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Além do creme que cega clientes: 4 itens proibidos em salões de beleza

Especialistas listam produtos e serviços que põem em risco a saúde (e são populares no país) para evitar a todo custo

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
imagem colorida de produto capilar
1 de 1 imagem colorida de produto capilar - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Conforme o Metrópoles noticiou anteriormente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu um inquérito para investigar cremes capilares que estariam causando irritações oculares e cegueira temporária em jovens e adultos. As denúncias, envolvendo sobretudo uma pomada modeladora da marca Ômegafix, inundaram as redes sociais no último mês e despertaram a atenção de especialistas.

Os produtos capilares, no entanto, não são os únicos a trazer riscos e preocupar profissionais da saúde. Muitos itens e serviços são usados e oferecidos em salões de beleza e clínicas de estética do país de maneira indevida.

Pensando em lançar luz sobre a problemática, o portal recrutou especialistas e selecionou quatro práticas e produtos para evitar a todo custo.

Pomadas capilares com metilcloroisotiazolinona e metilisotiazolinona

Ao analisar a composição química do creme capilar da Ômegafix, a marca envolvida em polêmicas, a oftalmologista Stefânia Diniz avaliou que as irritações oculares provocadas pelo produto estão relacionadas à mistura de metilcloroisotiazolinona (MCI) e metilisotiazolinona (MI), conservantes considerados tóxicos e que causam alergias nos olhos e na pele.

“Nos anos 1980, os componentes foram responsáveis por uma epidemia de dermatite alérgica de contato em todo o mundo. Eles são encontrados em uma ampla variedade de produtos cosméticos, como alisadores de cabelo, colas para extensão de cílios e pomadas modeladoras de tranças”, revelou a médica.

“A Anvisa publicou, em agosto de 2021, uma resolução com a lista de substâncias conservantes permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Na decisão, ficou permitido o uso de MCI e MI em concentrações abaixo de 0,0015%, contanto que os componentes sejam usados apenas em produtos rinse off. Ou seja, itens que devem ser aplicados e, logo em seguida, enxaguados completamente”, alertou.

Indicado para trancistas, o produto em questão não alerta devidamente as pessoas a enxaguarem o cabelo após o uso e, segundo a oftalmologista, quando em contato com os olhos, ele pode causar blefarite (inflamação nas pálpebras), ceratoconjuntivite (inflamação na córnea e conjuntiva) e úlceras de córnea, um quadro grave que pode culminar na perda permanente da visão.

Stefânia aconselha suspender o uso de pomadas com esse tipo de composição imediatamente.

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Logo após atendimento em unidade de saúde e aplicação de medicamento, Lorena conseguiu abrir um pouco os olhos
Ela voltou a enxergar apenas dois dias depois do primeiro atendimento médico
Mãe de Lorena diz que os olhos da menina ficaram mais sensíveis à luz após o ocorrido
Anna Fialho e a filha. O caso aconteceu no Rio de Janeiro, conforme o <b>Metrópoles</b> apurou
Em Pernambuco, a pedagoga Adélia Barbosa, de 38 anos, também teve cegueira temporária após o uso de pomada modeladora nas tranças
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Lorena Fialho, de 5 anos, foi uma das vítimas de pomadas capilares com esse tipo de composição. Ela não conseguia sequer abrir os olhos um dia após contato com o produto

Arquivo Pessoal
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Logo após atendimento em unidade de saúde e aplicação de medicamento, Lorena conseguiu abrir um pouco os olhos

Arquivo Pessoal
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Ela voltou a enxergar apenas dois dias depois do primeiro atendimento médico

Arquivo Pessoal
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Mãe de Lorena diz que os olhos da menina ficaram mais sensíveis à luz após o ocorrido

Aline Massuca/Metrópoles
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Anna Fialho e a filha. O caso aconteceu no Rio de Janeiro, conforme o Metrópoles apurou

Aline Massuca/Metrópoles
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Em Pernambuco, a pedagoga Adélia Barbosa, de 38 anos, também teve cegueira temporária após o uso de pomada modeladora nas tranças

Arquivo Pessoal
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Adélia está em tratamento e diz que ainda não recuperou a visão do olho direito completamente

Arquivo Pessoal
Câmaras de bronzeamento artificial

Em 2009, uma Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa (RDC 56/09) determinou a proibição do uso das câmaras de bronzeamento artificial no território nacional. A medida aconteceu após a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), encontrar indícios de que o procedimento está relacionado ao surgimento de tumores malignos.

Além de aumentar os riscos do câncer de pele, a alta intensidade de radiação ultravioleta emitida pelas cabines de bronzeamento artificial pode ocasionar outras lesões e o envelhecimento cutâneo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Mas, enquanto a Anvisa determina a proibição e a SBD condena o uso das câmaras de bronzeamento artificial, clínicas de todo o país — amparadas por liminares concedidas pela Justiça a empresas que produzem o equipamento — continuam oferecendo o tratamento e colocando a saúde de brasileiros em risco.

Para conquistar um bronzeado sem expor a pele ao sol, opte por autobronzeadores. Os da marca brasileira Skelt, por exemplo, são dermatologicamente testados.

Apesar de proibidas, câmaras de bronzeamento artificial ainda são utilizadas no Brasil
Alicates não esterilizados

Quando não é esterilizado da maneira correta, o alicate pode transmitir doenças infecciosas como HIV, hepatite B e sífilis.

Portanto, antes de fazer as unhas no salão de beleza, verifique se o instrumento foi higienizado corretamente ou leve de casa o próprio kit de cuidados com as mãos e os pés.

De acordo com especialistas, o ideal é levar para o salão de beleza o próprio kit de cuidados com as unhas
Alisantes com formol

No Brasil, o uso do formol não é permitido como alisante capilar. No entanto, 35% dos fiscais da Vigilância Sanitária de estados e municípios que participaram de uma pesquisa da Anvisa sobre o tema relataram ter constatado o uso irregular da substância em salões de beleza. O estudo foi divulgado em 2020.

Segundo orientações no site da Anvisa, antes de se submeter a um processo de alisamento capilar, é ideal verificar se a embalagem do produto contém o número de Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE) e o número do processo, que corresponderá ao número de registro do produto. Todos os alisantes capilares, inclusive os importados, devem ser registrados. Alisantes sem registro estão irregulares no país.

O uso indevido de formol em produtos capilares, ainda de acordo com o portal da agência, pode causar diversos males à saúde, entre eles, irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.

Exposições constantes podem deixar a boca amarga e causar dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), podendo até levar à morte.

O formol não pode ser utilizado como alisante capilar. Adicionar a substância a esses produtos é infração sanitária (adulteração ou falsificação) e crime hediondo, conforme determina o artigo 273 do Código Penal

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