Influencers britânicos não podem mais usar filtros em campanhas de beleza
Decisão da Advertising Standards Authority (ASA) também vale para marcas e celebridades em colaborações pagas nas redes
atualizado
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O universo perfeito do Instagram – sem manchinhas, poros, cicatrizes de acne, rostos redondos ou queixo duplo – está com os dias contados, ao menos no Reino Unido. Marcas, influenciadores digitais e celebridades britânicos não poderão usar filtros “enganosos” em anúncios de beleza, conforme decisão da Advertising Standards Authority (ASA) divulgada esta semana.
O órgão regulamentador de publicidade do Reino Unido tomou a decisão de banir os filtros não apenas do Instagram, mas também de softwares que exageram o impacto real dos produtos que estão sendo promovidos em território britânico. O objetivo é impedir que o consumidor tenha uma falsa expectativa dos resultados que o produto realmente oferece.
Quaisquer anúncios que violem essas regras serão removidos e proibidos de aparecer nas plataformas novamente, de acordo com informações divulgadas pela Glamour UK. A decisão foi uma resposta ao movimento #filterdrop (algo como “deixe o filtro”), com o objetivo de incentivar que usuários dispensem o recurso em Stories e postagens na rede social.
Efeitos significativos
Cada vez mais populares no universo digital, as ferramentas são um reforço aos padrões inalcançáveis e, de acordo com a criadora da iniciativa, Sasha Pallari, essa “limpeza” da pele das pessoas é responsável por tirar a autoestima das mulheres.
A influenciadora que iniciou a campanha disse à BBC que estava “nas nuvens” com a decisão e chamou a atenção de celebridades, internautas e políticos. “Eu sinto que o efeito prejudicial que isso está tendo sobre os usuários de mídia social foi finalmente levado a sério e este é um grande passo na direção certa sobre como os filtros são usados e a forma como os cosméticos são anunciados online”.
Pallari disse que era um assunto que chama atenção dela há muito tempo e sobre o qual recebe todos os dias mensagens de mulheres que sentem que não podem corresponder aos padrões de beleza irrealistas vistos nas redes.
“Eu não quero que as crianças cresçam pensando que não são boas o suficiente por causa daquilo que elas enxergam nas mídias sociais”, defendeu a maquiadora, também à BBC.
Saiba mais sobre o movimento #filterdrop
O recurso tecnológico não mexe, apenas, com a cabeça dos adultos. Sasha Pallari revelou que decidiu criar a #filterdrop ao ouvir, de uma seguidora, que a filha de 4 anos estava sofrendo e com sintomas de depressão por não ficar contente com o que via no espelho. Como a exposição dos pequenos a redes tem ocorrido com idade cada vez menor, o ideal é ter um diálogo honesto e fortalecer a autoestima das crianças, adolescentes e jovens, na visão da influencer.
Confira um vídeo da influenciadora sobre a iniciativa.
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