Casa Brasiliense: experiência de hospedagem impulsiona turismo no DF
O projeto conta com um apartamento, na Asa Norte, uma casa e um loft, ambos na área rural de Brasília
atualizado
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Simplicidade, sustentabilidade e minimalismo formam a tríade de valores que sustentam as locações do Alecrim Dreams, iniciativa brasiliense que oferece experiência de hospedagem. O empreendimento surgiu a partir da mentalidade nômade e turismóloga de Pati Herzog e Fábio Bakker. O projeto conta com um apartamento, na Asa Norte, e uma casa e um loft na área rural de Brasília.
Os detalhes da construção, arquitetura e decoração dos locais foram compartilhados com a série Casa Brasiliense, publicada aos domingos pelo Metrópoles. A reportagem já mostrou lares icônicos do Planalto Central, como o apê imenso da aposentada Mônica Freitas e a casa estilo galpão da designer de joias Flávia Moraes Dutra.
A história do Alecrim Dreams inicia antes dos anos 2000, com a idealização das habitações e do reflorestamento da vegetação local. O projeto é a forma material da busca de Pati por uma vida mais simples e próxima da natureza. O plantio começou em 1997 e, em 2004, veio a construção da primeira casa. Em seguida, surgiram o loft e o apê.
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“Como era uma área já degradada, nós devolvemos as espécies nativas do Cerrado para esse território, plantamos um bosque e começamos a construção da nossa casa para criar o nosso terreno na natureza. Estava grávida e morando em Salvador. Foi uma escolha de vida. Era a hora de voltar e fincar os pés na terra”, relembra Pati.
De volta ao quadradinho, ela e o marido fizeram o reflorestamento do Alecrim Dreams e construíram a primeira casa, já com os princípios da permacultura, com energia solar, reuso de água e mais. “Hoje, as nossas árvores estão maiores, já ultrapassaram a altura das casas”, diz.
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O casal se conheceu na Universidade de Brasília (UnB) e tem um filho adolescente. Pati é turismóloga e designer de experiências e territórios turísticos. Ela dirige o lab de turismo criativo Experimente Brasília, na qual o foco é revelar o lado mais autêntico e afetivo da cidade, e a direção criativa e curadoria da Brasília Design, plataforma colaborativa de fomento da cadeia produtiva do design local.
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A paixão pelas experiências mundo afora fez com que os lares da família se transformassem em uma espécie de hotel, na busca de proporcionar o mesmo a outros viajantes. Atualmente, a casa e o apartamento estão disponíveis para reserva no Airbnb. “A gente sempre bloqueia uma quando estamos em Brasília e liberamos as três quando estamos fora, viajando”, conta Pati.
Lares
Cercada por um bosque, a casa tem dois andares e estrutura de vidro e madeira. Há dois quartos, closet, escritório, e banheiro com banheira. Na parte de baixo, a cozinha, a sala e a varanda se juntam em um único (e grande) espaço.
A área externa é como um refúgio criativo. Ali, dentro do container e da ampla área verde, nasceram a cerveja Criolipa, comercializada pela Cervejaria Criolina, e a marca de cosméticos naturais Slow, idealizada por Pati.
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O loft é onde a família mora atualmente. O espaço tem dois andares: em baixo, ficam cozinha, sala e varanda integrados, e em cima, no mezanino, há um quarto bem amplo e outra varanda.
Lá, é inclusive onde fica o campo de lavanda que dá origem aos produtos da linha de beleza, como sabonetes, máscaras faciais, esfoliantes, óleos corporais e mais.
Com uma pegada mais urbana, o apartamento de três quartos se difere no contato com a natureza, já que não possui varanda. O contato com o externo se resume à vista do horizonte brasiliense, do Lago Paranoá e das copas das árvores ao redor do prédio, que invadem o local através do janelão da sala. Segundo Pati, é o “pedacinho descolado da Asa Norte.”
O que o apê não tem de natureza, tem de contato com o estilo de vida brasiliense. “As superquadras são uma forma única de morar, não existe isso em nenhum outro lugar do mundo”, diz. O apê preserva elementos da arquitetura original, como cobogós e piso de taco.
O design dos três espaços do projeto se complementam e conversam entre si, apesar da distância física. Curadora de design e diretora de arte, Pati se encarregou de transparecer a simplicidade, sustentabilidade e minimalismo que carrega na alma para as paredes e mobiliários das residências.
“São construções simples, que priorizam o cuidado com o meio ambiente e que trazem o mínimo ao redor do que a gente precisa, com móveis autorais e locais”, explica.
Apesar da integralidade, cada espaço cativa o hóspede à sua maneira, como um verdadeiro refúgio. “Com a primeira casa, tenho um amor e paixão absoluta, porque além de ter sido o primeiro lar, a natureza foi crescendo junto com ela. Na parte de cima, dá para banhar e ver a lua cheia. É uma experiência sem igual”, descreve a turismóloga.
“O loft é a materialização do nosso estilo ainda mais essencialista, é muito aconchegante. Já o apê é outra pegada, estilo de vida da cidade, mas tem coisas muito valiosas, como silêncio, a quietude visual, a amplitude dos tons claros. As três, mesmo diferentes entre si, têm a energia do Alecrim Dreams”, completa Pati.
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