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Bebidas proteicas: Proteste avalia se marcas cumprem o que prometem

Marcas de bebidas proteicas foram analisadas para saber se as informações nutricionais do rótulo condizem com o conteúdo do produto; confira

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Mulher bebendo whey protein em coqueteleira - Metrópoles
1 de 1 Mulher bebendo whey protein em coqueteleira - Metrópoles - Foto: Getty Images

Existe um produto nas gôndolas dos supermercados que conquistou os amantes de academia: as bebidas lácteas ricas em proteínas, também conhecidas como hiperproteicas. Devido à praticidade, acabam sendo uma mão na roda, conquistando adeptos pelo Brasil.  

Observando o consumo crescente, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) analisou 29 marcas a fim de constatar se as informações nutricionais listadas no rótulo condizem com o conteúdo do produto

Algumas marcas apresentaram variação entre o que está estampado no rótulo e o que realmente consta na bebida. Vale frisar que, de acordo com a legislação brasileira, esses produtos podem apresentar até 20% de variação em relação ao valor declarado. 

Das 29 marcas, 11 foram selecionadas por sorteio para irem para o laboratório e serem avaliadas detalhadamente. 

Confira os resultados: 

Todas as marcas estavam dentro do limite de variação determinado, de 20%. 

A marca que mais apresentou variação entre as sorteadas foi a Piracanjuba Imunoday, que consta 10g de proteína, mas apresentou 8,2 g no laudo, correspondendo a -18% de variação. 

Em seguida, vem a Vigor sabor chocolate, que afirmou ter 15 g, mas, na investigação apresentou 12,47 (-16% de variação). Depois, a +Mu sabor chocolate, que alega ter 12 g, mas apresentou 10,05 (-16%). 

Vale lembrar que a média do valor de proteínas entre as marcas, por 250 ml, foi de 16,4 g. 

Teve, inclusive, marcas que apresentaram valores maiores de proteína do que constava no rótulo: a Verde Campo 26 g de proteínas apresentou, na verdade, 27,4 g de proteínas, com 5,40% de variação positiva; e a Italac sabor chocolate 15 g de proteínas apresentou, na verdade, 17 g, com 13,30% de variação positiva.

Em gráfico, a quantidade de proteína de várias marcas testadas pela Proteste
Confira o resultado da análise feita pela Proteste

O teste também levou em consideração a presença dos aditivos químicos, que costumam ser comuns neste tipo de produto. Em geral, são usados aromatizantes, corantes, emulsificantes, espessantes, estabilizantes e edulcorantes (os famosos adoçantes). 

Esses aditivos são utilizados para melhorar a experiência sensorial do consumidor, além de adicionar função tecnológica ao produto e aumentar o tempo de prateleira. Das bebidas avaliadas, a que apresentou menor teor de aditivos foi a Piracanjuba Imunoday, com apenas 2 aditivos ao todo.

Gráfico com quantidade de aditivos em bebidas lácteas avaliadas pela Proteste - Metrópoles
A Proteste também avaliou a quantidade de aditivos presente nessas bebidas; veja

Os produtos com alta quantidade de aditivos químicos são considerados ultraprocessados. Esses itens não devem ser ingeridos com tanta frequência, já que costumam ser associados a problemas de saúde. Priorizar o consumo de alimentos in natura é a recomendação de entidades e órgãos de saúde. 

Sobre a rotulagem, todas as marcas passaram por uma análise que observou se apresentavam a denominação correta de venda, lista de ingredientes, advertências sobre os principais alimentos que causam alergias alimentares, lactose, aditivos alimentares, rotulagem nutricional, conteúdo líquido, identificação da origem, além de identificação do lote e prazo de validade. 

Outras informações também foram checadas, como instruções de conservação antes e depois da abertura do produto. Sobre esses pontos, todos os produtos estavam em conformidade, logo, seu consumo foi considerado seguro.

É importante que o consumidor tenha consciência que as necessidades de proteína diária são individuais. Por isso, ingerir alta quantidade deste nutriente não garante a eficácia no objetivo de melhorar a massa muscular, entre outras funções da substância. 

Para que os shakes proteicos cumpram sua função no organismo e, por sua vez, na musculatura, as quantidades de proteína ao longo do dia devem ser adequadas de acordo com as necessidades particulares de cada um. Muitas vezes, a ingestão desses shakes podem ser desnecessárias se o indivíduo já fizer boa ingestão proteica ao longo do dia. 

Se deseja entender suas necessidades nutricionais, o ideal é buscar ajuda com um profissional qualificado, o nutricionista.

O que dizem as marcas

As 11 marcas selecionadas pela Proteste foram procuradas pelo Metrópoles.

Ao portal, a Danone afirmou:

Seguimos rigorosos padrões em todas as etapas de produção, desde a seleção de matérias-primas até a distribuição final. Cada lote de produto passa por uma série de testes e controles de qualidade para garantir que atendam à legislação, às nossas exigências e às expectativas dos consumidores.

Além disso, estamos constantemente investindo em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar nossos processos e assegurar que nossos produtos sejam de alta qualidade e seguros ao consumo.

Nesse contexto, buscando maior clareza sobre os números apresentados e para conduzir eventuais ações com nosso time técnico, solicitamos à Proteste a metodologia aplicada no teste e os respectivos lotes testados, ao qual aguardamos ainda retorno.

A Piracanbuja, por sua vez, alegou que:

Informamos que o quantitativo de proteínas disponível na bebida láctea Imunoday, no sabor chocolate, está em conformidade com os requisitos da RDC nº 429/2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Confira a resposta da Italac:

A empresa Italac preza pela qualidade e segurança dos seus produtos e baseado na sua própria postagem, todos os resultados dos produtos da nossa marca, encontram-se dentro dos limites estabelecidos em legislação.

Veja a nota enviada pela Vigor:

A Vigor informa que todos os seus produtos passam por rigorosos testes de controle de qualidade para garantir que as informações nutricionais sejam precisas e estejam em conformidade com as normas vigentes para consulta dos consumidores, como é o caso do produto citado. Será necessária uma análise externa para entender os fatores que colaboraram com os resultados da pesquisa.

O espaço segue aberto para demais posicionamentos. 

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica

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