Barbie brasiliense: boneca blogueira brilha em pontos turísticos do DF
Uma das 200 bonecas da colecionadora Joice Antonelli, Clarissa tem 40 anos, é jornalista e adora explorar a capital federal
atualizado
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Clarissa, uma Barbie de cabelo volumoso e sorriso gentil, é frequentadora da Igreja Nossa Senhora de Fátima, adora passear pela Torre de TV e é apaixonada pelos vitrais multicoloridos da Catedral Metropolitana de Brasília. Uma das bonecas influenciadoras da cidade, ela é instrumento de pesquisa de Joice Antonelli, colecionadora, jornalista e doutoranda em educação pela Universidade de Brasília (UnB).
“Em meu doutorado, busco estudar adultos que, por meio de bonecas, contam histórias nas redes sociais”, revela Antonelli, colecionadora de Barbies há 10 anos.
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Detentora de dois perfis dedicados a dolls no Instagram — um, inclusive, voltado ao público internacional e com 16 mil seguidores —, a cearense radicada no Distrito Federal criou a página Papo de Clarissa no início deste ano e, desde então, conquistou mil seguidores, ávidos por fotos da Barbie brasiliense em cartões-postais emblemáticos da capital.
“Por meio dos perfis, fiz contatos interessantes com outros colecionadores de bonecas e me encantei pela fotografia. Realizei cursos, comprei câmeras profissionais e pretendo dar continuidade ao projeto mesmo quando o doutorado acabar. Virou um hobby“, afirma Antonelli, cujo o próximo ensaio fotográfico terá como pano de fundo o parque de diversões Nicolândia.
Looks do dia com legendas diferenciadas
Ao lado do namorado, Zé Roberto, um Ken bronzeado de olhos castanhos, ou na própria companhia, Clarissa arrasa em fotos de look do dia com legendas enriquecedoras sobre a cidade.
“Brasiliense ou candango? Você sabe o nome correto para designar quem nasceu em Brasília? O gentílico correto é brasiliense. Apesar de ser muito usado, candango designa aquelas pessoas que vieram de todo lugar do país para trabalhar na construção da cidade”, diz ela na legenda de um clique em frente ao Congresso Nacional.
Fora monumentos da capital, a personagem visita lugares como a Feira da Goiaba, em Brazlândia, festas juninas, bares e restaurantes. Ainda encanta os seguidores com “recebidos”, dignos de uma influenciadora da vida real.
“Com o Papo de Clarissa, ainda busco dar visibilidade a Brasília, cidade miscigenada que tão bem me acolheu”, complementa a criadora da personagem. Ela pretende, em breve, monetizar o perfil.
Barbiecore
A página Papo de Clarissa veio em boa hora. Devido ao live-action de Barbie, protagonizado por Margot Robbie e com estreia prevista para 2023, a boneca da Mattel está super em alta. Apenas no Pinterest, as buscas pela doll cresceram 44%.
Os termos “Barbie Fantasia”, “tema Barbie”, “look Barbie”, ” Barbie girl e “Barbie tattoo” estão entre os mais procurados do site de pesquisa e inspiração.
Extensa e diversa coleção
Antonelli adquiriu a primeira boneca, uma Skelita, da Mattel, aos 30 anos. “Foi uma paixão tardia. Quando criança, eu não me identificava com as Barbies, todas loiras de olhos azuis”, lamenta.
Conforme a doutoranda lembra, a diversidade invadiu o universo da Mattel apenas em 2015, com a coleção Fashionistas. “Hoje, temos Barbies de fácil identificação. Há bonecas negras, deficientes e com vitiligo”, exemplifica.
A escolha de Clarissa foi intuitiva, segundo a colecionadora. “A boneca que dá vida à personagem se parece comigo e tem um sorriso simpático”, justifica.
Em meio às Barbies de Antonelli, há exemplares raros e importados. “Atualmente, a minha boneca mais cara é avaliada em R$ 15 mil”, conta.
Dicas para melhor conservar as bonecas
A cearense radicada em Brasília tem diversos truques para melhor conservar as bonecas. Ao Metrópoles, ela listou os principais:
- Guardar as Barbies sem roupa;
- Armazená-las em compartimentos plásticos separados;
- Mantê-las longe do sol, que pode desbotar as bonecas — feitas de plástico e vinil.