Sul-coreanas lançam movimento contra a ditadura da beleza
Pelo menos um terço delas já fizeram plásticas, de acordo a consultoria internacional Euromonitor
atualizado
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As sul-coreanas já não querem mais perder horas no espelho se maquiando. Por esse motivo, elas lançaram um movimento com a hashtag #SemEspartilho, que se espalhou nas redes sociais. A ação refere-se a uma luta contra a ditadura da aparência e a imposição de usar maquiagem.
Elas são as maiores consumidoras de cosméticos do mundo. O setor de beleza da Coreia do Sul movimentou cerca de US$ 13 bilhões (aproximadamente R$ 48 bilhões) em 2017, de acordo com o estabelecimento de pesquisas em varejo Mintel, além de ser líder na Ásia entre aqueles com a maior quantidade de pessoas que já fizeram algum tratamento estético.
O vídeo que se tornou símbolo do movimento já foi visto por quase 6 milhões de usuários. Ele mostra a vlogger Bae Lina se maquiando em silêncio, enquanto na tela desfilam mensagens ofensivas sobre sua aparência. Confira no link abaixo:
A youtuber Cha Ji-won é uma das integrantes da nova geração feminista. A jovem aderiu ao movimento cortando o cabelo bem curto e jogando na lixeira todos os seus itens de maquiagem. Ela contou ao jornal britânico The Guardian que a atitude gerou comentários maldosos da própria mãe. “Ela disse que eu pareço com um menino agora”, diz a garota.
Em abril deste ano, a jornalista Im Hyun-joo gerou muita discussão após apresentar o jornal de óculos, algo inédito para o país. “Quis mandar um recado para a sociedade”, explicou depois.
A Coreia do Sul é um país patriarcal no qual a palavra feminista é considerada uma afronta. A professora de estudos femininos da Chung-Ang University de Seul relatou a revolução para o jornal The Guardian. “As mulheres sul-coreanas estão experimentando a liberação e, quando vivem algo desse tipo, jamais voltam atrás. É uma iniciativa para mudar o status delas de subordinadas aos homens”, afirmou.