Saiba a diferença entre acne hormonal e por estresse (e como tratá-las)
Com agentes causadores diferentes, a acne que permanece após o fim da adolescência merece atenção e cuidados adequados
atualizado
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Reconhecida por surgir naturalmente na adolescência com a puberdade, a acne é uma doença inflamatória que pode ser ocasionada por uma série de fatores, desde mecanismos genéticos até alterações hormonais. Mas quando as turbulências da juventude já passaram e as erupções cutâneas permanecem, a inflamação pode ser um sinal de alerta para outras questões importantes no organismo.
De acordo com a dermatologista Alessandra Romiti, coordenadora do departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o primeiro passo é compreender as causas da inflamação, para depois tratá-la. No caso da adolescência, o surgimento de espinhas é um processo natural, “algo que não significa um desbalanço, porque pode acontecer com todo mundo”.
A chamada acne hormonal, por outro lado, é mais comum em mulheres a partir dos 25 anos e tem como causa principal alguma alteração nos hormônios sexuais femininos. Doenças como a síndrome do ovário policístico, por exemplo, podem estar por trás da explosão de espinhas no rosto.
Geralmente, a acne pode surgir tanto na região facial quanto em outras partes do corpo. Contudo, o quadro hormonal tem como particularidade uma maior incidência na área inferior do rosto, entre a mandíbula e o queixo.
“Ela tem uma localização diferente da acne habitual, e a pessoa pode ter outros sintomas, como aumento de pelos, queda de cabelo e outros sinais que podem dar uma dica de que a paciente tem alguma alteração endócrina”, pondera a dermatologista.
Fatores psicológicos
Outro agente que influencia o aparecimento das erupções na pele é o estresse. Alterações psicológicas podem deixar os sentimentos à flor da pele, proporcionando o surgimento ou o agravamento das lesões, inclusive com maior manipulação das espinhas, o que provoca cicatrizes.
Nesse caso, o elemento por trás da acne no organismo também tem origem endócrina, a partir das “alterações no hormônio cortisol, que pode tornar irregulares todas as funções hormonais do organismo”, explica Alessandra.
Quando as pessoas estão estressadas, há uma tendência para mudanças na alimentação, e elas “querem comer o mundo”, diz a especialista. Como a dieta também desempenha papel primordial, e uma alimentação rica em carboidratos frequentemente se reflete em espinhas no futuro, é importante estar atento ao que você coloca no prato.
Parte do tratamento reside em encontrar maneiras de balancear a alimentação e retirar o excesso de certos componentes associados à acne, como carboidratos, gorduras e açúcares, assim como alguns suplementos de academia que tendem a agravar o quadro.
Como tratar?
Para resolver o problema de forma definitiva, não tem como fugir da consulta médica. O diagnóstico, em ambos os casos, precisa vir acompanhado de outros exames, e tudo depende dos resultados de cada organismo. “É preciso tratar também a causa, algo específico para cada caso”, explica Alessandra.
Dependendo do quadro, o dermatologista pode receitar tratamentos em gel, sabonetes específicos, realizar procedimentos com associação de tecnologias e até medicações orais, de acordo com a extensão do problema e com o diagnóstico.
“Quando a espinha não é tratada precocemente e evolui para cicatriz, é mais difícil resolver o problema. Fora casos muito graves, o principal efeito negativo da acne é a redução da autoestima”, pondera.