Queda de cabelo? Tratamento deve começar pelo intestino
A saúde dos fios fica comprometida quando digestão e absorção de nutrientes importantes não são feitas corretamente
atualizado
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Há um dito popular que diz: “os cabelos são a moldura do rosto”. Curtos, longos, encaracolados, crespos ou lisos, eles mexem com a nossa vaidade, e ver os fios caírem não é nada agradável.
Mudamos o shampoo, o condicionador e até a maneira de lavar as madeixas, acreditando que o problema será resolvido, mas ele pode estar onde menos imaginamos: no intestino.
A nutricionista Flávia Mantovani sinaliza que a saúde intestinal é fundamental para a vitalidade dos cabelos, unhas e pele. “Se eu não estiver fazendo a digestão adequada, a absorção de nutrientes será comprometida”, explica. A profissional lembra que, na maioria das vezes, os pacientes só percebem a má alimentação quando o cabelo começa a cair e as unhas estão quebradiças.
Pessoas que têm alimentação com excesso de farinha refinada, fast-food e gordura sofrem de aumento do estresse oxidativo – mais radicais livres – e, consequentemente, não terão o cabelo saudável, garante Flávia.
Azia, constipação, refluxo e sensação de estar empanzinado são alguns dos sinais de alerta ao mau funcionamento do órgão. Ficar atento a esses sintomas e tratar o problema ainda no início pode evitar a perda acentuada dos fios.
Antes do início do tratamento, nutricionistas devem prescrever uma lista de exames bioquímicos para avaliar se o paciente está com anemia, carência nutricional ou desequilíbrio hormonal.
“O estresse tem relação direta com a saúde capilar”, explica Flávia. “O mal causa um término prematuro do folículo, o que atrapalha o crescimento do cabelo e pode levar à oleosidade e à caspa – e, consequentemente, à queda”, diz.
A empresária Loiane Souza, 34, passou por uma situação semelhante. Há um ano, ela chegou a perder metade dos fios de cabelo. “Eu comecei a ver muitas falhas na minha cabeça e pensava: ‘Ai, meu Deus! Eu vou ficar careca’”. Loiane até mudou a marca do shampoo algumas vezes, porém nada do que fazia adiantava.
Depois de uma consulta com a nutricionista, ela concluiu: o problema estava relacionado ao estresse do dia a dia e à fibromialgia, síndrome que pode provocar dores fortes por todo o corpo durante muito tempo ou sensibilidade nas articulações, nos músculos e tendões.
“Quando a queda já está exagerada, é preciso entrar com fórmulas manipuladas e ter paciência, porque o folículo piloso demora pelo menos três meses para se recuperar”, orienta. Suplementos com selênio, magnésio e zinco, por exemplo, são fundamentais nesse processo.
Na tentativa de reverter o problema, Flávia prescreveu uma dieta natural, sem alimentos industrializados ou laticínios, e uma fórmula manipulada com biotina e componentes diversos para evitar queda de cabelo. “A melhora foi absurda. Um divisor de águas na minha vida. Eu estava muito chateada vendo o meu cabelo cair em tufos, principalmente no banho”, recorda.
Um ano depois, Loiane considera que 70% dos cabelos perdidos já voltaram a nascer.
Outro fator que pode levar à queda dos cabelos é a anemia por deficiência de ferro ou vitamina B12. Nesses casos, também é indicado fazer a suplementação.
Alimentos que melhoram o funcionamento do intestino:
Vegetais: são fontes de micronutrientes importantes para a saúde dos fios (magnésio, selênio e antioxidantes verdes);
Leveduras nutricionais: fontes de complexo B;
Alimentos fermentados: kombucha, bebida probiótica;
Miso (tradicional sopa oriental feita à base de soja) e chucrute: em geral, são fontes de probióticos.