“Chuca de café”: tratamento de pele feito por Lívia Andrade funciona?
Procedimento alternativo promete tratar diversas doenças, dermatológicas ou não, por meio da desintoxicação do organismo
atualizado
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A recente participação de Lívia Andrade no Que História É Essa, Porchat?, do GNT, deu o que falar. Isso porque, durante o talk show, a apresentadora confessou já ter se submetido a um enema de café, procedimento controverso em que a tradicional bebida é introduzida no ânus do paciente com a promessa de tratar problemas de saúde.
“Um litro dentro do meu toba”, exclamou a loira, que recorreu ao método para amenizar uma crise de rosácea, uma inflamação crônica da pele.
Segundo o biomédico Pedro Souza, à frente da Clínica Via Natural, o enema é um tratamento alternativo que trata diversas doenças, dermatológicas ou não, por meia da desintoxicação do organismo. “Realizo o procedimento diariamente há mais de 20 anos. Ele consiste na introdução de café orgânico no ânus, que absorve rapidamente substâncias, por meio de sonda uretral”, elucida.
“A bebida é preparada de maneira diferenciada e, respondendo a boa parte das perguntas que recebo, não, o procedimento não dói”, tranquiliza o profissional. De acordo com ele, são indicadas de cinco a 10 sessões. “Sessões essas com poucos dias de intervalo”, diz.
Ainda nas palavras do biomédico, “esse é um método coringa que pode ser usado até para tratar doenças tumorais e diabetes”. Ele também destaca que, para trazer resultados realmente satisfatórios, o enema de café deve ser associado a outros tipos de tratamento.
Na clínica dele, cada sessão do procedimento, “que não deve ser feito em casa sob hipótese alguma”, custa R$ 150.
Em Brasília, o Centro de Medicina Integrativa e a clínica Souto Vital também realizam o tratamento.
Sem comprovação científica
O gastroenterologista Bernardo Martins, do Hospital Santa Lúcia, alerta que o enema de café não tem qualquer comprovação científica, embora seja muito comum em clínicas de estética. “Para nós, médicos que baseamos o nosso trabalho na ciência, o tratamento não passa de charlatanismo”, salienta, afirmando já ter tratado complicações do procedimento. “Já recebi uma paciente com a mucosa do reto queimada após realizar esse tipo de intervenção”, relata.
A dermatologista Clarissa Borges, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e sócia da clínica Harmonie, também é contra a técnica. “Não há nada na literatura médica que oriente o tratamento de rosácea por meio do ânus”, adverte.
A doença de pele, segundo a médica, é amenizada exclusivamente por meio de protetor solar e medicamentos de uso tópico e oral.
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