Casa Brasiliense: refúgio moderno de 95 m² “flutua” em meio ao Cerrado
A propriedade é do DJ Chicco Aquino, mas está alugada desde o ano passado. Construção integra natureza e parece “flutuar” em terreno íngreme
atualizado
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A propriedade do DJ e produtor cultural Chicco Aquino pode ser definida como um refúgio moderno em meio à natureza. Situada em uma reserva ambiental a 30 minutos do centro de Brasília, a casa de 95 m² é compacta na medida para abrigar internamente até duas pessoas, mas, do lado de fora, dispende de vista panorâmica da paisagem do Cerrado do Distrito Federal.
A obra de arte arquitetônica faz parte da série Casa Brasiliense, publicada pelo Metrópoles desde dezembro do ano passado. Além dele, outras personalidades de Brasília também abriram as portas de seus lares à reportagem, como o casal especialista em mídias sociais Juliana Bandeira e Bruno Aguiar, a jornalista gastronômica Luciana Barbo e a arquiteta Isabella Souza.
O lar de Chicco foi projetado como um prisma de concreto e construído no alto do terreno com acentuado declive. Quem esteve à frente da idealização e execução da obra foi o escritório 3.4 Arquitetura. O grupo também participou da execução da área externa, em 2018, junto à empresa Verde Design Paisagismo.
Pandemia e mudança
O DJ colocou a casa para aluguel em fevereiro de 2020, pouco antes do início da quarentena, depois de sete anos se refugiando por lá. A mudança teve início no final de 2019, quando ele e a companheira, a DJ Camila Jun, perceberam que queriam estar mais próximos a dois empreendimentos físicos situados na Asa Norte: Brooklyn BSB, do qual são sócios, e o Centaurus CrossFit, onde malham.
O trâmite foi conduzido por uma imobiliária local e, rapidamente, surgiram vários interessados em passar um tempo no paraíso serrano. Na última semana de fevereiro, o casal se mudou para um apartamento no Plano Piloto. Semanas depois, veio a pandemia do novo coronavírus.
Em um ambiente novo, com o trabalho presencial interrompido e sem a área externa com que estava acostumado, Chicco teve que se reinventar. “Foi um processo de transformação bem difícil mas, de certa forma, enriquecedor”, conta.
“O afastamento da natureza foi mais complicado, porque o apê é até maior que a parte interna da casa, mas não tem área externa […] Era uma situação ruim, mas tentei criar uma rotina de superação e crescimento”, relembra Chicco, que aderiu a treinos físicos pela manhã para ativar o corpo e manter o bem-estar ao longo do dia.
A casa deve estar vaga em setembro de 2022. Até lá, Chicco seguirá residindo no apartamento onde vive. Ele revela que não quis quebrar o contrato e voltar à residência porque estava disposto a se permitir novas vivências.
Estrutura
A construção toca levemente o solo, com respeito à topografia natural e o auxílio de quatro pilotis. “É como se ela estivesse encostada numa pontinha, mas voando”, elogia o brasiliense. A posição do terreno permite que os moradores admirem o nascer e entardecer do sol, assim como o vislumbre do horizonte.
Os materiais empregados na estrutura e na decoração da casa se combinam entre si e conversam com o externo, com uma pegada minimalista e naturalista. O time de arquitetos executou o projeto em concreto armado com bordas chanfradas e emplacou madeira no assoalho, portas e décor. A mesma ideia foi implementada com o granito preto, que se repete na cozinha e no banheiro.
A área interna é dividida em espaços modulares e contínuos, com apenas duas portas: uma para o banheiro e outra, pivotante, para o quarto. Os outros cômodos – escritório, cozinha aberta para a sala e lavanderia independente – contam com circulação livre.
Graças às fachadas laterais, que se abrem inteiramente, é possível vislumbrar a paisagem em qualquer ponto da casa. Com apenas o deslizar dos painéis de vidro e as venezianas, é possível integrar a casa à paisagem. Os trilhos de movimento correm nos dois sentidos, criando a possibilidade de deixar qualquer espaço da casa aberto, com acesso à abundante iluminação natural e ventilação cruzada.
O acesso à casa é feito por escadas, construídas com estrutura metálica e degraus de madeira. Na frente, voltada para a rua, há a entrada do terreno, uma pequena varanda e a área da piscina. Nos fundos, encontra-se o jardim e um espaço destinado ao estacionamento de veículos.
Antes de se mudar, conviver na área externa fazia parte da rotina de Chicco. “Era como um ritual acordar, molhar as plantas, colocar o pé na terra e, às vezes, até aproveitar a piscina antes de me concentrar no trabalho”, rememora.
Mesmo longe, Chicco guarda a casa com carinho no coração. “Tenho uma vida muito agitada, e estar em casa sempre foi um grande contraponto. Representa um momento íntimo meu, de descanso, reflexão, momento de integração com a natureza”, encerra.
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