Oito dicas para o concurseiro seguir enquanto o edital não é liberado

A escassez de novos concursos no Governo Executivo Federal tem durado muito mais tempo do que a ansiedade com a qual os concurseiros têm conseguido lidar. Se a angústia de estudar com edital publicado e prova marcada é grande, não saber quando a preparação começa “para valer” é ainda maior. Sem um calendário como referência, os candidatos ficam perdidos e sem saber o que fazer.

A postura do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG), responsável pelo aval da maioria dos concursos mais cobiçados, tem desanimado quem quer um cargo público. Boa parte dos cerca de 140 pedidos encaminhados à pasta no primeiro semestre tem origem nos órgãos e entidades que ficaram sem respostas no ano passado. As novas solicitações passaram por atualização do número de vagas em razão de novas aposentadorias e outras vacâncias.

Não é novidade para nenhum concorrente que se tornar competitivo nas provas exige tempo e estudo com a maior antecedência possível. Entretanto, a contagem regressiva só começa com a autorização. É quando em, no máximo, seis meses, as regras do processo seletivo serão divulgadas. E, uma vez publicado o edital no Diário Oficial, só restarão entre 45 e 60 dias para as primeiras avaliações, as que mais exigem preparação prévia.

Enquanto as notícias não são as melhores, ficar parado não é opção. Se, por um lado, aventureiros aposentam seus planos, por outro, vários candidatos ficam pelo caminho por desconhecer alternativas para se manter firme no propósito da construção de uma carreira no setor público.

Por isso, com a minha experiência em orientar futuros servidores, elaborei para a coluna Vaga Garantida oito dicas para os concurseiros que querem manter o foco em sua preparação:

1. Usar o último edital como referência
   Se não há definições sobre as regras do concurso ao qual você irá concorrer, a alternativa é usar o edital da última seleção como referência para critérios, pré-requisitos e conteúdo programático. Neste aspecto, a atenção deve ser redobrada para atualizações de legislações que impactem na realização das etapas e, também, nos conhecimentos exigidos.

2. Explorar o perfil atualizado da banca
   A estratégia para se tornar competitivo com antecedência deve incluir a análise das possíveis bancas examinadoras e o formato de cobrança nos exames. O histórico de provas para o cargo almejado ajuda nessa etapa, assim como resolver questões recentes das organizadoras. O indicado é usar questões de, no máximo, três anos atrás.

3. Montar um calendário pessoal
   Montar o próprio calendário com metas e prazos é a saída mais indicada. Saber quanto tempo se leva para estudar cada tópico do conteúdo tem como objetivo conhecer como se aprende e que formato de material é o mais adequado para potencializar esse controle. Uma planilha com os itens do edital e a projeção dos prazos necessários para aprendê-los torna possível a definição de datas pessoais. Além disso, extensões de browser para aumentar a velocidade de vídeos e técnicas de leitura acelerada são indicadas.

4. Criar rituais de estudo
   A elaboração de rituais para o estudo começa com a grade semanal de horários. O primeiro passo para que ela seja eficiente é a identificação do tempo disponível, depois do preenchimento dos compromissos fixos (como trabalho ou faculdade), compromissos da semana e atividades de “manutenção da vida” (deslocamento, alimentação, treinamento físico, cuidados pessoais e descanso). As lacunas para os estudos são divididas em blocos de, no máximo, duas horas para uma mesma matéria e devem incluir aprendizado com a teoria por meio de livros, aulas ou videoaulas, anotações e alguns exercícios de fixação.

5. Realizar simulados e revisões periódicas
   Os conhecimentos precisam ser autoavaliados de tempos em tempos. O prazo dependerá do volume de conteúdo no período. Quem tem mais horas disponíveis, opta por simulados semanais. Do contrário, quinzenais. Selecionadas as questões pertinentes aos itens estudados, resolve-se o simulado e avalia-se os resultados, a fim de identificar os tópicos que precisam de revisão e em qual profundidade. Passada essa etapa, volta-se à rotina dos rituais.

6. Cuidar com a saúde emocional
   Criar um sistema, um método de estudo, permite a mensuração das atividades em quantidade (tempo) e qualidade (acerto de questões), o que colabora para redução da ansiedade, do estresse e das inseguranças. Além disso, é importante respeitar os próprios limites e as emoções, preservando momentos de relaxamento e convívio com a família e amigos.

7. Estabelecer conquistas e comemorá-las
   A cada ciclo semanal de planejamento e execução, as metas definidas devem ter índices triplos: o mínimo, o ideal e o acima do ideal – também é necessária previsão de recompensas proporcionais. Saber que há a possibilidade de vencer etapas pessoais aumenta a sensação de desafio e a motivação para continuar enquanto o edital não é liberado.

8. Evitar outras opções
   A não ser que o cargo desejado exista em âmbito municipal, distrital ou estadual, evite desviar o foco para outros editais. Mantenha o plano A até que só seja necessário revisar o conteúdo e atualizar novos assuntos que possam ser cobrados nas provas. Esse é o patamar ideal a ser alcançado em uma preparação antecipada no momento em que o edital do novo concurso é divulgado.