Especialistas revelam mitos e verdades sobre estrias
Mesmos os mais modernos tratamentos não garantem que elas desapareçam completamente. Além disso, até doenças podem estar associadas ao problema
atualizado
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Não basta ser um baita incômodo na vida de homens e mulheres. As estrias ainda guardam segredos que nem mesmo os especialistas conseguem quebrar completamente. A tecnologia deu uma boa ajuda nos tratamentos estéticos, mas ainda é difícil chegar a um resultado 100% satisfatório. Além disso, existe mais por trás das tais listrinhas do que elas contam ao primeiro olhar. As causas são muitas, a prevenção é difícil e, em alguns casos, elas podem até ser sinal de uma doença mais grave.
Segundo Luciano Morgado, dermatologista da clínica Monte Parnasso, quase todos os tratamentos disponíveis hoje funcionam estimulando a produção de colágeno. O que muda é a forma de fazer isso.
Os mais usados hoje são os lasers fracionados e o microagulhamento, que se vale de pequenas perfurações sobre as estrias, visando à melhora da textura e da coloração da pele.
“Muitas vezes temos melhores resultados combinando tratamentos diferentes, mas um tratamento mais completo também é mais caro e nem sempre é possível. Isso também interfere no resultado final”, explica Nicole Perim, assessora da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Helusa Dias, biomédica da clínica Corporeum, calcula uma melhora de até 80% em estrias avermelhadas, e entre 50% e 60% nas brancas. “Mesmo assim os pacientes saem satisfeitos porque, mesmo que elas não sumam por completo, o tratamento clareia a estria e a deixa mais estreita”, diz.
Confira alguns mitos e verdades sobre as odiadas estrias:
Mulheres são mais afetadas pelas estrias do que os homens
Verdade
Tanto homens quanto mulheres podem sofrer com o aparecimento delas, mas elas são alvos mais fáceis: 60% ante 40% dos homens. Nelas, os locais mais comuns são barriga, seios, coxas e bumbum – regiões que acumulam mais gordura e, por isso, exigem mais elasticidade da pele. Já neles, elas aparecem com mais frequência na lombar, braços e ombros, geralmente ligadas a crescimento ou a ganho muscular.
Coçar muito uma parte do corpo pode provocar o surgimento delas
Mito
O que acontece é que estrias recentes – geralmente avermelhadas ou roxas – podem dar coceira em função do processo inflamatório associado. Mas não é a coceira que leva à estria, e sim o oposto.
Alguns medicamentos podem influenciar o surgimento de estrias
Verdade
Principalmente anabolizantes e corticoides, tanto de uso oral como local. Isso por causa do inchaço que esses medicamentos provocam, com consequente estiramento da pele. “Além disso, os corticoides levam a um quadro de atrofia na pele, o que também favorece o aparecimento de estrias”, avisa o dermatologista Luciano Morgado.
Excesso de estrias pode ser sintoma de outras doenças
Verdade
Eventualmente, o surgimento repentino de estrias largas e espalhadas pelo corpo pode ser sinal de doença endocrinológica, como síndrome de cushing, uma doença relacionada ao aumento excessivo e crônico do cortisol (o hormônio do estresse) no organismo. Assim como os corticoides, o cortisol também causa edema e um dos efeitos pode ser o surgimento de estrias em várias partes do corpo.
É possível prevenir estrias
Mito
É impossível garantir 100% a prevenção de estrias. Mas manter a pele hidratada ajuda a prevenir muitos casos. É preferível que o produto seja específico para o problema, mas um normal, diz o especialista, é melhor que nada. Mas atenção: a dica não vale para gestantes. “Elas não podem usar muitos dos produtos que tratam estrias, como o ácido retinoico, que é o principal deles. Por isso, para prevenir estrias de gestação, a grávida precisa consultar um dermatologista”, ensina Nicole Perim.