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Conheça o creme de R$ 25 que substitui La Mer, o mais caro do mundo

Atualmente, o cosmético é vendido por R$845, a cada 30ml. Dermatologista explica que outros produtos são mais eficazes

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Entre as inúmeras marcas de hidratantes existentes no mercado, algumas ganham notoriedade pela qualidade, por sua história ou, até mesmo, por seu preço absurdo. É o caso do creme La Mer, considerado um dos hidratantes mais caros do mundo e que agora desembarcou no Brasil pela Sephora. Para se ter uma noção, a embalagem de 30ml com o creme facial clássico custa em média R$ 845 — o creme hidratante para o corpo custa R$ 1.590.

No rótulo, os itens que compõem o creme não são tão diferentes dos de outros hidratantes com preço inferior. O dermatologista Gilvan Alves é sucinto e explica que nada justifica um preço tão alto. “O La Mer não passa de um cosmético sem nenhuma comprovação científica de rejuvenescimento. Querem dizer que tem mil e uma ações, mas nunca provaram isso. Acredito que seu preço alto esteja ligado a uma estratégia de marketing agressivo”.

E haja marketing. No mundo das celebridades, há quem adote o creme em sua rotina de beleza e realmente acredite que ele faz milagres. Rumores correm que Madonna gasta mais de 5.000 dólares em produtos La Mer e Jennifer Lopez já afirmou que adora usar o creme nos braços e pernas.

A história por trás do creme mais caro do mundo é digna de filme. Há cerca de quarenta anos, o físico aeroespacial Max Huber sofreu um terrível acidente quando um experimento de rotina explodiu em seu rosto, resultando em graves queimaduras químicas. Como os tratamentos disponíveis na época não o ajudaram, ele decidiu inventar uma solução.

Aproximadamente 6 mil experiências depois, o Crème de La Mer nasceu. A fórmula, segundo descrição do site oficial, é rica em nutrientes altamente potentes e uma mistura de algas marinhas, vitaminas e minerais, além de um ativo – que não se sabe do que é formado – chamado Miracle Broth.

No entanto, para o dermatologista isso é mito e existe uma diferença entre medicamento e cosmético que precisa ser levada em consideração. O primeiro tem que influenciar no metabolismo de uma célula e comprovar sua ação fisiológica para posteriormente passar por experimentos clínicos e comprovações de segurança para que sua venda seja permitida — apenas em farmácias.

Já o segundo tem uma linha de produção menos complexa. Servem apenas para embelezar e limpar a pele, atuando na camada superficial da epiderme, constituída de células mortas e podem ser vendidos em qualquer lugar — seja com a sua fornecedora da Jequiti ou em lojas do shopping.

“O novo termo usado é cosmecêuticos. São cosméticos que querem ter a confiança do medicamento sem necessariamente ser um produto farmacêutico porque isso restringiria seus pontos de venda”, explicou Gilvan.

 

O dermatologista também acredita que existem produtos de eficácia garantida e bem mais baratos no mercado como o ácido retinoico — que na farmácia pode ser adquirido por R$ 25 — e séruns e cremes de vitamina C, que mesmo sendo mais caros não chegam ao preço do cosmético em questão.

E se o seu problema é apenas hidratação, basta comprar um creme Nívea da latinha tudo se resolve. “Fico abismado de ver que pessoas compram um creme La Mer que custa quase R$ 1.000, enquanto um creme eficaz como um Vitanol A deveria custar R$ 5.000  só por sua eficácia”. Contudo, o especialista aconselha que o uso do creme requer bom senso. O Vitanol não deve ser usado por longos períodos e deve estar associado ao uso constante de um bom protetor solar.

O dermatologista também recomenda o acompanhamento de um especialista para ver o que funciona para o seu tipo de pele.

 

Nivea/SkimnCeuticals/LaMer/Drogasil/Divulgação

 

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