Casa Brasiliense: erguida em 2020, casa estilo galpão esbanja praticidade
O lar de Flávia Moraes Dutra foi construído em meio à pandemia. Decoração remete ao industrial, com mix de cores e muito garimpo
atualizado
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A designer de joias para noivas Flávia Moraes Dutra, de 34 anos, pensou em cada detalhe de sua casa antes mesmo dela ser erguida. A construção ocorreu em 10 meses, ao longo de 2020, e contou com a participação ativa da proprietária. O lar ficou semelhante a um galpão industrial, cheio de modernidade e com artigos garimpados.
Flávia é uma das personalidades do DF que abriram as portas do lar para a série Casa Brasiliense, publicada pelo Metrópoles desde dezembro do ano passado. Antes, a reportagem contou a história de um duplex charmoso, um refúgio moderno de 95 m² e outras residências autênticas e charmosas situadas no quadradinho.
A residência da designer de joias conta com cerca de 200m² de área construída, divididos entre três quartos, banheiros, cozinha, sala e varandão. A metragem do lado de fora é um incógnita, porém suficiente para que a família aproveite a natureza junto aos pets da casa. São dois cachorrinhos e uma gata: Tonel, Tapioca e Bobô.
“É uma estrutura simples dentro de uma estética simplificada”, explica Flávia. “Fiz a casa toda vazada para dar a sensação de que é um espaço bem misturado e usufruir ao máximo a área externa”.
Por conta da aparência semelhante a de um galpão, com mezanino e pé direito de nove metros, a casa recebeu um apelido inusitado. “Os meninos da obra apelidaram a casa de ‘grande prisão’”, brinca Flávia.
Construção
O projeto da casa já estava bem definido na imaginação dela antes mesmo de ir para o papel, com o apoio do escritório de arquitetura Hobra Projetos e Construções e do mestre de obra Mariano Construções. “A aprovação do projeto foi rápida. Saber exatamente o que você quer ajuda”, aconselha a designer.
A construção do lar começou antes da pandemia do novo coronavírus se instalar no Brasil. Em março, com a quarentena, a obra teve que parar. “Me deu um leve desespero mas, em contrapartida, foi o que me trouxe boa parte da saúde mental depois que de fato ficou pronto”, disse, se referindo a ter uma casa própria para passar o período de distanciamento social.
O retorno da obra ocorreu gradualmente, com os trabalhadores seguindo os cuidados contra o novo coronavírus. “A construção civil não foi barrada. Me senti confortável de continuar”, contou a brasiliense.
Se não fosse pela pandemia, a previsão de entrega do lar era de seis meses, muito mais rápido do que o convencional. “Foi rápido porque facilitei a estrutura dela, como acabamento, reboco, pintura e eu também já tinha muito material pronto”, afirma Flávia.
Enquanto o lar era erguido, ela ficou morando com os pais, a poucos minutos da casa nova, facilitando o acompanhamento da construção. “Obra é obra, sempre tem um ‘draminha’ e é muito cansativo, mas, no final, acaba dando certo. Depois, você nem lembra direito o que aconteceu”, celebra Flávia.
Para reduzir ainda mais o custo da propriedade, Flávia optou pelo reaproveitamento de materiais encontrados em ferros-velhos.
“Tudo eu realmente vasculhei, comprei pronto e reutilizei. Barateou muito e me deu um alívio saber que tinha muita coisa que estava em perfeito estágio e que bastava uma limpeza para conseguir reutilizar. Coisas que foram lixo para alguma pessoa, hoje é minha casa, onde eu vivo e habito”, celebra ela.
Decoração
Parte dos móveis e artigos de decoração foram reaproveitados ou comprados em garimpos. Segundo Flávia, dar uma nova roupagem a algum móvel que seria descartado aumenta ainda mais o valor sentimental do item.
A decoração é composta por artigos de afeição de Flávia e do esposo, como presentes da família, lembranças de viagem ou coisas que ganhou da casa dos pais. “Gosto do que tem história. E é muito legal que, como tenho recebido pouquíssimas pessoas na pandemia, as que vão levam um presente e aquilo te marca. As vezes é só um prato, um copo, mas já faz toda a diferença na decoração por causa do vínculo afetivo”, elucida.
A estética da casa remete ao estilo industrial, por conta da ausência de acabamento nas paredes com a parte hidráulica à vista. Mas, apesar de todo o conceito por trás do estilo, a designer conta que não escolheu devido ao visual em si. “Quis uma fácil manutenção, porque como está ali visível, facilita a logística, da manutenção e reduz o custo”, diz.
“É um lugar que me traz muita alegria. Entender o privilégio de ter um lar e um abrigo no meio de uma pandemia, onde você pode ter apoio à saúde mental, é muito precioso”, completa Flávia.
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