”, ressalta o especialista.
De acordo com ele, tudo que o paciente precisa fazer depois da intervenção é ficar três dias sem molhar diretamente a região tatuada e, quando precisar lavar, usar água fria e shampoo de bebê, o mais sensível que existe. “Usar boné e protetor solar quando for expor o couro cabeludo ao sol também são cuidados interessantes”, adiciona Isaac.
Pomadas e medicamentos de uso tópico não são necessários. “Isso porque a camada da pele atingida durante o procedimento é realmente mais superficial do que a afetada em tatuagens tradicionais”, esclarece.
A técnica também é muito recomendada para pacientes com cicatrizes na cabeça.
Fim do implante?
“Não, a micropigmentação não culmina no fim do implante. Ela dá impressão de maior volume capilar, mas jamais substituirá o efeito natural da cirurgia”, alerta a presidente da SBD-DF. “De perto, é possível visualizar que os fios não são reais”, acrescenta.
O tricologista João Gabriel Nunes faz coro à fala da dermatologista. “A micropigmentação está em alta, mas definitivamente não substitui o implante. Ela é muito bem-vinda em alguns casos, como de pessoas com rarefação capilar. A técnica também é muito interessante quando aplicada após o transplante”, destaca.
“Por mais que existam cirurgias muito avançadas, quando o paciente possui uma área doadora limitada por já ter calvície em grau avançado, não é possível desenvolver a densidade capilar que a pessoa tinha antigamente. Então, nesses casos, a micropigmentação entra como ‘a cereja do bolo’, trazendo um diferencial para o resultado final”, incrementa o médico, salientando que a escolha de um bom profissional é a chave para o sucesso do procedimento, de difícil remoção caso o resultado não saia como o esperado.
Contraindicações
Tiago Isaac afirma que não realiza o procedimento em grávidas, menores de idade e pessoas com feridas ou alergias no couro cabeludo.
Depoimento
O empresário Rivelino Barros, de 51 anos, declara que a autoestima melhorou consideravelmente desde que realizou a micropigmentação a algumas semanas atrás.
”Sou um novo homem! Comecei a perder cabelo aos 35 anos e até cogitei fazer o implante, mas desistir após acompanhar o pós-operatório difícil de um colega”, revela.
Ele afirma ter visto resultados logo na primeira sessão. “Não senti dor durante o procedimento e sai do consultório feliz. Recomendo para todos os amigos”, finaliza.
Na capital, outros profissionais realizam a técnica, como os especialistas da Skalp. No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a micropigmentação capilar é mais difundida, também há diversas clínicas que oferecem o serviço.
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