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Crediário da plástica: empresas do DF dividem cirurgias em 48 parcelas

Empresas parcelam procedimentos estéticos sem juros ou análise de crédito. Especialista avalia prós e contras do serviço

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1 de 1 cirurgia plástica - Foto: Freepik

No país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, empresas que facilitam o pagamento desse tipo de intervenção estética prosperam a passos largos. Segundo levantamento do Metrópoles, no Distrito Federal, nem mesmo a pandemia de coronavírus foi capaz de reduzir a procura por essas assessorias financeiras. Pelo contrário: nos últimos 12 meses, o número de clientes interessados no serviço dobrou.

“Fechamos 100% mais contratos durante o período de isolamento social. Estamos com todos os horários preenchidos e procedimentos marcados todos os dias”, revela a proprietária da Aphrodite Assessoria de Cirurgias Plásticas, Josy Cruz. “De acordo com os nossos clientes, o período da quarentena tem sido propício para a realização das intervenções por permitir um pós-operatório mais tranquilo em casa”, complementa.

Existem ao menos outras quatro empresas desse segmento em Brasília. No geral, elas aceitam qualquer cliente acima dos 18 anos e não fazem indicação de médicos, apenas checam se o profissional escolhido pela paciente tem CRM ativo e está inscrito na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Elas ainda não cobram juros, apenas uma taxa administrativa, e parcelam o valor da intervenção (com gastos do pré e pós-operatório incluídos) em até 48 vezes, sem juros ou análise de crédito. A título de comparação, as clínicas da capital costumam dividir o valor – somente do procedimento – em no máximo oito parcelas.

“O pagamento facilitado permite que pessoas com orçamento limitado concretizem o sonho da cirurgia plástica. Tenho clientes de baixa renda, entre eles, frentistas, empregadas domésticas e faxineiras que conseguiram fazer procedimentos de R$ 25 mil”, relata Gleides Maria, à frente da Belas Cirurgia Programada. “Criada em 2014, a nossa assessoria é a pioneira no DF. A intervenção mais procurada por aqui é, sem dúvidas, a lipoaspiração”, diz.

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Não à toa, empresas 100% focadas em facilitar o pagamento desse tipo de intervenção estética prosperam a passos largos no país
A busca por essas assessorias financeiras não caiu nem mesmo em meio à pandemia de Covid-19
Pelo contrário. Nos 12 últimos meses, o número de clientes interessados no serviço dobrou
Bancos também oferecem financiamento para a mesma finalidade. O acesso ao crédito e as condições de pagamento, no entanto, costumam ser bem menos flexíveis
A busca mais intensa por tratamentos estéticos na pandemia é polêmica
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O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, segundo novo levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês)

Peter Dazeley/Getty Images
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Não à toa, empresas 100% focadas em facilitar o pagamento desse tipo de intervenção estética prosperam a passos largos no país

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A busca por essas assessorias financeiras não caiu nem mesmo em meio à pandemia de Covid-19

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Pelo contrário. Nos 12 últimos meses, o número de clientes interessados no serviço dobrou

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Bancos também oferecem financiamento para a mesma finalidade. O acesso ao crédito e as condições de pagamento, no entanto, costumam ser bem menos flexíveis

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A busca mais intensa por tratamentos estéticos na pandemia é polêmica

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Diversos médicos condenam a realização de plásticas durante este período porque, se o paciente porventura apresentar complicações e precisar de uma UTI, as unidades de terapia intensiva estão escassas

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Boom na pandemia

De olho nessa tendência, a enfermeira e empresária do setor hospitalar Camila Luck decidiu abrir a própria assessoria de cirurgias plásticas em meio à pandemia. A Sra. Luck Cirurgia Programada foi inaugurada em novembro de 2020.

“O feedback tem sido muito positivo. Além de já termos cativado clientes com nossos planos personalizados, conquistamos cirurgiões plásticos de tal maneira que eles estão, de forma totalmente espontânea, indicando nossos serviços para pacientes com baixo orçamento”, conta.

A influenciadora digital Rafaela Ribeiro, de 20 anos, fez mamoplastia e lipoescultura por meio da assessoria de Camila. “Fora facilitar o pagamento, a empresa possibilitou que eu realizasse a cirurgia antes do previsto. Eu não tinha o valor completo do procedimento, mas pude agenda-lo assim que paguei 60% do total”, declara a jovem.

Vale enfatizar que a busca por intervenções estéticas cresceu como um todo na pandemia. De acordo com dados do Google Trends, no Brasil, a procura por cirurgias plásticas aumentou 100% no último ano.

Prós e contras

A busca mais intensa por tratamentos estéticos em meio à crise sanitária é polêmica. Diversos médicos condenam a realização de plásticas durante este período porque, se o paciente porventura apresentar complicações e precisar de uma UTI, as unidades de terapia intensiva estão escassas.

Do ponto de vista psicólogo, também há ressalvas. Para início de conversa, o psiquiatra e especialista em terapia interpessoal Luan Diego Marques destaca cinco fatores que podem justificar essa alta procura por intervenções estéticas no período de isolamento social. São eles:

– Mais tempo em casa
A quarentena permite um pós-operatório mais tranquilo;

– Sentido de urgência
A Covid-19 fez as pessoas terem medo de não conseguir tirar sonhos do papel enquanto há tempo. Por isso, muitas delas passaram a usar mais a poupança para, enfim, concretizar projetos antigos;

– Comparação na internet 
Os indivíduos passaram a usar mais as redes sociais na quarentena. E o que costuma estimular uma pessoa a se sentir mal com a própria aparência é justamente a comparação com celebridades e personalidades da internet;

– Baixa autoestima 
Pesquisas apontam uma ligação direta entre a ansiedade e a baixa autoestima. Portanto, em tempos angustiantes como estes, a nossa relação com a aparência tem tudo (mesmo) para estar abalada;

– Compensação 
Assim como a comida e outras válvulas de escape, os procedimentos estéticos podem ser usados como forma de aliviar a tensão e evocar o bem-estar na pandemia.

Luan observa que as assessorias de cirurgia plástica podem trazer impactos psicológicos positivos ao tranquilizarem os pacientes em relação à forma de pagamento das intervenções estéticas. Porém, essas facilitadoras de crédito, na opinião do especialista, também podem levar pessoas a fazer procedimentos invasivos por impulsividade, sem amadurecer direito a ideia, o que leva à frustração e ao arrependimento.

“Não se deixe influenciar por condições tentadoras. Cirurgia plástica é assunto sério. É preciso se planejar financeiramente, se preparar psicologicamente e procurar um profissional de qualidade antes de se submeter a uma”, aconselha. Ele ainda recomenda esperar o pico da pandemia baixar e considerar a atual instabilidade econômica antes de investir em qualquer procedimento estético.

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