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Nariz “novo” sem precisar de plástica é possível. Mas vale a pena?

Queridinha no universo da estética, a rinomodelação é uma alternativa menos invasiva à cirurgia plástica. Porém, existem riscos

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Rinoplastia, cirurgia plástica
1 de 1 Rinoplastia, cirurgia plástica - Foto: Getty Images

É possível que, em alguma das inúmeras reuniões on-line ou durante transmissões ao vivo, alguma parte do seu rosto tenha passado a te incomodar. Dar um “zoom” na face pode ser como uma lupa, lançando luz a pequenos defeitos que antes você nem sabia da existência. Campeão de reclamações nas clínicas estéticas, o nariz ganhou protagonismo.

O desejo de adquirir uma estrutura nasal impecável (se é que ela existe, uma vez que o conceito de beleza é muito subjetivo e pessoal) tem levado milhares de brasileiros às mesas de cirurgia. No ano passado, a procura por um retoque na região da face desbancou a lipoaspiração no topo dos procedimentos cirúrgicos mais realizados em 2020, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Contudo, quem não quer encarar os riscos de uma internação e anestesia geral, mas mesmo assim sente um incômodo significativo por conta de algum defeito no nariz, pode optar por uma alternativa desenvolvida no universo da estética: a rinomodelação.

Em alta principalmente graças à harmonização facial, a técnica aplicada na região do rosto pode ser uma opção para corrigir pequenas imperfeições e pode ser reversível, mas tem prazo de validade e requer manutenção, com uma periodicidade definida.

Quando vale a pena?

De acordo com o cirurgião plástico Ricardo Frota Boggio, membro da SBCP, um nariz que tem poucas imperfeições pode se beneficiar da rinomodelação. Porém, “estruturas nasais comprometidas do ponto de vista estrutural, habitualmente precisam ser operadas”, elucida.

Segundo ele, “não adianta o nariz ser bonito, se ele não funciona bem”. Por isso, quem tem um incômodo com a região da face deve procurar um médico, para que ele seja avaliado do ponto de vista estético e funcional.

“Eu, como cirurgião plástico, recebo pacientes que têm pequenos defeitos que não justificam uma ida ao centro cirúrgico. Para esses casos, a rinomodelação acaba sendo uma opção. Algumas vezes, uma cirurgia pode ser um tiro de canhão para resolver um pequeno defeito estético”, exemplifica. Porém, a rinoplastia é sempre o “padrão ouro”.

Alternativas no mercado

O médico Wesley Ferreira da Silva, da clínica Singular Medicina e Estética, também pondera que a região da face é bastante delicada. “O nariz é uma região de alta incidência vascular, ou seja, por ali passam muitas artérias. Portanto, o procedimento é considerado avançado e exige certa experiência”, garante.

Ele também é recomendado para quem deseja um efeito temporário, antes de investir em uma cirurgia definitiva, ou está preparado para retornar ao consultório a cada 10 meses, no mínimo, e desembolsar a quantia relativa ao procedimento novamente.

Para quem está em busca de investir na técnica, existem dois tipos de rinomodelação disponíveis. Há ainda outras maneiras de fazer o procedimento, mas não são reconhecidas pela SBCP.

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Porém, exige manutenção com menos de um ano
Especialistas apontam que a técnica é benéfica para resolver problemas estéticos
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Quem faz cirugia plástica pode praticar exercício físico depois de quanto tempo?

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Porém, exige manutenção com menos de um ano

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Especialistas apontam que a técnica é benéfica para resolver problemas estéticos

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  • Rinomodelação com ácido hialurônico

A primeira e mais tradicional consiste no preenchimento com ácido hialurônico das pequenas falhas na região nasal. “Essa técnica empina a pontinha do nariz, que vai caindo com o tempo, e podemos retificar o dorso, para garantir um perfil mais retinho”, explica Wesley.

No entanto, os efeitos têm prazo de validade, uma vez que o corpo absorve o ácido aplicado. As mudanças duram de oito a 10 meses, conforme as particularidades de cada organismo. Por isso, é necessário que o paciente retorne ao consultório para realizar a manutenção, quando reaplica a substância.

Esse resultado também é um sinal de que o procedimento é seguro. Não há risco de rejeição do organismo, “uma vez que o ácido hialurônico é também produzido pelo próprio corpo”, elucida.

O expert alerta que a técnica tem limitações. Ela não irá resolver todos os casos — principalmente quem tem falhas muito protuberantes — nem é capaz de afinar o nariz. Em geral, a técnica custa a partir de R$ 1.600.

  • Rinomodelação com fios PDO

Usado há quase meio século na medicina, o procedimento passou a ser adotado com frequência no lifting de rosto para rejuvenescimento, mas foi no nariz que ela teve seu melhor resultado, graças à maleabilidade. Neste caso, são utilizados fios absorvíveis, que são inseridos pelo especialista por um furinho feito com agulha.

Sem cortes nem anestesia geral, a técnica é realizada em uma única sessão. Porém, tem uma duração menor que o preenchimento com ácido hialurônico — por volta de seis meses, segundo o médico dermatologista.

Além da tração, o PDO também tem o efeito de estimular a produção de colágeno, promovendo a renovação celular. Há ainda neovascularização, com melhora da textura, linhas finas e elasticidade. Ela ainda é um pouco mais cara, e custa a partir de R$ 1.800.

Sempre alerta

A técnica, quando feita por um profissional habilitado, não tem muitos riscos de complicações. No entanto, assim como qualquer procedimento estético, mesmo que seja minimamente cirúrgico, é necessário ter bastante cautela.

“Pacientes que procuram outros profissionais que não são médicos têm um índice de complicação bem alto. É fundamental buscar profissionais habilitados não apenas para realizar o procedimento com excelência, mas também para resolver quaisquer complicações caso elas aconteçam”, alerta o cirurgião plástico Ricardo Frota Baggio.

Há uma extensa lista de perfis que oferecem o serviço no Instagram. Porém, segundo ele, “a rede social é um cartão de apresentação, mas não um sinônimo de competência”.

“Dismorfia de Snapchat”

O fenômeno dos filtros de aplicativos tem preocupado especialistas. Anos depois do lançamento das opções divertidas — que além de incluírem orelhas de gato e cachorrinho, também passaram a exibir uma face lisinha, um nariz mais fino e um lábio mais preenchido — os médicos estão descobrindo os efeitos psicológicos graves que esse tipo de ferramenta causa nos jovens, principalmente.

“As pessoas passam a idealizar um padrão inalcançável, algo que não existe na realidade e apenas em filtro, e começam a procurar tratamentos estéticos e cirúrgicos para virar o filtro que ela criou. Esse fenômeno é bastante preocupante do ponto de vista da saúde, e está sendo bastante observado em consultório”, avisa.

A orientação do especialista é apelar para o bom senso e entender que somos únicos, com todas as nossas características singulares. Se isso for um incômodo muito significativo, procure suporte emocional.

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A busca mais intensa por tratamentos estéticos na pandemia é polêmica

Gui Prímola/Metrópoles
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