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Primeiro apê: saiba como fazer uma boa compra e fugir de ciladas

Do planejamento financeiro a escolha do bairro, a decisão de adquirir um imóvel provoca muitas dúvidas nos consumidores

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A compra do primeiro apartamento costuma ser um grande marco na vida adulta. Por conta disso, é normal que surjam centenas de questionamentos. Para ter uma experiência positiva, é preciso se organizar e pesquisar bastante, diminuindo a chance de acontecerem surpresas desagradáveis.

A procura por novos imóveis esteve em alta em 2020, segundo dados do Google. O volume de pesquisas sobre o assunto foi 32% maior em novembro de 2020 em comparação ao mesmo mês de 2019. A escalada também foi vista, no mesmo intervalo, na procura por aluguel e compra ou venda de casas e apartamentos pelo Brasil, com alta de 70% e 62%, respectivamente.

Se você é do time que quer um lugar para chamar de seu em 2021, veja o que fazer antes de assinar o contrato:

Quando é o melhor momento?

O primeiro passo antes de comprar o primeiro apartamento é colocar o sonho na ponta do lápis. Comece com a organização das finanças pessoais e veja o quanto está disposto a poupar ou a ganhar a mais com renda extra.

Depois, anote quais os requisitos que o imóvel deve ter, como varanda e cozinha americana. Inclua também um valor a mais para reformas ou ajustes na estrutura, assim como gastos com papelada e impostos.

De acordo com a arquiteta Priscila Tressino, à frente do escritório PB Arquitetura, o consumidor deve se programar para modificar o apê antes de se mudar. “As reformas são estressantes, ainda mais quando se está morando no local. O ideal é antecipar. Existem casos em que as pessoas preferem conviver com o problema por anos do que ter que passar por uma obra”, afirma.

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Reformas devem ser inclusas no orçamento antes da compra do apê
10 ferramentas que não podem faltar no seu kit básico
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O planejamento é o primeiro passo da compra de um imóvel

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Reformas devem ser inclusas no orçamento antes da compra do apê

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10 ferramentas que não podem faltar no seu kit básico

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Com as informações em mãos, parta para a pesquisa de mercado para saber, em média, o valor que o objetivo custará. Preste atenção na reputação das empresas por trás dos anúncios. Se houver reclamações em sites de defesa ao consumidor ou processos relacionados à entrega, talvez não seja o melhor local para investir o dinheiro.

Por fim, com a organização, requisitos e pesquisa concluídos, planeje o financiamento do imóvel. Além de pesquisar maneiras diferentes para custear o imóvel, crie metas e prazos possíveis de serem alcançados para o financiamento. Um exemplo? Poupar parte do salário durante alguns meses para a entrada. A organização das finanças pessoais é imprescindível para não dar um passo maior que a perna.

Qual o melhor financiamento?

A resposta para essa pergunta depende do perfil de cada consumidor. A modalidade mais adequada pode ser definida após uma análise do planejamento financeiro e do capital disponível para investimento.

O pagamento à vista permite ao consumidor pleitear descontos no valor, mas exige maior organização e, em geral, maior tempo de espera antes de realizar a compra.

No financiamento, a maior dica é quitar o máximo possível já na entrada. Assim, o valor das parcelas diminui, cabendo melhor no orçamento mensal, e o imóvel é pago mais rapidamente.

Se o apê for novo e comprado com uma construtora, o consumidor deve checar o valor dos juros, das parcelas e se é preciso pagamento extra em algum momento. Detalhes como esses podem prejudicar o planejamento, portanto, o melhor é se antecipar.

Em apartamentos usados adquiridos pelo banco, além de questionar os juros, também é preciso perguntar sobre taxas e amortização do imóvel. Ciente dos valores, inclua no pagamento total e veja se corresponde ao investimento desejado.

Novo ou usado: qual escolher?

Depende das prioridades do consumidor. Apartamentos novos costumam ser melhor equipados do antigos, com áreas sociais no condomínio, por exemplo. Os apês usados, por sua vez, não oferecem o mesmo conforto externo, mas costumam ser mais espaçosos, diferente dos novos, que têm metragem reduzida.

Apartamento na planta vale a pena?

