Casa Vila Rica ganha prêmio de Obra do Ano no Archdaily Brasil
Depois de passar pelo processo de votação popular, o projeto brasiliense foi um dos três escolhidos
atualizado
Compartilhar notícia
Um dos portais de arquitetura mais importantes do mundo, o Archdaily faz, anualmente, uma premiação para decidir quais são os projetos de maior relevância no planeta. Em 2018, entre os três escolhidos da versão do site — voltado para os países de língua portuguesa –, está um brasiliense: a Casa Vila Rica, do Bloco Arquitetos, levou a segunda honraria.
Após a filtragem de milhares de inscritos e a decisão por 15 finalistas, o público teve sete dias para votar na produção arquitetônica de sua preferência. “Os três escolhidos mostram a diversidade de possibilidades para a realização da arquitetura”, diz a página oficial do concurso.
A cerca de 40 quilômetros de Brasília, a residência projetada por Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco divide-se em dois pavilhões posicionados de maneira ligeiramente desnivelada. A ideia do trio era maximizar o contato entre os moradores e a natureza — por isso, a passarela que liga as duas partes da casa é aberta. Além disso, os arquitetos optaram pelo uso de bastante vidro.A estrutura da casa foi feita em concreto aparente (o material também aparece no mobiliário fixo, como mesa de jantar, estantes, bancos, forno e fogão à lenha), assim como o piso interno. De acordo com a descrição do projeto, a mão de obra responsável pela construção da residência não tinha experiência no uso do sólido, mas os arquitetos decidiram “assumir as imperfeições inerentes à execução, em vez de buscar a qualidade fina de acabamento do concreto”.
Outro material muito empregado foi o tijolo cerâmico, usado para construir a alvenaria. Os pilares também ficam à mostra. O projeto foi concluído em 2017 e o paisagismo, pensado por Mariana Siqueira e Jardins do Cerrado, ainda está sendo implantado.
“Ficamos felizes, pois é um projeto que resume muitos dos princípios buscados em nosso trabalho: adequação ao clima e à mão-de-obra local, uso de materiais simples e ênfase na construção do espaço e na utilização da luz natural”, explica Matheus. Segundo ele, parte importante da iniciativa é a busca pela “verdade” dos materiais — pedra é pedra, os tijolos são maciços, há madeira e concreto.
“Ter isso tudo reconhecido por uma votação popular em um concurso que teve como finalistas projetos do Brasil e de Portugal, feitos por arquitetos cujos trabalhos admiramos há anos, é uma felicidade enorme”, afirma.
Veja mais fotos do projeto: