Marca de cosméticos é detonada por lançar blush inspirado em Anne Frank
A “homenagem” de uma empresa asiática à vítima judia foi alvo de críticas nas redes sociais
atualizado
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A Woke Up Like This, uma empresa de Hong Kong especializada em produtos de beleza, se viu no centro de uma polêmica ao lançar um blush inspirado em Anne Frank, a adolescente judia que morreu em um campo de concentração e ficou mundialmente conhecida por seu diário, recheado de relatos sobre o nazismo e considerado um dos livros de não ficção mais importantes da história.
A WULT pretendia fazer uma homenagem a ela ao lançar a novidade, batizada de Dream Like Anne (sonhe como a Anne, em tradução do inglês), junto a outros produtos inspirados em mulheres fortes, como a escritora britânica Virginia Woolf e a artista mexicana Frida Kahlo.
Os internautas, no entanto, não interpretaram dessa forma e alegaram que a imagem de Anne, apesar de inspiradora, jamais deveria ser usada para impulsionar as vendas de um cosmético.
“Dar o nome de Anne Frank, que foi vítima de um genocídio, a um blush é revoltante. Os judeus mortos não são uma oportunidade de marketing”, escreveu o autor e ativista judeu Ben M. Freeman em seu perfil do Twitter.
Após a polêmica, a marca tirou o produto de circulação. A retirada foi acompanhada de um pedido público de desculpas feito à revista Insider: “O milagre do legado do diário de Anne Frank é que mesmo perante o sofrimento, o isolamento e a tragédia, a sua expressão de esperança para o futuro continua a inspirar gerações. Estamos extremamente arrependidos por termos decidido prestar-lhe homenagem de uma forma ofensiva e que é considerada desrespeitosa. A nossa intenção era precisamente oposta, a de trazer uma energia positiva e um pouco de luz durante estes tempos de pandemia global”.
O livro Diário de Anne Frank foi publicado em 1947, dois anos depois da morte da jovem alemã e do fim do Holocausto. Vendeu 35 milhões de exemplares e foi traduzido em mais de 60 países. Teve, ainda, versões para o cinema e o teatro. O responsável pela divulgação do diário foi Otto Frank, pai de Anne e o único da família que sobreviveu à perseguição nazista.