Quando o imóvel ainda não está totalmente construído, ele costuma ser mais barato do que os que já estão de pé. Para saber se é a melhor forma de aquisição, é preciso analisar o custo total final e encaixar no orçamento a longo prazo, tendo em vista que o valor das parcelas é corrigido ao decorrer dos anos.

A youtuber Naiara Vasconcelos aderiu ao modelo para adquirir o primeiro apartamento, em 2015. A decisão da influenciadora do Paraná e do esposo ocorreu por poderem dar uma entrada menor do que a exigida em apartamentos prontos e por poderem escolher a posição do imóvel, como orientação em relação ao sol e andar.

Apesar dos pontos positivos, comprar uma propriedade que ainda não saiu do papel também tem desvantagens. “Estávamos noivos e ganhamos uma parte da entrada, então, pareceu valer a pena. Mas, hoje, não compraria de novo porque entendi que o imóvel não rende. O capital está ali parado. É uma decisão que precisa ser muito bem estudada”, salienta.

A paranaense também explica que é fundamental estar atenta a cada detalhe do contrato para não cair em uma furada. “A principal dica é conhecer a reputação da construtora e pesquisar muito para não cair em golpe. Tem muitas empresas que fazem propaganda falsa e não entregam no prazo e, às vezes, nem entregam”, afirma.

Naiara também aconselha a se precaver em relação ao que é prometido pela empresa. Segundo ela, a pessoa deve se resguardar com o armazenamento do contrato, folders do apê e conversas por meios de comunicação digitais, como telefone e e-mail, ou, até mesmo, por cartas.

Além disso, após a entrega do apê, é importante checar o memorial descritivo, disponibilizado pela construtora e composto pelas informações do que deve ter no apartamento, desde detalhes da alvenaria a itens maiores, como janelas e portas.

Como escolher o bairro?

Se o plano é residir no apartamento por muitos anos, ter clareza sobre a situação de onde o imóvel está situado é essencial. Veja se o comércio ao redor atinge as expectativas e corresponde a qualidade de vida esperada.

Cheque se há farmácias, mercados e padarias ao redor, por exemplo. O mesmo vale para meios de transporte, como estações de metrô e paradas de ônibus, e até mesmo acesso facilitado a rodovias. No entanto, avalie também o barulho que ocorre na região, a fim de não ter surpresas desagradáveis no futuro.

Como escolher a melhor empresa?

Atualmente, existem muitos sites para comprar o imóvel sem o intermédio de um corretor. Mas, se você deseja ter a assistência do profissional, verifique o registro dele no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e também se há alguma informação sobre o trabalho dele na web.

O profissional poderá te auxiliar com conhecimentos especializados e suporte para o processo da compra. Partes complexas como documentação e protocolos podem se tornar mais fáceis do que ir “na louca”, resolvendo tudo sozinho.

No entanto, se prefere ter autonomia em toda a ação, não tenha vergonha de questionar o proprietário sobre a situação do imóvel antes de comprar. Em relação ao condomínio, questione se tem barulho ao redor, como são os vizinhos, como funcionam as reuniões com os condôminos e porque o dono decidiu se mudar.

Quanto, ao imóvel observe cada detalhe do local. Verifique se há rachaduras e infiltrações, a entrada de luz, o posicionamento do apê em relação ao sol e peça para ligar chuveiros e torneiras para observar como é a vazão da água e se há entupimentos. Faça o mesmo com interruptores e tomadas.

Os acabamentos também devem ser analisados. Se não tiver planos de realizar grandes reformas, cheque a qualidade dos azulejos, revestimentos, pisos, metais e pinturas. Em apartamentos usados ou novos, solicite ao proprietário a planta original e o termo técnico, para verificar qual a infraestrutura utilizada.

A arquiteta Priscila Tressino explica que, sabendo das condições do apartamento, o consumidor não se surpreende negativamente caso queira reformar. “Já nos deparamos com edifícios que o cliente comprou para ampliar a cozinha e não podia, porque não era permitido no prédio”, comenta.

Por fim, antes de assinar contratos e se mudar para o tão sonhado lar, verifique a situação do imóvel na justiça. Veja se os impostos e a documentação estão em dia, para evitar situações desagradáveis. Profissionais especializados podem tornar o processo mais fácil, embora isso represente um gasto a mais.

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