Saiba como o DIU pode agravar a acne e veja como resolver
Por conta das mudanças hormonais, é comum que mulheres passem a apresentar mais inflamações na pele. Veja os cuidados necessários
atualizado
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Quando se fala em método contraceptivo, a pauta vem sempre envolta em alguma polêmica: nenhum é 100% eficaz, e boa parte deles acompanha uma lista extensa de efeitos colaterais. Em busca de uma alternativa mais segura e com menos contraindicações, muitas mulheres se despediram da pílula anticoncepcional para aproveitar os benefícios dos dispositivos intrauterinos (DIU).
Com a mudança, se você reparou um aumento no número de espinhas no rosto, saiba que o problema é perfeitamente normal, embora não aconteça com todas as pessoas que colocam o dispositivo. Até a cantora Marília Mendonça compartilhou com seus fãs, na última semana, que está lutando contra as inflamações na face.
“Seca uma e nascem oito. Não paro de ter espinha. Eu uso DIU por motivos de fluxo, e [a acne] não para. Minha pele, mesmo cuidando direitinho, fazendo tudo certinho, todos os protocolos, não para. Ah, e cuidando da alimentação também, e bebendo muita água, porque eu bebo água o dia inteiro”, desabafou.
Sinais do corpo
No caso da artista, o que acontece é que o mirena atua liberando progesterona no corpo. Esse é o hormônio da segunda fase do ciclo menstrual, que causa os efeitos clássicos da TPM: oleosidade na pele, estresse e mudanças de humor.
Contudo, ele é utilizado em quantidades muito pequenas, como explica a ginecologista especialista em endometriose Jordanna Diniz. “Embora ele tenha esses pequenos efeitos, não causa danos colaterais graves como a trombose, por exemplo, e é um excelente método de barreira e hormonal”, garante.
Para mulheres que já lavam o cabelo todos os dias, ou tem um quadro de acne acentuado, a especialista conta que encaminha a paciente para um tratamento conjunto, aliado à dermatologia.
O DIU de cobre, por outro lado, que atua apenas como método de barreira, ou seja: não tem nenhum tipo de hormônio associado. O que ocorre é um retorno às características naturais do organismo, trazendo à tona alguma “disfunção hormonal não controlada”, como explica a ginecologista.
“Ao contrário do mirena, nesses casos a acne não é culpa do DIU. É alguma desordem prévia que foi mascarada por outro tipo de hormônio”, elucida.
Como tratar
O processo natural de adaptação do corpo costuma durar por volta de 6 a 9 meses, no caso de quem coloca o mirena, e de 3 a 6 para quem usa o dispositivo de cobre.
Para amenizar o incômodo nesse período, ou conter os efeitos prolongados por conta do fluxo de substâncias próprias do corpo, a dermatologista Fernanda Seabra recomenda o uso de remédios orais e medicamentos de uso tópico, com efeito secativo.
Além disso, algumas mudanças podem ser feitas na rotina de skincare, desde que combinadas com seu dermatologista.
“Costumamos recomendar sabonetes específicos para esse tipo de pele, que atuam retirando a oleosidade sem conferir um aspecto ressecado, e os cremes noturnos para diminuir a acne. Além, é claro, do filtro solar”, elucida.
Outros cuidados envolvem uma higienização correta da face antes de ir dormir, enxaguar bem e evitar esfregar a toalha no rosto, para não causar irritações e até linhas finas. Dê batidinhas na cútis e aplique o creme secativo específico ainda com a pele úmida, o que potencializa a absorção.