Experts listam produtos para diminuir queda de cabelo causada pela Covid-19
A queda dos fios é um efeito colateral temporário, porém bastante incômodo que acomete cerca de um terço dos infectados pela doença
atualizado
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Para muitas pessoas que se infectaram com o novo coronavírus, a cura da doença não representa necessariamente o fim dos problemas. Alguns sintomas podem persistir por semanas e até meses. Entre as queixas, a queda excessiva de cabelo é um incômodo em comum.
De acordo com a tricologista Valine Alencar, para combater a invasão dos antígenos que provocam a doença, o corpo cria uma resposta inflamatória e também faz uma priorização metabólica a fim de proteger órgãos vitais e administrar nutrientes e hormônios. “Como o cabelo não é vital, o organismo acaba restringindo nutrientes para o couro cabeludo, o que ocasiona a queda”, explica.
No caso da Covid-19, esse fenômeno tem um nome específico: eflúvio telógeno. O cabelo para de crescer e cai precocemente, antes do que seria programado, como explica a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital de Águas Claras. “Esse quadro pode acontecer tanto em outras doenças virais como após cirurgias, pós partos e qualquer tipo de estresse. Nesses casos, as mais afetadas, geralmente, são mulheres. Na Covid-19, ele também acomete homens igualmente”.
O fenômeno ocorre em pacientes que tiveram quadros leves, moderados e graves da Covid-19. O problema costuma aparecer após três meses da infecção pela doença e causa uma perda considerável de fios em pouco tempo, mas uma não calvície definitiva.
Como tratar?
Apesar do quadro ser temporário, ele pode ser angustiante. A infectologista Ana Helena recomenda que, embora os fios caiam muito durante o processo de higienização, as pessoas mantenham o couro cabeludo sempre limpo. “A limpeza faz com que os cabelos que já iriam cair, caiam, e dá prosseguimento ao crescimento de novos fios, o que acelera a recuperação”.
Para diminuir o incômodo visual da queda de cabelo, existem tratamentos estéticos com objetivo dar volume aos fios. Modelos de vasodilatadores como laser, luz de LED e alta frequência são alguns exemplos. Além deles, a fisioterapeuta dermatofuncional especialista em tricologia Aline de Oliveira, enumera recursos de estética como aromaterapia e a argiloterapia.
Outra alternativa é a terapia capilar, feita por meio da associação de eletroterapia e microagulhamento com fatores de crescimento. “Com essa técnica, conseguimos estimular o surgimento de novos folículos e desenvolvimento dos fios. O procedimento é simples e praticamente indolor”, explica Priscilla Macedo, especialista em estética.
Além disso, é preciso tratar o organismo, recuperando danos que foram causados pelo vírus. Um exemplo desses cuidados é adicionar alguns componentes à dieta. Vários nutrientes podem estar em falta, como proteínas, ferro, selênio, silício, vitamina A, e vitamina D. Para uma alimentação que auxilie nessa recomposição, é necessário o acompanhamento de um nutricionista. Contudo, Aline de Oliveira recomenda um reforço nos seguintes alimentos:
- Frutas vermelhas
- Nozes e castanhas
- Abacate
- Sucos com misturas de vegetais e frutas, especialmente o gengibre e o açafrão.
- Vinagre de maçã
- Alecrim
Uma alimentação rica em ômegas, presente em frutos do mar, é interessante, assim como própolis e geleia real, anti-inflamatórios naturais que ajudam a restabelecer a imunidade.
Uso tópico
Cosméticos de uso tópico são aliados para fortalecer os fios e renovar o couro cabeludo. Entres eles, shampoos estimulantes da circulação e da nutrição folicular, denominados shampoos fortalecedores (antiqueda), e tônicos capilares para aplicação diária no couro cabeludo, que auxiliam no crescimento dos fios.
A aromaterapia com o uso de óleos essenciais é outra opção. Ela pode ser associada aos shampoos na hora da lavagem para o estímulo ao folículo piloso.
Além desses, o minoxidil é bastante comum, mas a tricologista prefere loções fitoterápicas à base de alecrim, chá verde e capim-limão.